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N’A CABINE #029: Klin Klop

9 Outubro, 2020 - 11:57

Chegou a vez de Klin Klop entrar no podcast N’A CABINE para nos fazer dançar.

Para Inês Meira, tudo começou com o violino, um instrumento que toca desde infância e que chegou a fazer parte dos seus planos para o futuro – até que percebeu “que a nível de saídas profissionais não iria ter muitas opções”, confessa.

Também já fez ballet e teatro, mas é como compositora e designer de som que atua nos dias de hoje, tanto no estúdio portuense Grandpa’s Lab como em regime freelancer. Esse trabalho do dia-a-dia é resultado da sua formação académica em Produção e Tecnologias da Música, pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo.

Mas à noite – ou até de dia, dependendo do horário da festa – Inês Meira é Klin Klop, uma DJ (e produtora) que gosta de viajar por diferentes estilos, do jazz ao techno, do funk ao downtempo. Presença assídua no circuito portuense antes da pandemia, Meira traz agora o som (“klink”) e a batida (“klop”) para vibrarmos em casa, no carro ou num ajuntamento dentro do limite estipulado pela DGS.

Quem é a Klin Klop e como é que ela chegou a este pseudónimo?
É sempre difícil chegar a um nome artístico! Para escolher um nome fui atrás das minhas influências africanas. Os meus pais vivem em Moçambique, já estive por lá algumas vezes, e fui à procura de significados que podiam ter a ver comigo e com o meu caminho profissional, daí escolhi a palavra Klink, que significa som, e Klop, que significa batida em africanse!

Consegues precisar o teu primeiro contacto com a música eletrónica? Como começou a aventura no DJing?
Nunca me imaginei sendo DJ e penso que a minha história não será muito diferente das outras. Comecei esta aventura há muito pouco tempo numa brincadeira em algumas festas privadas entre amigos. Há alguns anos que trabalho como produtora musical, por isso até foi mais fácil de apanhar o jeito. Há cerca de dois anos, os Ohxalá ouviram-me a tocar numa festa de amigos e convidaram-me para fazer um set, numa das suas festas Banho Maria, nos Maus Hábitos. E foi assim que tudo começou.

Como descreves aquilo que fazes numa cabine de DJ? Que tipo de música gostas de explorar?
Para mim, existem dois tipos de artistas numa cabine de DJ! Uns tocam o seu registo, independentemente do público ou do espaço ou até do contexto da festa, são artistas que arriscam e têm identidade, quando vemos o nome no cartaz já sabemos que registo vamos ouvir! E existem outros DJs que se adequam ao contexto, ao espaço e sabem ler o público, podem ter personalidade mas não têm identidade, porque eles vão sempre escolher a música ideal para o momento certo, o que faz deles ir para caminhos diferentes, não existe apenas um registo, mas sim viajar por vários estilos musicais diferentes!

Ambas as vertentes são válidas! Ambas as escolhas têm vantagens e desvantagens e não quer dizer que uma escolha faço o artista melhor ou pior!

Eu gosto de bastante estilos musicais e essa foi a minha escolha! Não quero apenas explorar um só registo mas sim vários, desde o jazz mais groovy, ao funky, ao afro-music até ao etno-beats, desde o disco ao house e ao techno. Adoro tocar para o público, adoro chegar a um espaço com público tão diverso de idades e personalidades e conseguir através da boa música agradar a toda a gente, é difícil mas consegue-se!

Tens também algumas faixas soltas espalhadas pela internet. Em que ponto está a produção na vida de Klin Klop? Podemos esperar por novo material nos próximos tempos?
Há alguns anos que exploro vários registos musicais na produção, mas o contexto é diferente, componho música para filmes/animação, é a mesma coisa que contar uma história.

Começar com um papel branco, e produzir música para mim, para club ou música para dançar, confesso que o processo criativo é diferente e comecei recentemente a explorar este registo, daí ainda não ter lançado muita coisa, mas em breve terei novidades!

Tocas violino desde tenra idade. De que forma é que isto influenciou a tua abordagem na eletrónica?
Sim, a minha carreira profissional começou como violinista. Quando era mais nova, achava que era só isto que iria fazer no futuro. Mas com os anos, apercebi-me que a nível de saídas profissionais não iria ter muitas opções. E também achei que seria boa ideia explorar novos contextos, por isso decidi estudar Produção e Tecnologias da música, e a partir daí nasceu um mundo novo para mim, não só bastava estudar música mas também foi interessante conhecer e explorar o som!

Além daquilo que assinas como Klin Klop, a composição e o sound design fazem também parte da tua vida profissional. O que nos podes dizer sobre isso?
Adoro o meu trabalho. Adoro produzir, compor e fazer sound design, comecei e descobri o meu caminho a trabalhar com os Grandpa’s Lab, um estúdio de multimédia do Porto responsável em espetáculos imersivos de vídeo-mapping e instalações visuais. Atualmente continuo a trabalhar com eles e também como freelancer produzindo música e sound design para vídeos promocionais, filmes e desfiles de moda.

Sabemos que não é uma altura fácil para fazer esta pergunta, mas é da praxe: quais os planos para o futuro?
Não é de todo uma altura fácil, até porque esta pandemia veio explicar que a partir de agora não podemos fazer planos. Tudo vai mudar, e vai ser uma época complicada para os artistas, mas cá estaremos para apoiar uns aos outros. Vou aproveitar este “tempo de pausa” para acabar as minhas produções e preparar algo diferente e novo para o futuro, quando os nossos palcos começarem a abrir de novo.

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