“Nez Txada skúru dentu skina na braku fundu” volta a mostrar o mundo singular de Scúru Fitchádu.
Foi lançado na sexta-feira o segundo álbum de Scúru Fitchádu, “Nez Txada skúru dentu skina na braku fundu”, que se traduz em “Nesta achada escura na esquina num buraco fundo”. Logo desde aí se nota o lado poético de Marcus Veiga, nome por trás deste projeto que tanto nos leva ao punk e ao metal como ao funaná ou a influências de música de dança, “sempre sob uma omnipresente tutela afro”, lia-se num comunicado no início da semana.
O sucessor de “Un Kuza runhu” (2020) corre ao longo de 11 temas e conta com a participação de Cachupa Psicadélica, Henrique Silva (Acácia Maior), O GAJO e Alan Alan, o responsável pelo artwork. A voz de Allen Halloween também está por lá, num sample que se escuta na faixa Ez utopiaz.
Num novo comunicado, pode ler-se que “esta é uma obra inspirada nos movimentos revolucionários pró-independência africana, nos seus intervenientes, nas suas diretrizes e legados culturais, sendo estabelecido um paralelismo desses mesmos valores com uma interpretação poética do atual espetro urbano.”
Recordando uma entrevista do músico à Lusa, Scúru Fitchádu é filho de mãe angolana e de pai cabo-verdiano. Do Bombarral, onde cresceu, teve as referências do metal, do punk e do grunge. Em Almada, para onde se mudou aos 16 anos, as do hip-hop. Hoje, tudo se escuta na discografia de punho erguido que arrancou em 2016 com um EP homónimo.
Para este álbum “Nez Txada skúru dentu skina na braku fundu”, Scúru Fitchádu teve o apoio da fundação GDA e há uma edição em vinil a caminho. Para já, podes encontrar tudo no Bandcamp:
Fotografia por Vera Palminha
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