Ao longo do mês de março, foram vários os trabalhos que não pararam de rodar n’A Cabine. Daniel Duque, João Freitas e Rui Castro falam sobre eles.
Mystic Fyah – Slow Dubs Vol. 1 [INFINITA, 4 de março]
A editora portuguesa, que reconhece a “desigualdade no acesso ao conhecimento e à produção cultural”, lança agora o terceiro EP do seu catálogo, com o mesmo objetivo de sempre: fazer chegar a música a toda a gente e não a um público restrito. A INFINITA já abraçou house ou techno, mas desta vez traz uma sonoridade dub. Este lançamento é composto por dois originais, de Mystic Fyah, e conta também com duas remisturas do patrão Miguel Torga. As quatro faixas, lentas e hipnotizantes, estão recheadas de influências jamaicanas com ambientes mellow, graves bem profundos e delays exagerados e deliciosos.
A editora portuguesa, que reconhece a “desigualdade no acesso ao conhecimento e à produção cultural”, lança agora o terceiro EP do seu catálogo, com o mesmo objetivo de sempre: fazer chegar a música a toda a gente e não a um público restrito. A INFINITA já abraçou house ou techno, mas desta vez traz uma sonoridade dub. Este lançamento é composto por dois originais, de Mystic Fyah, e conta também com duas remisturas do patrão Miguel Torga. As quatro faixas, lentas e hipnotizantes, estão recheadas de influências jamaicanas com ambientes mellow, graves bem profundos e delays exagerados e deliciosos.
VA – Droogs005 [UVB-76, 5 de março]
“Sounds like 97 again”, dizia alguém num comentário no SoundCloud. E de facto Monolith é uma jungle moderna que invoca as sonoridades do passado para uma contemporaneidade mortífera. É impossível ficar indiferente mas, vindo de quem vem – Gremlinz, Jesta e Kalu – não nos surpreende. Já City Limits, do veterano Friske, é daquelas que nos leva ao rubro, mas sem histerismos. Uma faixa híper funky, diferente de tudo o resto, cujo arrepio na espinha fala por si.
“Sounds like 97 again”, dizia alguém num comentário no SoundCloud. E de facto Monolith é uma jungle moderna que invoca as sonoridades do passado para uma contemporaneidade mortífera. É impossível ficar indiferente mas, vindo de quem vem – Gremlinz, Jesta e Kalu – não nos surpreende. Já City Limits, do veterano Friske, é daquelas que nos leva ao rubro, mas sem histerismos. Uma faixa híper funky, diferente de tudo o resto, cujo arrepio na espinha fala por si.
Lift Aym – Rare-Earth Exposure [Eastern Nurseries, 6 de março]
Gravado entre 2018 e 2019 por Lisboa, Macau e Hong Kong, “Rare-Earth Exposure” é o primeiro EP de Lift Aym. Numa edição da portuguesa Eastern Nurseries, o produtor revela por que razão precisávamos de ter ouvido um lançamento seu há muito mais tempo – apesar de este ser o seu primeiro release, o lisboeta já tocou em vários espaços da cidade. Neste EP, o responsável parece estar a contar uma história dada a coesão que se escuta, envolvendo o ouvinte num espaço que o leva por caminhos ambient e experimentais.
Gravado entre 2018 e 2019 por Lisboa, Macau e Hong Kong, “Rare-Earth Exposure” é o primeiro EP de Lift Aym. Numa edição da portuguesa Eastern Nurseries, o produtor revela por que razão precisávamos de ter ouvido um lançamento seu há muito mais tempo – apesar de este ser o seu primeiro release, o lisboeta já tocou em vários espaços da cidade. Neste EP, o responsável parece estar a contar uma história dada a coesão que se escuta, envolvendo o ouvinte num espaço que o leva por caminhos ambient e experimentais.
