AUTOR

Daniel Duque

CATEGORIA
Podcast

N’A CABINE #004: Rekorder

31 Março, 2018 - 16:00

Quando convidámos Rekorder para participar neste episódio, o vimaranense, agora a residir em Barcelona, não hesitou em aceitar o convite. Desde logo, Rui Pedro evidenciou um enorme à vontade para falar com A Cabine, e a sua humildade foi algo que saltou à vista. E não foi preciso dizer-nos que é uma pessoa simples, calma e “com um profundo gosto pela música”; nós percebemos logo isso.

Rekorder tem origem em “Reckoning Order”, um projeto de Rui Pedro que, apesar de demorar “alguns anos a arrancar”, tem agora a sua ordem devidamente calculada, e já se apresentou ao público há alguns anos atrás. Como muitos outros, o dj começou por misturar música para amigos e, mesmo tendo tocado em diferentes palcos até então, isso continua a ser uma “das coisas que me dá mais prazer”.

Com um primeiro contacto com sonoridades “mais ambientais” como Kruder & Dorfmeister e Zero 7, Rekorder sempre utilizou a música como um refúgio para os problemas ou, “outras vezes, para exponenciar os melhores” momentos. Mais tarde, conhece nomes como DJ Hell, Miss Kittin ou Fischerspooner no ensino secundário, mas tudo começa quando conhece a armada composta por Dave Clarke, DJ Rush e Carl Cox — esses, sim, agarraram o dj vimaranense à cultura eletrónica.

Para Rekorder, a música é a prioridade. Nunca se deixou levar por vícios, referindo que, durante anos, se limitava a bebidas energéticas e a dançar. Desde então, o dj observou atentamente a cena eletrónica: “os djs, o ambiente, as pessoas, as organizações… tudo me influenciou e influencia”. Quando questionado acerca da sua experiência até à data, Rui refere que tem tido uma “experiência fantástica” que espera continuar a “crescer exponencialmente”.

Mas há muitos detalhes com que se preocupa. Se nos primeiros tempos a timidez e a vergonha trouxeram algumas dificuldades pois não gosta de protagonismo, Rekorder sente que está cada vez mais apto para pôr os ouvintes a dançar através da seleção que faz. “Durante anos”, acrescenta, “toquei sem preparar um set, limitava-me a escolher entre 100 a 150 músicas”, tentando sempre improvisar ao máximo em palco.

É por isso que experimentou diversas combinações nas cabines. Ultimamente, Rekorder tem-se baseado na Traktor S4 com os controladores X1 e F1, por sua vez aliados à Pioneer RMX. Mas antes disso, tocou ao vivo com outros recursos, tanto digitais (Ableton) como analógicos (Roland TR8). No entanto, todo este processo originou-se num lado muito digital e precário: começou por misturar em softwares com o rato.

Nunca, em nenhum momento, Rekorder esquece aqueles que tornaram possível a sua carreira — da família aos amigos, a passar pelos que amam o seu trabalho. Nesse sentido, o dj acredita que “todos aqueles que procuram saber mais sobre este mundo” devem fazê-lo. Ao longo da entrevista, o dj reflete sobre o crescimento que tem existido em Portugal, e afirma que quer ter um papel neste.


Por entre mudanças, Rekorder selecionou as músicas para este set nas suas viagens de metro em Barcelona. Com a ajuda do único material que levou para Espanha, o seu primeiro controlador MIDI, Vestax VCI-100, o dj conduz-nos agora por uma viagem de 75 minutos que promete agarrar-nos aos auscultadores.

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