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Daniel Duque

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Notícias

Aslice fecha portas após dificuldades em alcançar sustentabilidade financeira

3 Setembro, 2024 - 19:54

Um relatório mostra que a participação dos DJs mais bem pagos poderia ter ajudado na sobrevivência da Aslice.

Fundada em 2022 por DVS1, a Aslice foi uma plataforma inovadora que teve como propósito lutar por uma indústria mais justa ao oferecer um sistema que facilitava a partilha de receitas de DJs com produtores de música. Esta terça-feira, anunciou que irá cessar atividade.

Por meio desta, DJs podiam importar playlists para a Aslice e escolher a percentagem destinada aos produtores das faixas que tocaram nos gigs. A plataforma tinha uma tecnologia que facilitava todo o trabalho, até mesmo o de identificar os autores dos temas.

Ao longo do período de atividade, pode ler-se no relatório publicado juntamente com o anúncio, foram distribuídos mais de 380,000 euros por mais de 27,000 produtores, valores estes gerados por mais de 7000 playlists de 935 DJs.

“O impacto dos milhares de utilizadores que partilharam a nossa visão fez com que todos ganhassem a sua parte justa”, lê-se no anúncio. “29% dos produtores receberam o primeiro pagamento pela sua música através da Aslice, enquanto 60% ganharam mais com a plataforma do que com todos os seus outros rendimentos musicais juntos.”

Assinado pela empresa Audience Strategies, o relatório refere que o impacto da Aslice se sentirá nos próximos anos e questiona a importância de alguém vir a ter esta responsabilidade. Por lá, pode ler-se que as leis nacionais não conseguem ter o mesmo efeito da plataforma.

Como podes ler aqui, a plataforma fez menos de 60 mil euros de lucro e precisava de pelo menos mais 200 para ser sustentável. O mesmo estudo nota que apenas 5.9% de DJs ativos partilharam rendimentos por este meio e que, caso 40 nomes de “top tier” tivessem participado, a sustentabilidade financeira poderia ter sido alcançada. Repare-se que isto acontece apesar de “2293 DJs profissionais terem sido contactados” desde 2021.

A Aslice foi particularmente impactante na cena techno, uma vez que “96% dos DJs” estavam inseridos nesse género. Entretanto, várias vozes da comunidade têm falado nas redes sociais, como é caso de Barker ou de Oscar Mulero. O primeiro fala da “falta de respeito” dos grandes DJs e o segundo corrobora, referindo que faltou “humildade e gratidão” pelos criadores.

Para aqueles que ainda não reclamaram pagamentos, a Aslice refere que 31 de dezembro é a data limite, inclusive para os que ainda não estão registados. A plataforma “não ficará com quaisquer ganhos não reclamados” e, nesse caso, todo o valor será doado por meio da fundação homónima.

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