Nikki Nair – Scuzzy EP [Pretty Weird Records, 6 de março]
Como catalogar o nome da faixa que dá nome a este trabalho? Não sabemos, mas talvez o nome da editora por onde é lançado seja o mais indicado: Pretty Weird Records. O mesmo se pode aplicar a The Analyst, um electro super dançável de tonalidades igualmente estranhas, mas incrivelmente aditivas, que já valeu rotações por parte de Four Tet, Ben Ufo e a própria dona da editora, a disruptiva Dj Barely Legal. Ficaremos atentos a este norte-americano que promete dar que falar.
Como catalogar o nome da faixa que dá nome a este trabalho? Não sabemos, mas talvez o nome da editora por onde é lançado seja o mais indicado: Pretty Weird Records. O mesmo se pode aplicar a The Analyst, um electro super dançável de tonalidades igualmente estranhas, mas incrivelmente aditivas, que já valeu rotações por parte de Four Tet, Ben Ufo e a própria dona da editora, a disruptiva Dj Barely Legal. Ficaremos atentos a este norte-americano que promete dar que falar.
Future Beat Alliance- Never Forever [R&S Records, 13 de março]
Matthew Puffett, outrora também conhecido como Mode-M e Soul Electrik, inicia 2020 com o single “Never Forever”, tema presente no seu álbum de 2009 “Patience and Distance”, assinado pela Eevo Next. O futurismo tribal e a progressão musical trazem consigo grandes influências da música techno, IDM e breakbeat, com linhas de arpejadores hipnotizantes e ambientes dinâmicos. Para além disso, o tema tem direito a um remix de Afriqua, com uma perspetiva mais rítmica e complexa que a original, carregado de texturas, teclas, drum breaks e atmosferas abstratas.
Matthew Puffett, outrora também conhecido como Mode-M e Soul Electrik, inicia 2020 com o single “Never Forever”, tema presente no seu álbum de 2009 “Patience and Distance”, assinado pela Eevo Next. O futurismo tribal e a progressão musical trazem consigo grandes influências da música techno, IDM e breakbeat, com linhas de arpejadores hipnotizantes e ambientes dinâmicos. Para além disso, o tema tem direito a um remix de Afriqua, com uma perspetiva mais rítmica e complexa que a original, carregado de texturas, teclas, drum breaks e atmosferas abstratas.
Nazar – Guerrilla [Hyperdub, 13 de março]
Nazar, neste longa-duração, traz consigo as suas raízes ancestrais angolanas e mistura-as num cocktail de glitch, bass music e sonoridades plásticas e abstratas, pintando uma arte sonora que acaba por ir ao encontro da que lhe é habitual, baptizada, pelo próprio, de rough kuduro. O jovem, residente em Manchester, de 26 anos, já não é uma cara nova para a editora, sendo este o seu quarto lançamento na casa de Kode9. Um álbum de estreia interessante, recheado de contrastes atmosféricos entre o caos e a serenidade.
Nazar, neste longa-duração, traz consigo as suas raízes ancestrais angolanas e mistura-as num cocktail de glitch, bass music e sonoridades plásticas e abstratas, pintando uma arte sonora que acaba por ir ao encontro da que lhe é habitual, baptizada, pelo próprio, de rough kuduro. O jovem, residente em Manchester, de 26 anos, já não é uma cara nova para a editora, sendo este o seu quarto lançamento na casa de Kode9. Um álbum de estreia interessante, recheado de contrastes atmosféricos entre o caos e a serenidade.
Norbak & Temudo – Battered From The Fall [Grey Report, 13 de março]
Inicialmente editado em vinil, mas já disponível em versão digital, “Battered From The Fall” assinala o regresso desta colaboração entre Nørbak e Temudo, eles que são dois dos mais curiosos e excitantes produtores de música techno em Portugal. O sucessor de “I Will Guide Thy Hand” segue, em parte, os mesmos passos que o trabalho lançado pela Modularz no ano passado: texturas e detalhes altamente ricos e especiais, embutidos em ritmos que resultam em quatro faixas vigorosas, que, certamente, vão encher as medidas de festas por todo o mundo. É difícil ficar indiferente às produções deste duo, e parece que não vão ficar por aqui: ainda este ano, há novo release colaborativo na calha.
