Música nacional e internacional para diferentes gostos e feitios.
ARCANA – Baile da Peruca [Cacho Fresco Records]
“Uma nova era para as bixas e putas”, escuta-se no segundo tema. Uma porta de entrada para conhecer este coletivo e artistas que marcam a cena atual do Porto e do país. Uma panóplia fluida de estilos. Um manifesto queer. Um aguardado álbum de estreia tão indispensável quanto, dizem-nos, as festas organizadas pela ARCANA, IN.TRAVA.
Augen – Driftia Diaries [MiMi Records]
12 anos depois, Augen de regresso à MiMi Records. Apelidado pelo próprio de mini-álbum, “Driftia Diaries” é música ambiente e pacificadora para dias soturnos, sim, mas não só. Nota para o embalador e cativante tema final, composto na App Oval Synth. Uma prova de que as ferramentas são o que fazemos delas e que a música de Gabriel Mendes vai além de qualquer extensão do corpo.
BLEID – Tempo A Menos
Invariavelmente um dos nomes mais especiais na música eletrónica nacional este ano. É que, repare-se, tanto nos pôs a dançar com “Aerosol” ou “Subliminar”, como nos embalou com o ambient de “Endless Love”. Em “Tempo A Menos”, o tornar a essa música introspetiva, marcada por ambiências celestiais, drones ou as cordas da guitarra que já lhe é tão característica.
Cassulle – Phantom Troupe [O’Clock]
Cassulle a lançar pela O’Clock para celebrar os quatro anos do braço editorial do projeto portuense. Techno para a mente, repleto de groove e tons reflexivos para ouvir cada partícula e dançar de olhos fechados. Ainda mais especial graças aos remixes de Jorge Flukso e Setaoc Mass. Classe.
Doctor Jeep – Mecha [TraTraTrax]
André Lira já anda aí há muito, mas nos últimos tempos tem-se tornado a certeza que tantos anteviam. Com remixes de Ploy, Wata Igarashi e Peder Mannerfelt, “Mecha” é dancefloor até mais não, uma receita enérgica que tanto nos dá elementos de baile funk (ritmos e vozes, note-se) como de dubstep, techno e outros que tal. O selo da TraTraTrax diz tudo – e a assinatura de Doctor Jeep também.
Dust Devices – Ruins [Diffuse Reality]
Difícil parar de destacar trabalhos de Dust Devices quando o output é como este. O lado metal e cavernoso mantém-se, mas o EP é direcionado para pistas exigentes e fora dos cânones. Inspirado em electro, techno e industrial de forma própria, “Ruins” é escolha ideal para virar cérebros e corpos do avesso.
JakoJako – Segmente EP [NovaMute]
Techno modular e musculado pelas mãos de JakoJako na NovaMute, com uma segunda parte mais ambient, emocional e introspetiva. Amostra certeira das atuações ao vivo deste nome, ou não fosse este EP resultado direto desses live acts.
Ka§par – Omnisciente [Percebes]
EP de escuta obrigatória assinado por um dos grandes cá do burgo. Quarto e último curta-duração de uma série que é rematada por um caminho repleto de paragens: Brasil, Estados Unidos, dub, hip-hop ou Gemeste, uma das grandes faixas de house do ano. Académico.
Imagem por Catarina Ribeiro
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