Um trabalho de várias dimensões e camadas que pretende revelar música para a banda-sonora do nosso dia-a-dia.

Depois de álbuns como “Bed of Roses”, lançado pela Dark Entries em 2019, Inês Coutinho está de regresso com o seu terceiro longa-duração. Intitulado “Transparências”, o disco apresenta a particularidade de oferecer temas para várias circunstâncias, sugerindo a ideia de que devemos “experimentar a funcionalidade da música enquanto ferramenta para interpretar diferentes tempos e espaços”, segundo as notas de lançamento.

Para isso, Violet edificou 10 temas com diferentes propósitos e estilos. Desde Música para acordar até Música para adormecer, passando por Música para dançar, como não poderia deixar de ser, e Música para limpar e arrumar (com BLEID), que os mais atentos podem ter escutado no último “Música com Pés e Cabeça”, de Rui Vargas, na Antena 3.

Quanto ao propósito, as faixas pretendem funcionar como “peças de suporte à nossa rotina”, como meios “de reconexão entre o que fazemos e o que sentimos”. Desta forma, a patroa da naive, neste regresso às edições, faz-nos um convite diferente do habitual.

Quanto ao estilo, identificam-se várias sonoridades, como ambient, downtempo, jazz e jungle. Tal como reiterado nas notas de lançamento do trabalho, esta narrativa é inspirada no trabalho de compositores como Delia Derbyshire e Wendy Carlos.

Editado pelo braço editorial da Rádio Quântica, “Transparências” vem a público com uma versão física, em CD, acompanhada por um livro de poemas escritos por um nome que conhecemos também por trabalhos como a associação Planeta Manas. Ainda que, por enquanto, só a versão digital esteja ao nosso alcance nas habituais plataformas do ciberespaço.

Fotografia por Bruno Ferreira