Inicialmente editado em vinil, mas já disponível em versão digital, “Battered From The Fall” assinala o regresso desta colaboração entre Nørbak e Temudo, eles que são dois dos mais curiosos e excitantes produtores de música techno em Portugal. O sucessor de “I Will Guide Thy Hand” segue, em parte, os mesmos passos que o trabalho lançado pela Modularz no ano passado: texturas e detalhes altamente ricos e especiais, embutidos em ritmos que resultam em quatro faixas vigorosas, que, certamente, vão encher as medidas de festas por todo o mundo. É difícil ficar indiferente às produções deste duo, e parece que não vão ficar por aqui: ainda este ano, há novo release colaborativo na calha.
DJ Lycox – Kizas do Ly [Príncipe, 20 de março]
É mais do que sabido que da Príncipe só saem boas edições, mas não é por isso que “Kizas do Ly” deixa de surpreender. Surpreende, de facto, especialmente pelo rumo e abordagem que DJ Lycox toma ao longo de aproximadamente 12 minutos. São quatro faixas extraordinárias, em que o DJ e produtor alia melodias sonhadoras e comoventes a batidas kuduro, que, por sua vez, fazem com que o corpo não fique estático. E esse é precisamente o busílis deste EP: “Kizas do Ly” tanto dá para deitar, ouvir e pensar, como também para levantar, ouvir e dançar.
É mais do que sabido que da Príncipe só saem boas edições, mas não é por isso que “Kizas do Ly” deixa de surpreender. Surpreende, de facto, especialmente pelo rumo e abordagem que DJ Lycox toma ao longo de aproximadamente 12 minutos. São quatro faixas extraordinárias, em que o DJ e produtor alia melodias sonhadoras e comoventes a batidas kuduro, que, por sua vez, fazem com que o corpo não fique estático. E esse é precisamente o busílis deste EP: “Kizas do Ly” tanto dá para deitar, ouvir e pensar, como também para levantar, ouvir e dançar.
Drumming GP, Joana Gama e Luís Fernandes – Textures & Lines [Holuzam, 20 de março]
Quatro composições, cerca de 49 minutos, fruto de uma colaboração que já se havia encontrado em palco, em 2019. Esta não é a primeira vez que ouvimos nos nossos sistemas de som o piano de Joana Gama e os sintetizadores de Luís Fernandes, mas é a primeira vez que temos oportunidade de os ouvir ao lado do Drumming Grupo de Percussão, bem no conforto dos nossos lares. Apelidar este “Textures & Lines” de obra-prima talvez seja um pouco ousado, mas a verdade é que é um dos mais belos trabalhos portugueses que ouvimos nos últimos tempos.
Quatro composições, cerca de 49 minutos, fruto de uma colaboração que já se havia encontrado em palco, em 2019. Esta não é a primeira vez que ouvimos nos nossos sistemas de som o piano de Joana Gama e os sintetizadores de Luís Fernandes, mas é a primeira vez que temos oportunidade de os ouvir ao lado do Drumming Grupo de Percussão, bem no conforto dos nossos lares. Apelidar este “Textures & Lines” de obra-prima talvez seja um pouco ousado, mas a verdade é que é um dos mais belos trabalhos portugueses que ouvimos nos últimos tempos.
Etapp Kyle – Nolove [Ostgut Ton Germany, 20 de março]
A famosa label do Bergain recebe, mais uma vez, Etapp Kyle. Depois de lançar “Alpha”, volta com um EP de quatro faixas recheadas de musicalidade, ambientes sublimes e percussões altamente detalhadas com ritmos quebrados. O ucraniano conta com lançamentos na Prologue, Underton e Klockworks, mas para além disso, os seus DJ sets têm provado versatilidade na mistura e também na seleção de faixas, criando viagens pelas várias vertentes da música de dança. O reportório musical do artista fala por si e merece, sem dúvida, uma atenção por parte dos ouvintes abertos a uma experiência eletrónica transcendente.
