Foram vários os trabalhos que marcaram a nossa redação durante o mês de outubro. Difícil foi escolher.
sussurro – dias normais, dia sufocante [1980, 2 de outubro]
Em entrevista ao Rimas e Batidas, sussurro explicou que “há todo um caminho que se percorre” na sua música, que não tem necessariamente “uma posição”. Dizem-lhe que é um EP techno e ele acredita. Mas, na realidade, tem disso e muito mais. É um trabalho de ambiências envolventes, de ritmos frenéticos, quebrados e arrebatadores, de uma peculiaridade que só alguém descontraído e sem rótulos pode apresentar. É, no fundo, uma excelente companhia que tanto serve para dias normais como para dias sufocantes.
Em entrevista ao Rimas e Batidas, sussurro explicou que “há todo um caminho que se percorre” na sua música, que não tem necessariamente “uma posição”. Dizem-lhe que é um EP techno e ele acredita. Mas, na realidade, tem disso e muito mais. É um trabalho de ambiências envolventes, de ritmos frenéticos, quebrados e arrebatadores, de uma peculiaridade que só alguém descontraído e sem rótulos pode apresentar. É, no fundo, uma excelente companhia que tanto serve para dias normais como para dias sufocantes.
Machinedrum – A View of U [Ninja Tune, 9 de outubro]
O novo álbum de Machinedrum pela Ninja Tunes está cá fora. Entre beats de hip-hop, trap, drum’n’bass e outras formas de bass music, o sampling e a sintetização de som do artista mantém-se. Este trabalho conta com colaborações de diversos artistas como Freddie Gibbs, Sub Focus, Father, Chrome Sparks, Tanerélle, entre outros, e a escuta é muito fácil. Fácil e prazerosa.
O novo álbum de Machinedrum pela Ninja Tunes está cá fora. Entre beats de hip-hop, trap, drum’n’bass e outras formas de bass music, o sampling e a sintetização de som do artista mantém-se. Este trabalho conta com colaborações de diversos artistas como Freddie Gibbs, Sub Focus, Father, Chrome Sparks, Tanerélle, entre outros, e a escuta é muito fácil. Fácil e prazerosa.
VA – Better Days [Semi Delicious, 9 de outubro]
Nem sempre um VA tem a importância merecida, e diríamos que muitas vezes é até subestimado. Mas “Better Days EP” contraria a norma, e vem recheado de gourmet auditivo. A faixa que dá nome a este vinil é um house sublime da dupla Manuel Darquart e tem rodado fortemente em loop por cá, desde a sua descoberta. A outra que destacamos é Deep Asleep de Baby Rollén, um acid bem deep, smooth e sensual que nos faz fantasiar no regresso (quase utópico) a uma pista para o podermos usufruir na sua plenitude.
Nem sempre um VA tem a importância merecida, e diríamos que muitas vezes é até subestimado. Mas “Better Days EP” contraria a norma, e vem recheado de gourmet auditivo. A faixa que dá nome a este vinil é um house sublime da dupla Manuel Darquart e tem rodado fortemente em loop por cá, desde a sua descoberta. A outra que destacamos é Deep Asleep de Baby Rollén, um acid bem deep, smooth e sensual que nos faz fantasiar no regresso (quase utópico) a uma pista para o podermos usufruir na sua plenitude.
Salbany – Lifeforms [Diffuse Reality Records, 10 de outubro]
O jovem lisboeta Salbany está de regresso a esta lista mensal com aquele que é o seu primeiro álbum, “Lifeforms”. Editado pela Diffuse Reality Records, o disco volta não só a mostrar a ambivalência de Guilherme Alves dentro do espectro techno, mas também por que razão é um nome para manter debaixo de olho no cenário nacional. Com synths cortantes aliados a ritmos frenéticos e outros pormenores, “Lifeforms” está repleto de bombas desenhadas para destruir qualquer pista. Precisam de exemplos? Ouçam já a vibrante Joey’s Conclusion.
