AUTOR

Daniel Duque

CATEGORIA
Artigo

Sónar Lisboa: 5 atos nacionais a não perder

31 Março, 2022 - 12:06

Com a estreia do Sónar em Lisboa cada vez mais próxima, escolhemos cinco atuações nacionais para ouvir durante o festival.

Marcado para os dias 8, 9 e 10 de abril, o Sónar Lisboa acontece em vários espaços da cidade e com muitas atuações em simultâneo. É por isso, aliás, que é importante planear aquilo que queremos ouvir no evento.

Na primeira de duas peças com sugestões para os três dias de festival, vamos tocar em atos nacionais que nos parecem especialmente interessantes. Note-se, no entanto, que isto não passam de pequenas propostas e que há muitos outros momentos a não perder – certifica-te de que vês a programação para o Sónar+D e os horários na íntegra aqui.

Uma breve enumeração de alguns atos pode dar ideia do vasto leque de opções: Nídia, DJ Marfox, Marum b2b Phoebe, Ana Pacheco, Pongo, Pedro da Linha b2b RIOT ou Zé Salvador, entre outros, todos são interessantes. Mas, por um motivo ou outro, estas são as nossas escolhas:

Yen Sung b2b Photonz (sexta-feira às 20h, Centro de Congressos de Lisboa)
O b2b que abre a primeira noite no Centro de Congressos de Lisboa é de luxo, não estivéssemos a falar de Yen Sung e Photonz. Por um lado, uma pessoa cheia de história e experiência que foi DJ dos Da Weasel e que é residente no Lux Frágil. Por outro, o responsável pela extinta One Eyed Jacks, peça-chave de movimentos fulcrais na noite lisboeta e autor de discos igualmente brilhantes.

Ter a oportunidade de ouvir duas escolas diferentes a trocarem discos entre si já seria motivo suficiente para não perdermos esta atuação, mas há um outro pormenor que nos deixa curiosos. Estamos a falar dos dois responsáveis pela recém-criada Alphabet Street, uma editora que se movimenta pelos caminhos do house e que inclusivamente já pôs cá fora colaborações desta dupla. Quem sabe se não teremos oportunidade de ouvir material novo desta label, mas o que parece mesmo certeza é a força que estes dois nomes têm em conjunto.

VIL b2b Cravo (sexta-feira às 22h30, Centro de Congressos de Lisboa)
É inevitável: VIL e Cravo são dois dos maiores porta-estandartes do techno nacional nos dias que correm. Ambos integram a HAYES, um coletivo e label que tem chamado muito a atenção fora de portas, mas o trabalho que desenvolvem vai muito para além desse projeto. Só nos últimos tempos, por exemplo, vimos VIL a lançar discos por selos como Self Reflektion e Cravo a editar pela SK_Eleven, entre outras.

A questão é que esta dupla tem também trabalho colaborativo de excelência. Com passado em movimentos como dubstep ou hip-hop, respetivamente, VIL e Cravo foram os responsáveis pelo 32º lançamento da Klockworks – disco imprescindível que conta com faixas como a enérgica Fuck This Dub – e ainda recentemente participaram na compilação de estreia da Mutual Rytm, de SHDW & Obscure Shape.

Já em palco, no Sónar, este b2b será mais uma oportunidade de comprovar por que razão estes nomes são e devem ser tão aclamados.

Ka§par (live) (sábado às 18h, exterior do Pavilhão Carlos Lopes)
A sua Percebes também vai estar pelo Sónar a passar discos, mas a nossa sugestão tem de ir para Ka§par. E por uma razão em concreto: a atuação deste incontornável nome será em live act, um formato pouco habitual para ele no nosso circuito.

Ka§par é um dos grandes em Portugal. Prova disso são os discos que tem em seu nome, o trabalho que desenvolve na Percebes ou no bar Suave, e até a sua história como jovem DJ de 16 anos em espaços tão importantes quanto o Frágil, entre uma miríade de outras referências que poderíamos dar.

Todos esses anos e experiências tornam Ka§par num nome com uma capacidade única para passar discos – ouça-se o brilhante mix que assinou para a 5Mag de Chicago, por exemplo – mas também para produzir música que enche as medidas de qualquer ouvinte. Como se não bastasse, nesta atuação João Pedro vai tocar ao vivo um dos nossos favoritos de 2021, “Gestures of Release”, e, só por aí, este momento já é imperdível.

Dust Devices (live) (sábado às 22h, Centro de Congressos de Lisboa)
A justificação para incluir Dust Devices está longe de ser complexa: é um dos nomes a ter mais em conta no cenário portuense. Comprovámos isso no Semibreve, em Braga, ou em discos como o álbum de 2020 “Interupt”, lançado pela Mera, à qual está também associado.

Cláudio Oliveira é um compositor e sound designer que se desdobra em máquinas de forma exemplar. Com elas, assina autênticas fórmulas sónicas que recolhem amostras de movimentos como electro ou EBM para nos fazer chegar bombas como aquelas que se encontram no recente disco da Zodiak Commune Records, no qual participou com duas faixas.

Um monstro em estúdio (e em palco), Dust Devices terá no Sónar a oportunidade de mostrar todo o seu esplendor a um circuito que não lhe é tão habitual. E é garantia de fogo e festa até mais não.

Violet b2b BLEID (domingo à 0h, Pavilhão Carlos Lopes)
Já passaram quatro anos desde que Violet e BLEID se juntaram para lançar o aplaudido “Badness”, mas o EP ainda soa atual. E mais do que soar atual, é para esse trabalho que somos imediatamente remetidos quando pensamos numa atuação entre estes dois tão efervescentes nomes da cena lisboeta.

Desde o lançamento desse EP, ouvimos trabalhos de BLEID na All Centre ou na sua nova Sweet Love Making, bem como discos de Violet pelos quais nos apaixonamos, como é caso do EP “Sickle and Hammer” ou do mais recente álbum “Transparências”. Mas, na realidade, não é por aí que prevemos um b2b bem rico.

É antes pelo facto de estarmos diante dois nomes que partilham muitas experiências e momentos entre si (festas da mina, por exemplo) e, por aí, esperamos uma história repleta de energia e de diferentes sonoridades – mas sempre com coesão e aliança sem igual. Afinal, só dois nomes com tamanha cumplicidade podem garantir um b2b de excelência sem que tenhamos de ouvir exemplos de antemão. E nós, aqui, estamos ansiosos por ouvir estas duas horas que irão encerrar o Sónar Lisboa.



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