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Reportagem

Não queremos que o verão acabe – porque sem verão, não há Brunch

14 Setembro, 2019 - 10:28

Cardia, Jennifer Cardini, Patrice Bäumel e Maceo Plex puseram toda a gente a dançar no Brunch Electronik do último domingo. Não estamos prontos para o encerrar da temporada.

Lembro-me de, num dia quente do verão de 2016, ter rumado à Tapada da Ajuda para o meu primeiro Brunch Electronik de sempre. O cabeça de cartaz: Maceo Plex. Na altura, estava ainda a descobrir o mundo da eletrónica, e esse Brunch foi, talvez, a minha primeira festa “open air” – gostei tanto que, ainda hoje, o guardo na minha memória. Não foi, então, sem uma pontinha de nostalgia que me dirigi, no passado domingo, à sétima e penúltima festa da quarta temporada do Brunch Electronik Lisboa.

Para além das altas temperaturas que se faziam sentir (35º à sombra), decorria ainda, nesse fim-de-semana, um outro festival em Lisboa – o Lisb-On. Curiosamente, nenhuma destas razões impediu os Brunchers de chegarem cedo e em massa à Tapada da Ajuda para mais um domingo repleto de música. Cardia foi o responsável por abrir a pista: o artista, que já viveu em Nova Iorque e Madrid, agora baseado em Lisboa, e tem marcado presença em vários eventos importantes – foi, por exemplo, um dos portugueses a atuar no Anti Stage na edição deste ano do Neopop. Pelas 16h, o dj e produtor português ofereceu o lugar na cabine à francesa Jennifer Cardini, que pegou numa pista que se começava “a compor”. A dj, conhecida pelo seu carisma e versatilidade, e ofereceu um set competente e adequado para a hora do dia, abrindo o apetite para o próximo artista que aí vinha.

Entretanto, a organização do Brunch fez questão de reforçar o seu compromisso com os valores de “comunidade, igualdade e sustentabilidade”, ao celebrar nesse domingo o Dia Contra a LGBTIfobia. Numa tentativa de “celebrar a diferença, a igualdade, a paridade e o amor”, foram oferecidas purpurinas no recinto, e recolhidos donativos para uma associação de jovens “lésbicas, gays, bissexuais, trans, intersexo e apoiantes”, parceira do Brunch na banca Compromisso.

Ao longo da temporada, os Brunchers têm dirigido críticas à organização, queixando-se que o volume do som é demasiado baixo, insuficiente para aproveitar o evento na sua plenitude. A verdade é que – pelo menos, pelo que pudemos observar neste domingo -, a organização deu ouvidos ao público e esforçou-se para melhorar este ponto. Mesmo cá atrás, longe do palco, o volume era adequado e confortável para dançar. E, assim que Patrice Bäumel subiu ao palco, sentiu-se uma diferença no mood e no ritmo. O alemão mostrou-nos aquilo que faz de melhor, através de um set energético e melódico. Maceo Plex entrou em cena pelas 20h e o público já estava ao rubro. Visivelmente agradado, o artista partilhou um pouco das suas produções mais recentes, das quais destacamos o seu remix da clássica faixa Camargue de CJ Bolland e The Advent – um momento épico.

Fica uma nota positiva para a organização, que tem evoluído de forma notória, festa após festa: a logística estava bem pensada, havia poucas filas nos bares e casas de banho, foodtrucks suficientes, e o transporte de e para o recinto decorreu de forma rápida e organizada. Pessoalmente, considero que o Brunch, na localização antiga, tinha uma magia especial, que não é possível replicar neste novo local, pensado e preparado para receber o dobro ou o triplo da lotação. Resta memória daquilo que o Brunch era há três anos, e o sonho daquilo que será, quem sabe, daqui a três anos.

Depois de uma semana de pausa – em que o Brunch vai até Sul para um showcase no Bpm Festival – será Amelie Lens a responsável por encerrar a quarta temporada do Brunch Electronik Lisboa. Não queremos que o verão acabe – não estamos preparados para dizer adeus.


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