O jovem lisboeta Salbany está de regresso a esta lista mensal com aquele que é o seu primeiro álbum, “Lifeforms”. Editado pela Diffuse Reality Records, o disco volta não só a mostrar a ambivalência de Guilherme Alves dentro do espectro techno, mas também por que razão é um nome para manter debaixo de olho no cenário nacional. Com synths cortantes aliados a ritmos frenéticos e outros pormenores, “Lifeforms” está repleto de bombas desenhadas para destruir qualquer pista. Precisam de exemplos? Ouçam já a vibrante Joey’s Conclusion.
EVAYA – Intenção [Independente, 12 de outubro]
A chuva de outubro pinta uma aguarela particularmente mística em “INTENÇÃO”. O EP de estreia de EVAYA ilumina recantos de uma selva sónica que brilha consoante o pulsar dos sintetizadores. Embarcamos à mercê de uma brisa oceânica que funde eletrónica experimental e pop, e a corrente eleva-se com cânticos de sereia. A multifacetada artista portuguesa paira num fluxo etéreo entre vidas e mundos, percorrendo a eternidade em instantes. Numa melodia que se dissolve em sinuosa cerimónia, o ritual faz-se imerso na matéria sónica do ser.
A chuva de outubro pinta uma aguarela particularmente mística em “INTENÇÃO”. O EP de estreia de EVAYA ilumina recantos de uma selva sónica que brilha consoante o pulsar dos sintetizadores. Embarcamos à mercê de uma brisa oceânica que funde eletrónica experimental e pop, e a corrente eleva-se com cânticos de sereia. A multifacetada artista portuguesa paira num fluxo etéreo entre vidas e mundos, percorrendo a eternidade em instantes. Numa melodia que se dissolve em sinuosa cerimónia, o ritual faz-se imerso na matéria sónica do ser.
Autechre – SIGN [Warp Records, 16 de outubro]
A dupla inglesa tem lançado trabalhos como as gravações ao vivo “AE_Live”, mas finalmente há novo álbum. Aliás, há dois novos álbuns: pouco tempo depois de “SIGN”, o duo surpreendeu com aquele que é o sucessor “PLUS”. Com selo Warp Records, nestes trabalhos entra-se numa viagem sónica pelos aparelhos desta dupla-referência do IDM onde há caos e libertação, homem e máquina, ficção científica e realidade. E o caminho, esse, faz-se por uma estrada bem texturada, equilibrada e sempre marcada pelo toque próprio da dupla.
A dupla inglesa tem lançado trabalhos como as gravações ao vivo “AE_Live”, mas finalmente há novo álbum. Aliás, há dois novos álbuns: pouco tempo depois de “SIGN”, o duo surpreendeu com aquele que é o sucessor “PLUS”. Com selo Warp Records, nestes trabalhos entra-se numa viagem sónica pelos aparelhos desta dupla-referência do IDM onde há caos e libertação, homem e máquina, ficção científica e realidade. E o caminho, esse, faz-se por uma estrada bem texturada, equilibrada e sempre marcada pelo toque próprio da dupla.
Il Quadro di Troisi – Il Quadro di Troisi [Raster, 16 de outubro]
Donato Dozzy e Eva Geist juntam-se em “Il Quadro di Troisi” para lançarem o primeiro disco como dupla. Foi desta forma que os artistas prestaram homenagem ao falecido ator e diretor italiano Massimo Troisi, com influências que vão desde o synth pop até o italo disco. O trabalho, lançado pela Raster, toca com precisão no coração, numa viagem pelo mais íntimo – não apenas pela alma dos músicos, mas também pelo espírito e essência de quem ouve.
Donato Dozzy e Eva Geist juntam-se em “Il Quadro di Troisi” para lançarem o primeiro disco como dupla. Foi desta forma que os artistas prestaram homenagem ao falecido ator e diretor italiano Massimo Troisi, com influências que vão desde o synth pop até o italo disco. O trabalho, lançado pela Raster, toca com precisão no coração, numa viagem pelo mais íntimo – não apenas pela alma dos músicos, mas também pelo espírito e essência de quem ouve.
