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A Cabine

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Lançamentos favoritos de janeiro

9 Fevereiro, 2020 - 17:33

Novo ano, novo título, a mesma premissa: dar a conhecer os lançamentos que mais rodaram na nossa redação a cada mês.

Mall Grab – Don’t Keep The Fire Burning [Looking For Trouble, 3 de janeiro]
Caro DJ, pretende dar um boost na pista mas não sabe qual a melhor arma? Experimente There is A, uma faixa que transpira rave por todo o lado, e que promete transformar qualquer pista num suadouro pleno em êxtase. Em “Don’t Keep The Fyre Burning”, Mall Grab resolveu aproveitar quatro faixas não editadas, e contribuir com o que de melhor sabe para ajudar a amenizar os danos provocados pelos fogos que devastaram um vasto território da sua terra natal, a Austrália. Os fundos revertem para a New South Wales Rural Fire Service e a Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals. É caso para dizer, ravemos por uma boa causa.



Vários Artistas – ELBEREC01 [ELBEREC, 9 de janeiro]
Mais do que assinalar o primeiro lançamento da ELBEREC, a recém-criada editora de Valody, este VA destaca-se pela curadoria de produtores nacionais ao longo de 15 faixas. Desde nomes da nova escola, como Cassulle e Steve, até outros mais experientes, como a dupla Roundhouse Kick, esta compilação é um excelente ponto de partida para conhecer mais acerca da produção portuguesa – além de ser, claro, um lançamento excitante e bem conseguido.



Lunnar Lhamas – Algo Ritmo [CusCus Discus, 10 de janeiro]
O mais recente lançamento da CusCus Discus chega pelas mãos de Lunnar Lhamas, duo composto por André Neves (George Silver) e José Veiga (ZZY). “Algo Ritmo” não é o primeiro trabalho da dupla, e serve como exemplo perfeito para aquilo que Portugal parece ter, muitas vezes, escondido no movimento underground. Com inspirações experimentais e techno, entre tantas outras, Neves e Veiga recorrem a maquinaria analógica para produzir um dos mais curiosos releases do mês.



Jorge Caiado – Time & Space [Groovement, 20 de janeiro]
Como explicou Jorge Caiado em entrevista à A Cabine, “Time & Space” é uma “fusão entre o jazz, o house mais clássico e o minimalismo e futurismo da música eletrónica”. Com a ajuda de “dois músicos para trazer a orgânica pretendida para os temas”, Paul Cut e Theo Thornton, este álbum de estreia é o culminar de vários anos de experiência do DJ e produtor. Nome por trás de projetos como a Carpet & Snares, Caiado assina aqui um brilhante trabalho, e prova disso são faixas como Nasha’s Groove e Magic Carpet, entre tantas outras.



Jepe – The Realm [Moodmusic, 24 de janeiro]
Um dos mais excitantes produtores nacionais de house e techno melódico, Jepe é um aveirense que mora em Berlim há já alguns anos. Neste regresso à Moodmusic Records, desta feita para lançar o seu álbum de estreia, João Silva volta a mostrar as típicas sonoridades com se tem apresentado ao panorama. Desde a sonhadora Dawn até ao downtempo de Whispering, a passar pelas guitarras de Come To Life, “The Realm” é deveras notável. E chega a ser afrodisíaco.



Vso & Volsk – Acid Reign [Mera, 24 de janeiro]
A editora portuense Mera volta a chamar a atenção com “Acid Reign”, o primeiro trabalho colaborativo de Vasco Oliveira (Vso) e Francisco Antão (Volsk). Como o título indica, o EP vê o lado acid da eletrónica a assumir o papel principal ao longo das quatro faixas, tudo isto embrenhado num mundo que vai desde o electro até o techno, misturado com detalhes como distorção. “Acid Reign” é impróprio para cardíacos, mas é de escuta obrigatória.



DJ Paulo – Sons Pa Curtir [Rave Tuga, 31 de janeiro]
Depois de lançar EPs pela Secretsundaze e Meda Fury no final de 2019 com o seu principal alias, Silvestre, o DJ e produtor estreia-se enquanto DJ Paulo com “Sons Pa Curtir”. O EP, que marca o primeiro lançamento de um artista a solo na Rave Tuga, sub-label da Paraíso, conta com quatro faixas originais e remixes de BLEID e Roundhouse Kick “pa curtir” ao mais alto nível, com sonoridades como breakbeat e acid a assinalarem o trabalho.



Flora FM – Apricot EP [Exotic Robotics, 31 de janeiro]
“Onde é que eu já ouvi isto?”, é o que costumamos questionar quando ouvimos um trabalho novo. Mas este não é o caso. Este projeto de Taylor Hawkins, Flora FM, é conhecido por saltar fora de caixa e enveredar por uma exploração pouco ortodoxa de estilos. Em “Apricot” ouvimos tanto a abordagem ao breakbeat sob ambiente etéreo, como claps frenéticas em melodia pacificadora e a esquizofrenia rítmica de Bronze Teeth. Aparentemente, apesar da distância, o Reino Unido está bem presente nos ouvidos de Seattle.



Heritage – The Revelation EP [Scuffed Recordings, 31 de janeiro]
Não somos adivinhos, mas a previsão de uma rotação fortíssima deste trabalho por artistas do género é quase uma certeza. O duo de Brighton Heritage brinda-nos com o breakbeat super catchy da faixa que dá nome ao EP, de kick bem demarcado, acompanhado por um baixo pesado (mas tudo músculo, atenção). No entanto, deixamos já o aviso – pode provocar graves problemas de adição. Em What U Hearing, a questão é bem colocada. Ficamos intrigados e envoltos pelo ritmo quebrado, numa espécie de slow jungle onde os elementos respiram e permitem usufruir em pleno da mestria rítmica.



Nausika – Laska EP [Overview Records, 31 de janeiro]
Aqui está uma montra bem ilustrativa da ampla abrangência musical da dupla inglesa Nausika: da liquid stepper mais melódica de Laska, ao halftime acelerado e obscuro de Mind Control e ainda ao deep minimal progressivo e envolvente de Obey, com vocais repetitivos que reforçam o titulo e estabelecem uma manipulação mental, física e subtil. Apesar de já produzirem desde 2014, Nausika parecem privilegiar a qualidade à quantidade, sendo que o resultado positivo desta priorização é inegável.



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