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Entrevista

DJ Deep sobre portugueses: “Sabe bem tocar para espetadores tão entusiasmados”

9 Agosto, 2019 - 16:30

Antes da sua passagem pela 14ª edição de Neopop, DJ Deep respondeu a algumas perguntas para nos abrir o apetite para a noite de sábado.

O parisiense é perito em selecionar as faixas que coleciona desde que começou a tocar nos finais dos anos 90, inícios de 2000. As suas editoras, Deeply Rooted (antiga Deeply Rooted House) e a House Music Records, lançaram discos de Dax J, Emmanuel, Roman Poncet (com quem criou o projeto de techno ao vivo chamado Adventice em 2015), Terence Fixmer, Ben Sims, Ben Klock, Kerri Chandler, entre muitos outros, o que contribuiu para a longevidade das mesmas. É um dj que se divide entre sonoridades house e techno, tendo tocado em mais de 40 países ao longo da sua carreira.

Este sábado, Cyril Etienne, mais conhecido por DJ Deep, retorna a Portugal para abrir e fechar o Anti Stage com Zadig em back-to-back, sendo que o set de encerramento tem duração de três horas.

Com mais de duas décadas a tocar e a produzir música, és um dos grandes nomes do Neopop 2019 ao lado de Zadig. Vai ser a primeira vez que vão tocar juntos? Como é que se conheceram?
O Zadig e eu somos bons amigos. Conhecemo-nos há muito tempo, mas aproximamo-nos mais quando ele começou a trabalhar na Syncrophone, em Paris. Respeito muito o trabalho dele; é um dj e produtor muito talentoso e um amigo muito leal também! Fiquei muito feliz por lançar um 12’’ dele na Deeply Rooted em 2013 e adorava voltar a lançar mais música dele.

O que é que podemos esperar do vosso set no Anti Stage?
Na verdade, vão ser dois sets: um de abertura de duas horas e outro back-to-back para fechar de três horas. Eu e o Sylvain nunca tocamos durante tanto tempo num back-to-back, portanto vamos ver como é que tudo se desenrola!

O Zadig tem sido uma presença regular no Neopop, em Viana do Castelo. O que é que ele te disse acerca da cidade e do festival?
Ele sempre mostrou estar muito entusiasmado com tudo e contou-me o quão ótimo é o festival. Lembro-me que estávamos à conversa no aeroporto de Berlim depois de um set no Tresor e ele teve esta ótima ideia de tocarmos em back-to-back.

Nos últimos anos, tens tocado algumas vezes por Portugal, em espaços como o Lux Frágil, Industria ou Ministerium. Qual é a tua opinião acerca da cena portuguesa e, no fundo, qual a tua impressão geral de Portugal?
Muito boa até à data, sabe bem tocar para espetadores tão entusiasmados. Também tive a oportunidade de conhecer djs locais e adorei a sua paixão e dedicação pela música.

Recentemente lançaste Raw Cuts #1 e #2. O que podemos esperar de ti no futuro? Talvez o teu primeiro álbum a solo?
Tenho de terminar alguns remixes nos quais tenho estado a trabalhar, e talvez alguns outros 12’’s a solo. Um álbum seria muito interessante, mas eu tenho uma ideia especial sobre como isso pode materializar-se e isso pode exigir um pouco de tempo para fazê-lo. Mas em breve haverá mais informações sobre isso.

A tua Deeply Rooted tem sido responsável por lançamentos de artistas como Dax J ou Terence Fixmer. Com os olhos postos no futuro, quais são os objetivos da editora?
É engraçado ler isto hoje pois realmente estava a pensar nestes 16 anos de existência da minha editora, e sinto que esta tem um “bom gosto”. Peço desculpa se isto soa pretensioso, mas se ouvirem cada lançamento e colocarem-no no contexto do lançamento (o seu ano e a evolução dos vários estilos), acho que passam o “teste do tempo”!

A cena da música eletrónica tem vindo a progredir bastante desde o início da tua carreira, e atualmente existem mais djs e produtores a tentar entrar na indústria. Como alguém com alguma experiência, achas que, hoje em dia, novos artistas não têm as mesmas dificuldades que vocês tiveram nos anos 90?
Não sei. Eu comecei a tocar quando a música (house e techno) realmente se começou a desenvolver. Todos nós tivemos de lutar enquanto a nossa música era considerada desinteressante e às vezes má. É ótimo ver que os novos talentos têm agora mais liberdade para experimentar e desenvolver o seu som e a sua carreira, considerando que este tipo de música se tornou mais respeitado globalmente.


Fotografia por Keffer

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