Lithe – Nos [Flood, 16 de outubro]
A Irlandesa Flood faz da percussão não convencional a sua imagem de marca, e basta espreitar o background de Lithe para perceber a natural inclusão no seu catálogo. Do ritmo quase tribal, freneticamente cativante de Nos, à batida portentosa de One for Russ, este é um EP de género indefinido que enche as medidas dos mais ávidos pela potência do kick.
A Irlandesa Flood faz da percussão não convencional a sua imagem de marca, e basta espreitar o background de Lithe para perceber a natural inclusão no seu catálogo. Do ritmo quase tribal, freneticamente cativante de Nos, à batida portentosa de One for Russ, este é um EP de género indefinido que enche as medidas dos mais ávidos pela potência do kick.
Errortica – Safely Stowed [Les Yeux Orange, 23 de outubro]
Deu nas vistas com a sua seleção como DJ, em radio shows e em festivais de grandes dimensões como o Dekmantel, mas agora a russa Sasha Balykova aposta na produção própria. Errortica estreia-se nos lançamentos em vinil com “Safely Stowed”, um EP com claras referências ao italo disco e acid, elaborado com recurso a sintetizadores analógicos. A viciante faixa homónima deixou-nos os ouvidos bem aberto, mas foi com a batida 80s, com toadas de electro primordial, de Never Ending Fun que ficamos completamente rendidos.
Deu nas vistas com a sua seleção como DJ, em radio shows e em festivais de grandes dimensões como o Dekmantel, mas agora a russa Sasha Balykova aposta na produção própria. Errortica estreia-se nos lançamentos em vinil com “Safely Stowed”, um EP com claras referências ao italo disco e acid, elaborado com recurso a sintetizadores analógicos. A viciante faixa homónima deixou-nos os ouvidos bem aberto, mas foi com a batida 80s, com toadas de electro primordial, de Never Ending Fun que ficamos completamente rendidos.
John Frusciante – Maya [Timesig, 23 de outubro]
John Frusciante já nos tinha chamado a atenção anteriormente como Trickfinger, mas lançar em nome próprio um álbum completamente dedicado ao jungle, breakbeat hardcore e drum’n’bass era algo que não esperávamos. Muito se pode dizer sobre este trabalho, mas, sem nos estendermos muito, podemos afirmar que “Maya” é uma viciante cápsula no tempo que, ainda assim, é bem atual.
John Frusciante já nos tinha chamado a atenção anteriormente como Trickfinger, mas lançar em nome próprio um álbum completamente dedicado ao jungle, breakbeat hardcore e drum’n’bass era algo que não esperávamos. Muito se pode dizer sobre este trabalho, mas, sem nos estendermos muito, podemos afirmar que “Maya” é uma viciante cápsula no tempo que, ainda assim, é bem atual.
VHS – Textura [Hayes, 23 de outubro]
O bracarense trouxe um segundo EP para a sua lista, e desta vez lançado pelo coletivo Hayes. “Textura” está recheado de complexidade, panoramas em movimento, detalhes microscópicos, atmosferas transcendentes, groove e progressão musical. O seu primeiro lançamento foi pela Cosmic Burger, “BLUE/GREY”, um trabalho de quatro faixas no qual se preservam e se concentram texturas e atmosferas sci-fi e abstratas. Agora, o foque é numa imperdível exaltação de techno inspirado em Detroit sem deixar esquecido o cunho pessoal do produtor.
O bracarense trouxe um segundo EP para a sua lista, e desta vez lançado pelo coletivo Hayes. “Textura” está recheado de complexidade, panoramas em movimento, detalhes microscópicos, atmosferas transcendentes, groove e progressão musical. O seu primeiro lançamento foi pela Cosmic Burger, “BLUE/GREY”, um trabalho de quatro faixas no qual se preservam e se concentram texturas e atmosferas sci-fi e abstratas. Agora, o foque é numa imperdível exaltação de techno inspirado em Detroit sem deixar esquecido o cunho pessoal do produtor.