A famosa label do Bergain recebe, mais uma vez, Etapp Kyle. Depois de lançar “Alpha”, volta com um EP de quatro faixas recheadas de musicalidade, ambientes sublimes e percussões altamente detalhadas com ritmos quebrados. O ucraniano conta com lançamentos na Prologue, Underton e Klockworks, mas para além disso, os seus DJ sets têm provado versatilidade na mistura e também na seleção de faixas, criando viagens pelas várias vertentes da música de dança. O reportório musical do artista fala por si e merece, sem dúvida, uma atenção por parte dos ouvintes abertos a uma experiência eletrónica transcendente.
Ka§par – Ave de Rapina [20 de março]
Ka§par é um DJ e produtor que dispensa apresentações. O experiente lisboeta já trabalhou como A&R, foi aluno da Red Bull Music Academy e, entre tantas outras aventuras, tem vários trabalhos no currículo. No entanto, nas prateleiras conta apenas com um longa-duração, “Ascensus”, de 2013, lançado pela holandesa 4lux. Agora, chegou finalmente o momento de o voltar a ouvir neste formato. E não desilude: em “Ave de Rapina”, mostra todo o ecletismo que marca a sua carreira. Um álbum para ouvir vezes sem conta.
Ka§par é um DJ e produtor que dispensa apresentações. O experiente lisboeta já trabalhou como A&R, foi aluno da Red Bull Music Academy e, entre tantas outras aventuras, tem vários trabalhos no currículo. No entanto, nas prateleiras conta apenas com um longa-duração, “Ascensus”, de 2013, lançado pela holandesa 4lux. Agora, chegou finalmente o momento de o voltar a ouvir neste formato. E não desilude: em “Ave de Rapina”, mostra todo o ecletismo que marca a sua carreira. Um álbum para ouvir vezes sem conta.
LUZ1E – Ridin EP [Shall Not Fade, 20 de março]
“Ridin EP” é heroína auditiva no seu estado mais puro. Footwork, juke, leftfield, soulful house, breakbeat, pitched down drum’n’bass, e provavelmente ainda contém mais uns quantos elementos que outros detetarão. O que sabemos é que a alemã Luz1e fez os nossos níveis de serotonina disparar e deixou-nos a suar sem nos mexermos. Parem tudo o que estiverem a fazer e ouçam-no, com atenção.
“Ridin EP” é heroína auditiva no seu estado mais puro. Footwork, juke, leftfield, soulful house, breakbeat, pitched down drum’n’bass, e provavelmente ainda contém mais uns quantos elementos que outros detetarão. O que sabemos é que a alemã Luz1e fez os nossos níveis de serotonina disparar e deixou-nos a suar sem nos mexermos. Parem tudo o que estiverem a fazer e ouçam-no, com atenção.
Nucleus & Paradox- LSD Jazz/Rocksteady [Esoteric Music, 20 março]
O disco de 2009 teve direito a um remaster em vinil e ao seu primeiro lançamento em digital na label gerida pelo duo, mas tal como todos os outros temas, o formato físico (12”) já não está disponível devido à enorme procura por parte dos fãs verdadeiros à essência dos breaks. As duas faixas refletem o refinado conhecimento musical por parte dos produtores com influências e samples de música funk, jazz e rock psicadélico. Certamente não será o último lançamento dos drum programmers nas lojas online. O próximo será “Esoterica / Illuminism”, de 2010 – a versão em vinil já está esgotada no Bandcamp, e o formato digital aponta para dia 3 de abril.
