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Daniel Duque

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PSP faz rusga ao Planeta Manas durante gravação de documentário

23 Outubro, 2024 - 10:08

Tudo aconteceu na passada sexta-feira. As associações referem que não houve qualquer notificação formal.

A PSP realizou uma rusga na sexta-feira, 18 de outubro, e afirma ao Público ter sido uma “fiscalização planeada” a dois estabelecimentos. Mas não houve mandado, como refere o comunicado conjunto da Terratreme e do Planeta Manas, localizado no Prior Velho, Lisboa.

O caso decorreu durante as gravações da produtora Terratreme para um novo documentário de Tiago Hespanha e, durante duas horas, pessoas foram impedidas de entrar ou sair. O momento “impediu as filmagens [de] uma instituição cultural apoiada por fundos públicos” que acontecia num espaço apoiado também por Ministério da Educação e Direção-Geral das Artes.

“Entraram à força na nossa sede associativa dezenas de agentes duma equipa de intervenção rápida, armados e encapuçados, alegando tratar-se duma inspeção de rotina”, pode ler-se no referido comunicado. “Sem notificação formal, fizeram buscas e revistaram coercivamente todas as pessoas presentes, impediram a festa de continuar e ordenaram a saída das pessoas associadas, sem motivo válido que o justificasse.”

As associações notam que este “comportamento repressivo por parte das forças de segurança é inaceitável e representa um ataque direto à liberdade de expressão artística que defendem e pela qual lutam todos os dias.” Como referido atrás, fonte da PSP confirmou que houve uma operação “planeada”, não referindo a existência de mandado.

Também ao jornal Público, Tiago Hespanha diz acreditar “que a motivação por detrás da intervenção policial na festa não era ordem criminal” e refere que lhe foram apresentadas três justificações durante a rusga: condições para estar aberto, consumo de estupefacientes e o possível “motivo moral”, dado que o agente perguntou ao produtor se “gostava de ter um filho neste ambiente”. Outro agente terá acusado o Planeta Manas de ser uma fachada para “outros negócios”.

Sem qualquer detenção, a PSP apreendeu estupefacientes, nomeadamente ecstasy, canábis, haxixe, cocaína e cogumelos alucinogénios. Não é referido se as apreensões ultrapassam os limites legais para uso pessoal.

A rusga resultou num “prejuízo grande”, nota Tiago Hespanha ao Público. Os organizadores ainda não decidiram os próximos passos.

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