AUTOR

Daniel Duque

CATEGORIA
Artigo

NEOPOP: seis nomes que não queremos perder

5 Agosto, 2018 - 10:00

Com o arranque da 13ª edição de NEOPOP agendado para esta quarta-feira, escolhemos seis momentos a não perder em Viana do Castelo.

O NEOPOP começa esta quarta-feira, dia 8 de agosto, com um primeiro dia gratuito (já está esgotado) que conta com, entre outros, o concerto de St Germain e Ivan Smagghe no Neo Stage. O festival estende-se até sábado, e também há Clark e James Holden & The Animal Spirits, no Teatro Sá de Miranda, na sexta-feira e no sábado, respetivamente.

O cartaz desta edição é impressionante. Além dos nomes mais usuais, há novas caras e outras que já não víamos há algum tempo. Por exemplo, Marco Carola volta a ficar responsável por fechar o festival no Neo Stage, como fez no grand finale de 2013. Dax J também está de regresso a Viana do Castelo com um set de 3h, mas desta vez encerra o Anti Stage até ao meio-dia de domingo.

Além de Marco Carola, Dax J e outros, considerámos nomes como Conforce, FJAAK ou Ricardo Villalobos. Como não se pode escolher todos, estas são as nossas sugestões.

1. St Germain às 22h30 no Neo Stage (8 de agosto)
Esta sugestão é inevitável. Desde 1995, o projeto de Ludovic Navarre lançou apenas quatro álbuns – um deles em nome próprio – mas não é um número que dita a importância de St Germain. A importância, resumidamente, é a música de Navarre que associa componentes eletrónicos ao jazz, um estilo que é considerado como nu jazz.

Como se isso não fosse motivo suficiente, St Germain vai apresentar-se em palco acompanhado por uma banda que, segundo o comunicado do festival em março, é composta “por virtuosos do mundo do jazz”. Neste aguardado regresso do francês ao nosso país, espera-se um reportório que ande à volta da maioria dos seus trabalhos, seja de Boulevard, Tourist ou do álbum homónimo, o último lançamento de St Germain. Espera-se um concerto inesquecível do homem oriundo do mesmo movimento que viu nascer artistas como Daft Punk em França.

2. Dopplereffekt às 23h no Anti Stage (9 de agosto)
Dopplereffekt é o projeto que tem Gerald Donald como responsável máximo. O homem de Detroit que formou, juntamente com James Stinson, os míticos Drexciya. Não é preciso dizer mais.

Ok, nós dizemos. Gerald Donald é um artista altamente surpreendente. Já admitiu ter editado inúmeros trabalhos sem identificação, mas também tem projetos ao descoberto, como Arpanet ou XOR Gate. Com Dopplereffekt, tudo começou em 1995 com o EP Fascist State, e, desde então, já foi editada mais do que uma dezena de lançamentos. To Nhan Le Thi não deve acompanhar Donald em Viana do Castelo, mas costuma fazê-lo, inclusivamente em algumas produções.

Em 2017, Dopplereffekt editou o LP Cellular Automata, e o trabalho é maioritariamente sem batida. Ainda assim, três anos depois da atuação no SEMIBREVE, em Braga, o regresso do enigmático projeto é imperdível.

3. DJ Nobu às 7h no Anti Stage (9 de agosto)
DJ Nobu, tido como um pioneiro do techno no Japão, começou por organizar as festas Future Terror em 2001. Em 2012, fundou a editora Bitta, mas a maioria conhece-o pelo quão metódico é na mesa de mistura. Ainda que o centro seja o techno, alguns podem estar à procura de algo mais virado para a pista de dança – há Ben Klock no Neo Stage. No entanto, DJ Nobu, que tem uma coleção de discos impressionante, também procura isso nos seus sets: absorver completamente os que dançam através de música altamente sensorial.

Para os que não quiserem tirar o pé de Ben Klock, não se esqueçam que o alemão só termina às 10h. Aproveitem para ouvir o japonês, que acaba às 9h.

4. Paula Temple b2b Rebekah às 23h no Neo Stage (10 de agosto)
Quem esteve na edição de 2017 do NEOPOP sabe o quão intenso foi o fecho do Anti Stage, no segundo dia de festival, com Paula Temple. Já a britânica Rebekah estreia-se em Viana do Castelo depois de estar pelo nosso país em outubro, e é sabido que a sua intensidade se equipara à da alemã.

A curiosidade de acompanhar este ato passa por, acima de tudo, comprovar de que é feita esta dupla, e especialmente o que é que tem para nos oferecer de novo. O horário, 23h, é arriscado, mas é obrigatório estar lá para ver o que a dupla, que não atua muitas vezes, fará durante duas horas de set. Pelo menos furioso vai ser.

5. 400 PPM às 3h no Anti Stage (11 de agosto)
400PPM é Shawn O’Sullivan, americano que também é conhecido por Vapauteen noutras andanças. Em Viana do Castelo, estará responsável por um live act de uma hora no último dia de festival, 11 de agosto, no Anti Stage. Em primeiro lugar, não é muito comum ter a oportunidade de ouvir 400PPM. Depois, o músico é um ávido consumidor do mundo dos sintetizadores e módulos, e vai estar no NEOPOP com o seu enorme Eurorack, sintetizador modular feito à medida.

Como disse à Inverted Audio, aliás, o seu set-up é composto por “pedais baratos e módulos caros”, além de outras máquinas ligadas a uma mesa Soundcraft S200. Da sua atuação no NEOPOP, pode-se esperar um sistema complexo que, além de nos guiar numa autêntica viagem, deve explorar o álbum de estreia Fit For Purpose, editado na Avian. A nível de sonoridades, deve-se esperar por techno com elementos algo experimentais, mas é importante não esquecer que o membro da banda Led Er Est não deixa de parte as suas influências, como é o caso de estilos como coldwave, gabber ou breakcore.

6. KiNK (live) às 7h30 no Neo Stage (11 de agosto)
O live act de Strahil Velchev é tido como um dos mais interessantes do panorama atual – em 2016, foi eleito o melhor do ano pela Resident Advisor. Diretamente da capital búlgara, KiNK chegou ao mundo da música eletrónica por inúmeras razões, incluindo o “trabalho de escritório” nas forças armadas da Bulgária, onde ingressou em 1998. Mas isso pouco importa.


Se o seu nome pode ser associado a práticas sexuais menos convencionais, a verdade é que o próprio Velchev também tem o seu lado insólito. Por exemplo, é capaz de adicionar claps à música com fita-cola num vinil, ou até de pôr o público a ter o seu papel com as máquinas em atuações. Seja com a Roland TR-8, o Novation Launchpad Mini MK2 ou um teclado, entre outros claro, KiNK é um mestre da arte. No NEOPOP, fica a certeza de que o set do búlgaro será frenético e sem qualquer tipo de rótulo.

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