Rïcïnn – Nereïd [Blood Music, 23 de outubro]
“Nereïd” é o novo álbum de Rïcïnn, quarteto de experimentalismo sónico que une a voz e composição de Laure de Prunenec (Igorrr, Corpo-Mente) à guitarra de Laurent Lunoir, ao violoncelo de Raphael Verguin e ainda à bateria de Sylvain Bouvier. Aqui unem-se também elementos clássicos de música de câmara e orquestral a modulações sónicas conseguidas tanto organicamente como por processamento. Laure de Prunenec, cabecilha do grupo já bem estabelecida como alguém que transcende barreiras e rótulos musicais, entrega-se ao abismo numa colagem onde géneros colidem numa harmonia que, não sendo inédita, não anda muito longe disso.
“Nereïd” é o novo álbum de Rïcïnn, quarteto de experimentalismo sónico que une a voz e composição de Laure de Prunenec (Igorrr, Corpo-Mente) à guitarra de Laurent Lunoir, ao violoncelo de Raphael Verguin e ainda à bateria de Sylvain Bouvier. Aqui unem-se também elementos clássicos de música de câmara e orquestral a modulações sónicas conseguidas tanto organicamente como por processamento. Laure de Prunenec, cabecilha do grupo já bem estabelecida como alguém que transcende barreiras e rótulos musicais, entrega-se ao abismo numa colagem onde géneros colidem numa harmonia que, não sendo inédita, não anda muito longe disso.
VA – In Trux We Pux 01 [Favela Discos, 23 de outubro]
Talvez fosse suficiente dizer que esta escolha se deve ao facto de este In Trux We Pux ser o primeiro de uma série de discos que irá documentar a cena de música experimental e improvisada no Porto, mas a verdade é que o lançamento surge nesta lista graças aos temas que inclui. Composições de Arbusto de Bayas (Tito Silva e Filipe Silva), de @c ao lado de Well, ou até de ocp com o grupo Patches marcam o disco e justificam o porquê desta escolha, mas atenção: é importante que o coração esteja preparado para ser arrebatado.
Talvez fosse suficiente dizer que esta escolha se deve ao facto de este In Trux We Pux ser o primeiro de uma série de discos que irá documentar a cena de música experimental e improvisada no Porto, mas a verdade é que o lançamento surge nesta lista graças aos temas que inclui. Composições de Arbusto de Bayas (Tito Silva e Filipe Silva), de @c ao lado de Well, ou até de ocp com o grupo Patches marcam o disco e justificam o porquê desta escolha, mas atenção: é importante que o coração esteja preparado para ser arrebatado.
Satha Lovek – PT Malacca [Coletivo FARRA, 26 de outubro]
Estejamos focados ou até mesmo distraídos, “PT Malacca” é uma autêntica viagem pelos recantos do nosso cérebro. Marcado pelo “pós-colonialismo” descrito através de samples ou teclados dos experimentalistas Satha Lovek, o primeiro trabalho do duo de João Coutinho e Rúben Silva circunda assuntos do folclore, mas com uma intenção de regressar a uma “sinceridade multicultural por meio da sátira ao nacionalismo desmedido”, lê-se nas notas oficiais. “Isentos de sentimento patriótico” e acompanhados por água de fontes como ambient, drone ou industrial, Coutinho e Silva criaram um excitante trabalho que não deve passar despercebido.
Estejamos focados ou até mesmo distraídos, “PT Malacca” é uma autêntica viagem pelos recantos do nosso cérebro. Marcado pelo “pós-colonialismo” descrito através de samples ou teclados dos experimentalistas Satha Lovek, o primeiro trabalho do duo de João Coutinho e Rúben Silva circunda assuntos do folclore, mas com uma intenção de regressar a uma “sinceridade multicultural por meio da sátira ao nacionalismo desmedido”, lê-se nas notas oficiais. “Isentos de sentimento patriótico” e acompanhados por água de fontes como ambient, drone ou industrial, Coutinho e Silva criaram um excitante trabalho que não deve passar despercebido.
azul-revolto – Sem Adubos [Infinita, 27 de outubro]
“Sem Adubos” é um trabalho de influências de breaks e house misturadas numa receita assinada pelo chef Hugo Barão, também conhecido por DJ Spielberg noutras andanças. Ao natural, o menu é bem apelativo para ouvintes cujas papilas gustativas estejam treinadas para se alimentar de samples, melodias e ritmos como estes. E as sobremesas, por sua vez, são igualmente cativantes: Miguel Torga assina duas remisturas de house exemplar – uma com a voz de Carolina Bernardo, outra com a sua – e Diogo compõe um remix mais escuro mas igualmente edificante. E isto tudo é gratuito. Querem melhor?
