“Vocais deepfake vieram para ficar”, declara a artista norte-americana.
A compositora contemporânea Holly Herndon anunciou na semana passada o lançamento de Holly+, a sua “gémea digital”, isto é, um instrumento de voz personalizado assente na Inteligência Artificial (IA). “É necessário encontrar um equilíbrio entre proteger os artistas e encorajar as pessoas a experimentar com uma tecnologia nova e entusiasmante”, avança a musicista em comunicado.
A procura desse equilíbrio é a razão pela qual esta experiência está a ser feita em “propriedade comunal de voz”, explica Herndon. “A voz é inerentemente comunal, aprendida através de mimesis e da linguagem, e interpretada pelos indivíduos”, acrescenta ainda a doutorada em Computer Research in Music and Acoustics pela Universidade de Stanford.
Para utilizar este mecanismo, basta fazer upload de um áudio polifónico para o portal online da Holly+, criado pela Never Before Heard Sounds, uma start-up dedicada à música de IA. Caracterizada como cooperativa, autónoma e descentralizada, esta organização encarrega-se do IP do site, e as receitas geradas vão ser utilizadas no desenvolvimento de novas ferramentas.
Não é a primeira vez que Holly Herndon se aventura na experimentação com técnicas vocais de IA. Em “Proto”, o seu último álbum, participa também Spawn, um cantor sintético e multi-vocal desenvolvido ao lado de Mathew Dryhurst. “Para o próximo disco, Holly e Mathew querem aprofundar esse conceito, permitindo a qualquer pessoa brincar com um instrumento IA criado a partir da voz de Holly”, avança a start-up.
Com website já online, está tudo à distância de um clique.
Direitos de imagem reservados
Deixa um comentário