AUTOR

Daniel Duque

Dystopic Tales debuta com uma sinfonia sobre distopia

20 Novembro, 2020 - 12:22

Dystopic L. inaugurou recentemente a sua própria label e, com ela, lançou também o novo álbum “Symphony of Dystopia”.

No currículo de Dystopic L. lê-se passagens por editoras como a mexicana ANAØH, a espanhola Devotion Records ou a portuguesa Monocline Records, mas agora a história “Symphony of Dystopia” conta-se através do recém-criado selo de Lázaro Pereira, Dystopic Tales.

Apesar de este ser um nome com ligações ao universo techno, este novo álbum chega com o assumido propósito de não ser exclusivamente baseado nesse género, ainda que seja o estilo predominante “visto que a história é contada pelo [alter-ego] Dystopic L.”. Esta decisão passa pelo facto de que “para contar [esta] história era necessário ter espaços mais reflexivos, outros mais melódicos e outros mais atonais”, explica o DJ e produtor, acrescentando que “essa diversidade estética permitiu marcar bem a diferença entre os movimentos”.

A história, que começou a ser trabalhada “em plena pandemia”, é uma “representação cíclica da sociedade humana”, sendo que “cada movimento apresentado são metáforas que poderiam aplicadas desde sempre à nossa história”. Defeat, Domestication, Caos e Rehumanization são as quatro fases representadas neste longa-duração que, segundo o autor, quase “nos remete para um filme de ficção-científica ou de terror pós-apocalíptico”.

Sobre a editora Dystopic Tales, o artista baseado em Caminha conta que foi criada “com o propósito de lançar trabalhos” do seu alias e também em nome próprio, “mais extensos e sem qualquer tipo de limitação estética”. E não só: “a grande missão é que cada artista que edite por ela conte uma história” e, por isso, “a única forma de isso ser possível é que os trabalhos sejam longa-durações, algo que se perdeu com a massificação do consumo rápido do digital”.

Para já, a DT encontra-se numa “fase de construção”: Lázaro Pereira está a “trabalhar e a estudar os canais de distribuição em que faça sentido estar presente”, sendo que “quando tiver a ‘casa’ construída começará a editar mais trabalhos, mas nunca numa lógica de poucos lançamentos”. Mais para a frente, Pereira pretende ainda que a DT “esteja aberta a outras linguagens”, não sendo “unicamente uma editora de música”, mas sim “uma plataforma artística”.

No futuro, “quando as coisas estiverem mais calmas”, poderemos esperar por uma “performance audiovisual” na qual o artista apresentará dois formatos – “um direcionado para a pista e outro para o teatro”. Até lá, é hora de “Symphony of Dystopia”:

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