O disco de 2009 teve direito a um remaster em vinil e ao seu primeiro lançamento em digital na label gerida pelo duo, mas tal como todos os outros temas, o formato físico (12”) já não está disponível devido à enorme procura por parte dos fãs verdadeiros à essência dos breaks. As duas faixas refletem o refinado conhecimento musical por parte dos produtores com influências e samples de música funk, jazz e rock psicadélico. Certamente não será o último lançamento dos drum programmers nas lojas online. O próximo será “Esoterica / Illuminism”, de 2010 – a versão em vinil já está esgotada no Bandcamp, e o formato digital aponta para dia 3 de abril.
Odete – Water Bender [New Scenery, 20 de março]
“Water Bender” conta a história de uma heroína capaz de manipular a água, e “continua na experimentação [dos EPs] ‘Amarração’ e ‘Matrafona’”, numa “culminação certa dos dois releases”, explica a própria em entrevista ao Rimas e Batidas. A utilização da voz ou de pormenores como flauta são alguns detalhes que utiliza ao longo do trabalho, sempre com a sua peculiaridade bem assente. Esta é a primeira vez que Odete assina um EP por uma editora internacional, nomeadamente pela londrina New Scenery, que, com “Water Bender”, fez uma aposta certeira. Afinal, o selo britânico dedica-se a artistas LGBTQ+ e a DJ e produtora é, sem margem para dúvidas, um verdadeiro exemplo da qualidade que reside nessa comunidade em Portugal – como comprova neste EP.
“Water Bender” conta a história de uma heroína capaz de manipular a água, e “continua na experimentação [dos EPs] ‘Amarração’ e ‘Matrafona’”, numa “culminação certa dos dois releases”, explica a própria em entrevista ao Rimas e Batidas. A utilização da voz ou de pormenores como flauta são alguns detalhes que utiliza ao longo do trabalho, sempre com a sua peculiaridade bem assente. Esta é a primeira vez que Odete assina um EP por uma editora internacional, nomeadamente pela londrina New Scenery, que, com “Water Bender”, fez uma aposta certeira. Afinal, o selo britânico dedica-se a artistas LGBTQ+ e a DJ e produtora é, sem margem para dúvidas, um verdadeiro exemplo da qualidade que reside nessa comunidade em Portugal – como comprova neste EP.
3phaz – Three Phase LP [100copies, 27 de março]
Neste álbum de estreia, o enigmático artista do Cairo 3Phaz recorre a uma exploração rítmica avançada através da agregação de géneros musicais tipicamente egípcios, como o Mahraganat e Shaabi, com elementos da eletrónica de dança moderna para a criação de algo verdadeiramente distinto. São nove faixas que se forem corretamente usadas quando as pistas reabrirem, podem ser letais. E uma coisa é certa – nunca ouvimos nada assim.
Neste álbum de estreia, o enigmático artista do Cairo 3Phaz recorre a uma exploração rítmica avançada através da agregação de géneros musicais tipicamente egípcios, como o Mahraganat e Shaabi, com elementos da eletrónica de dança moderna para a criação de algo verdadeiramente distinto. São nove faixas que se forem corretamente usadas quando as pistas reabrirem, podem ser letais. E uma coisa é certa – nunca ouvimos nada assim.
Daniel Avery & Alessandro Cortini – Illusion of Time [Phantasy, 27 de março]
Desde logo, ler as assinaturas de Alessandro Cortini e Daniel Avery no mesmo álbum faz o coração palpitar. Apesar de produzir e tocar techno (e não só), o britânico Avery já havia mostrado o seu lado ambient e drone em alguns trabalhos; já o italiano Cortini, mestre de sintetizadores, que tem esse mesmo papel nos Nine Inch Nails, é bem conhecido pela aptidão em criar universos densos, daqueles que entram pelo corpo adentro, como se escuta no seu “Volume Massimo”, de 2019. E aqui, em “Illusion of Time”, é essa mesma densidade ambient que é explorada, num trabalho colaborativo que não é particularmente singular, mas que é altamente viciante.
