Duas gerações da música bracarense encontram-se no duo Fura Olhos. 115 Mitos é o primeiro single do álbum agendado para novembro.

Ele já fundou bandas como Mão Morta por entre mil outros ofícios, ela é uma jovem artista que tem chamado a atenção com “a voz [como] principal instrumento para a composição”. A primeira amostra de Fura Olhos chama-se 115 Mitos e chegou até nós esta sexta-feira.

Com selo da vimaranense Revolve, o primeiro disco da dupla é “fruto do baú de composições de Miguel Pedro”, diz o texto de apresentação, e das “vozes e bitaites de Inês Malheiro”. “Fura Olhos são canções quebradas, entrópicas, inspiradas nas melodias do granizo e no ritmo inconstante do vento”, pode ler-se ainda.

E quebradas são também as vozes de Inês Malheiro que se escutam ao longo deste tema cantado em português. Afinal, o uso da voz (bem como da eletrónica) é mesmo uma das características principais do trabalho desta jovem bracarense, como é possível ouvir nas cinco composições da sua série “the endless chaos has an end”. Em dezembro passado, foi ao lado de Gonçalo Penas que nos fez chegar “Canal-Conduto”.

Já Miguel Pedro, 55 anos, sempre esteve envolvido em diversas atividades na sua cidade, desde futebol à política. Mas é também um importante nome da música feita por Braga. Parte da equipa de produção e programação do Festival Semibreve, o multinstrumentista, compositor e produtor é baterista e fundador dos Mão Morta, e no seu currículo estão também bandas como Mundo Cão, Palmer Eldritch e Governo.

O primeiro disco chega em novembro. Até lá, 115 Mitos está pelo Bandcamp e YouTube, com vídeo de Nuno Loureiro.

Fotografias por Adriana João