AUTOR

Daniel Duque

CATEGORIA
Notícias

Organização do Boom lamenta ser alvo de escrutínio

1 Agosto, 2018 - 11:05

Em comunicado à agência Lusa esta terça-feira, a organização do Boom Festival lamentou que o evento “continue a ser maltratado e ostracizado” pelas entidades portuguesas.

No seguimento da Lua Cheia, operação realizada pela Polícia Judiciária e Guarda Nacional Republicana no festival Boom, em Idanha-a-Nova, 69 pessoas foram detidas por alegado tráfico de estupefacientes, sendo que a maioria é de nacionalidade estrangeira.

A organização, que revelou ter ajudado as autoridades a coordenar a operação, “está a recorrer” aos meios legais que tem à disposição para “combater esta atuação preconceituosa”, como se lê num comunicado enviado à agência Lusa. O Boom mostrou-se “expectante” para ver o mesmo tipo de “divulgação sobre operações deste género em outros festivais ao longo de 2018”.

“Não podemos deixar de nos surpreender que, neste universo [dos festivais], apenas o Boom Festival mereça tanta associação ao tema das drogas por parte de forças policiais e mediáticas”, diz a organização, que reforçou que o evento “decorre dentro da mais escrupulosa legalidade e que é alvo de escrutínio rigoroso por parte de todas as entidades”, tendo até “sido alvo de elogios por parte da Autoridade Nacional de Protecção Civil” como sendo “um exemplo a nível nacional” no que diz respeito ao seu “plano de medidas de prevenção de incêndios”.

O Boom quis ainda realçar a participação de “mais de 30,000 visitantes, 508 dos quais crianças”, num evento que vêm como uma oportunidade de famílias apresentarem aos filhos “um modo de vida sustentável em plena natureza e com máximo respeito pela mesma e pelas artes e cultura”. A organização também referiu o trabalho da imprensa, que se focou na operação Lua Cheia, ignorando o facto de ser “um festival considerado de referência a nível internacional”, ou até a presença de Leo Hoffman-Axthelm, Prémio Nobel da Paz em 2017 e representante europeu da Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares.

A equipa do Boom questionou ainda “por que razão um festival que, em 2018, recebeu mais de 30,000 visitantes de 147 nacionalidades; quase um milhar de artistas de diversos países; workshops; palestras; inúmeras ações de promoção da sustentabilidade ambiental; continua a merecer esta atenção maioritariamente negativa, não encontrando paralelo na cobertura realizada a outros eventos, onde as operações policiais também acontecem, ainda que eventualmente não sejam divulgadas”. Conclui por dizer que “a organização não se revê” nas temáticas com que continua a ser relacionada pelas entidades políticas, judiciais e até pela comunicação social.


A fotografia é de Pierre Ekman

relacionados

Deixa um comentário







t

o

p