AUTOR

Daniel Duque

CATEGORIA
Entrevista

Mário Matos: “Queremos elevar as expetativas [em todas as edições]”

25 Julho, 2018 - 19:53

Estivemos à conversa com Mário Matos, um dos organizadores do RPMM, para descobrir mais acerca da primeira edição do evento que começa este sábado.

A história começa em Berlim quando Mário Matos, natural de Lisboa mas emigrado em Londres desde finais dos anos 90, conhece Vitor e Catarina Magalhães numa festa de aniversário de uma amiga em comum. “Passamos o fim de semana a falar em inglês e só depois é que percebemos que éramos portugueses”, diz Mário.

Pelo meio da conversa, e das festividades, a vontade de criar o RPMM surgiu. A partilha “do gosto pela música eletrónica” fez com surgisse a ideia, não quisesse já Matos “abrir as asas” depois de estar envolvido em algumas equipas em Inglaterra. Daí, Vítor e Catarina sugeriram a sua cidade, o Porto, como o local ideal.

“No primeiro ano, não vemos problema em tentar encher o festival de pessoas. Vamos começar com calma, procurando até ter algo mais íntimo”. No entanto, a equipa procurou um espaço minimamente amplo, e Matos ficou decidido quando se deparou com a Alfândega do Porto: “Nem quis ver mais nada. Se me dissessem que não podíamos ficar com esse espaço, nem sei o que se passava comigo”.

Na Alfândega, ao longo dos dois dias de festival, vão estar mais do que 20 artistas distribuídos por três palcos – um deles VIP. Como também havia a intenção de ser um “festival urbano, utilizando espaços da própria cidade”, o Cais Novo e os clubs Gare e Industria vão ser as pistas das after-hours do evento da 0h às 6h, com nomes como Art Department, Matthias Tanzmann ou Darius Syrossian a saltarem à vista. “Com um bilhete diário, por exemplo, tens acesso a todos os espaços”, acrescenta Mário Matos.

Com ajuda de Milanka Almeida da MusiKall na curadoria, a equipa do RPMM sente-se satisfeita com o cartaz desta primeira edição. “Até porque queremos criar uma plataforma para talento português, assim como prestar atenção aos nossos artistas”, o festival é “uma mistura entre top artists como Âme ou Guy Gerber, e portugueses como Alfonsvs ou Pixel82”. Matos continua por dizer que procuraram “um bom balanço, tentando criar uma oportunidade para espalhar e introduzir artistas que muitos talvez não conhecem, abrindo portas para uma aventura”.

A nível de atividades este ano, “o foco é a música”. Mas com a ajuda de Jonny TV como diretor artístico – já trabalhou com bandas como Chemical Brothers ou Rolling Stones – o RPMM procurará supreender e promover a melhor experiência sensorial possível. Além disso, o britânico vai continuar a trabalhar, nos próximos anos, com a equipa que quer continuar a “elevar as expetativas” a cada edição.

Como afirma Mário, “o plano é manter o Porto como a base”. Mesmo com a eventual possibilidade de outros eventos fora de portas, em Portugal a cidade anfitriã será sempre a invicta. Isto sem esquecer as terras portuguesas, onde também pretendem fazer showcases: “…queremos que isto seja um movimento para Portugal. Queremos tentar que o Porto seja ainda mais reconhecido como uma grande força criativa, mas sem distinções: não se trata de uma competição, trata-se de elevar o país inteiro.”

Mário Matos persistiu em mostrar apreço pela qualidade dos artistas portugueses, afirmando que não quer “deixar nenhum português isolado”. “O grande objetivo é abrir portas” e “continuar a apostar nos novos talentos”.


O RPMM começa este sábado na cidade invicta e estende-se até domingo. O epicentro é a Alfândega do Porto do 12h à 0h, mas há afters para todos os gostos. Entre os inúmeros artistas confirmados estão os lives de Francesca Lombardo e de Damian Lazarus, dj sets de Âme, Guy Gerber e Jackmaster b2b Jasper James, ou ainda de portugueses como Vasco Valente ou Violet.

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