“Sem Adubos” é um trabalho de influências de breaks e house misturadas numa receita assinada pelo chef Hugo Barão, também conhecido por DJ Spielberg noutras andanças. Ao natural, o menu é bem apelativo para ouvintes cujas papilas gustativas estejam treinadas para se alimentar de samples, melodias e ritmos como estes. E as sobremesas, por sua vez, são igualmente cativantes: Miguel Torga assina duas remisturas de house exemplar – uma com a voz de Carolina Bernardo, outra com a sua – e Diogo compõe um remix mais escuro mas igualmente edificante. E isto tudo é gratuito. Querem melhor?
VA – Gritty, Odd & Good: Weird Pseudo-Music From Unlikely Sources [Discrepant, 30 de outubro]
Num dos lançamentos de outubro da Discrepant, Francisco López, artista sonoro responsável pelo lançamento da exposição sonora Audiosphere no museu Reina Sofia em Madrid, guia-nos num mergulho pelas profundezas da música experimental recôndita em lugares tão improváveis como distantes daquilo a que muitos apelidam de “civilização”. Do drone ao glitch, “Gritty, Odd & Good : Weird Pseudo-Music from Unlikely Places” é um rally sónico por paisagens sonoras que vão do Quirguistão à Guiana Francesa, passando ainda por São Marino, pelas Filipinas ou ainda pelo Tuvalu, entre várias outras geografias auditivas.
Num dos lançamentos de outubro da Discrepant, Francisco López, artista sonoro responsável pelo lançamento da exposição sonora Audiosphere no museu Reina Sofia em Madrid, guia-nos num mergulho pelas profundezas da música experimental recôndita em lugares tão improváveis como distantes daquilo a que muitos apelidam de “civilização”. Do drone ao glitch, “Gritty, Odd & Good : Weird Pseudo-Music from Unlikely Places” é um rally sónico por paisagens sonoras que vão do Quirguistão à Guiana Francesa, passando ainda por São Marino, pelas Filipinas ou ainda pelo Tuvalu, entre várias outras geografias auditivas.
Vitor Joaquim – The Construction of Time [Independente, 30 de outubro]
Depois de “Nothingness” (2019), Vitor Joaquim estreia o cair das folhas de outono com “The Construction of Time”. Pintado a tons ambient ou drone, este “imaginário sónico” canta uma narrativa desperta por vários elementos, como excertos de rádio e televisão capturados durante as invasões ao Iraque e muito mais. A desdobrar a perceção imersa nas dimensões do “tempo, do fluxo e da interioridade”, Vitor Joaquim abre espaço para um locus amoenus que sussurra. E mais do que sentirmos o tempo a voar ao ouvir “The Construction of Time”, este disco é um convite irrecusável para a transcendência.
Depois de “Nothingness” (2019), Vitor Joaquim estreia o cair das folhas de outono com “The Construction of Time”. Pintado a tons ambient ou drone, este “imaginário sónico” canta uma narrativa desperta por vários elementos, como excertos de rádio e televisão capturados durante as invasões ao Iraque e muito mais. A desdobrar a perceção imersa nas dimensões do “tempo, do fluxo e da interioridade”, Vitor Joaquim abre espaço para um locus amoenus que sussurra. E mais do que sentirmos o tempo a voar ao ouvir “The Construction of Time”, este disco é um convite irrecusável para a transcendência.
Textos por Carina Fernandes, Daniel Duque, David Rodrigues, João Freitas e Rui Castro
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