Desde logo, ler as assinaturas de Alessandro Cortini e Daniel Avery no mesmo álbum faz o coração palpitar. Apesar de produzir e tocar techno (e não só), o britânico Avery já havia mostrado o seu lado ambient e drone em alguns trabalhos; já o italiano Cortini, mestre de sintetizadores, que tem esse mesmo papel nos Nine Inch Nails, é bem conhecido pela aptidão em criar universos densos, daqueles que entram pelo corpo adentro, como se escuta no seu “Volume Massimo”, de 2019. E aqui, em “Illusion of Time”, é essa mesma densidade ambient que é explorada, num trabalho colaborativo que não é particularmente singular, mas que é altamente viciante.
KILLAKLAN 001 – The Assassinator [Prototype Recordings, 27 março]
A Prototype surpreende positivamente os verdadeiros fãs do techstep com o lançamento do LP sampler de Killaklan 001. A abordagem contemporânea ao subgénero transpira mistério, minimalismo e uns graves bem puros, tal como o drum’n’bass deve soar. As duas faixas com ambientes dark relembram os Prototype Years, uma época que, certamente, deixa saudades aos apreciadores de longa data e aos jovens crate diggers.
A Prototype surpreende positivamente os verdadeiros fãs do techstep com o lançamento do LP sampler de Killaklan 001. A abordagem contemporânea ao subgénero transpira mistério, minimalismo e uns graves bem puros, tal como o drum’n’bass deve soar. As duas faixas com ambientes dark relembram os Prototype Years, uma época que, certamente, deixa saudades aos apreciadores de longa data e aos jovens crate diggers.
Volruptus – First Contact [bbbbbb recors, 27 de março]
“First Contact”, o segundo álbum na carreira de Volruptus, é composto por 12 faixas incrivelmente intensas, que dificilmente deixam o ouvinte alienado do mundo que nele se escuta. O disco, editado pela bbbbbb, de Bjarki, é descrito em comunicado como sendo de “electro mutante”, e talvez esse seja o termo que melhor descreve este release do islandês. Também parece haver outro tipo de influências sonoras neste LP, mas é clara aproximação a um electro de outro do mundo – um electro espacial, alienígena e, acima de tudo, arrepiante.
“First Contact”, o segundo álbum na carreira de Volruptus, é composto por 12 faixas incrivelmente intensas, que dificilmente deixam o ouvinte alienado do mundo que nele se escuta. O disco, editado pela bbbbbb, de Bjarki, é descrito em comunicado como sendo de “electro mutante”, e talvez esse seja o termo que melhor descreve este release do islandês. Também parece haver outro tipo de influências sonoras neste LP, mas é clara aproximação a um electro de outro do mundo – um electro espacial, alienígena e, acima de tudo, arrepiante.
No Moon – Set Phasers to Stun [X-Kalay]
Este foi daqueles lançamentos que nem sequer pensamos se incluiríamos ou não. Como não, se estamos perante a epitome do electro futurista? O produtor natural de Yorkshire, No Moon, dá-nos uma verdadeira lição de como aproveitar o revivalismo do electro, acid, e breaks e de os catapultar para a intemporalidade. Helena Hauff, DJ Stingray e outros que tal, sabemos que estão a ler. Usem e abusem, por favor. Nota: o disco esteve agendado para março, mas entretanto tem nova data de lançamento: 10 de abril
Este foi daqueles lançamentos que nem sequer pensamos se incluiríamos ou não. Como não, se estamos perante a epitome do electro futurista? O produtor natural de Yorkshire, No Moon, dá-nos uma verdadeira lição de como aproveitar o revivalismo do electro, acid, e breaks e de os catapultar para a intemporalidade. Helena Hauff, DJ Stingray e outros que tal, sabemos que estão a ler. Usem e abusem, por favor. Nota: o disco esteve agendado para março, mas entretanto tem nova data de lançamento: 10 de abril
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