A violinista, poetisa e artista de gravação Ana Rita de Melo Alves mostra pela primeira vez ao mundo nove faixas de folk experimental.
São preces em poesia, cordas, violino e percussão. São notas de piano, guitarras elétricas, pássaros e tantos outros vestígios sónicos. Assim surge “Could Divine”, projeto de gravação semi-secreto inspirado no legado musical de Eva Hesse, bem como de outras artistas pioneiras do pós-minimalismo.
Apesar de contar com o contributo regular de Nico Fernandez na co-produção e troca de ideias, é a voz interior da portuense a residir em Londres que sobressai ao longo do álbum. Os versos, que segundo a própria são “a sua forma de expressão artística mais primordial”, aliam-se a uma modulação feérica omnipresente, conferindo ao “computer folk” de anrimeal uma aura muito particular. Destacam-se ainda as contribuições de Miguel Crespo e Huw Roberts na percussão e guitarra elétrica, respetivamente, de I Am Not, sendo a percussão de Miguel Crespo usada em sample na faixa Could Divine.
Lançado furtivamente no Bandcamp em “regime paga-o-que-puderes” aquando da primeira performance a solo da artista, “Could Divine” esteve bastante tempo em período de maturação. O confinamento imposto em 2020, conta-nos Ana Alves, foi um fator decisivo para o lançamento digital. Depois da reação positiva ao primeiro lançamento, a Demo Records, label da artista já com quatro álbuns sob a sua alçada, une-se à Crossness Records para possibilitar uma edição limitada em vinil amarelo.
“Could Divine” pode ser escutado aqui, através do Bandcamp, e nas restantes plataformas de streaming.
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