AUTOR

Rui Castro

CATEGORIA
Entrevista

Fauvrelle: “O álbum tem a minha identidade e quem me conhece consegue reconhecer isso”

16 Abril, 2019 - 19:15

À conversa com Fauvrelle, o dj e produtor traçou o fio condutor de todo o conceito por detrás do seu álbum de estreia, Throughout The Years. 

Fauvrelle já deambulou por vários pseudónimos, mas foi pelo nome de família que mais singrou no mundo da eletrónica. Colaborou com alguns dos maiores nomes da cena nacional (Frank Maurel, Jiggy, DJ Vibe) e lançou faixas em editoras como a Defected, Saved ou Innervisions. Agora, com cerca de 25 anos de carreira, chegou a altura de colocar tudo em perspetiva e “fechar um ciclo” com o lançamento do seu primeiro álbum, Throughout the Years, na sua editora Inflagrante Music.  

Foi com vista privilegiada para Vila Nova de Gaia que presenciámos a ambição de quem já anda por cá há muito, mas não tenciona arredar pé.

Rui Castro: Comecemos pela pergunta cliché: Como é que te introduziste na música eletrónica e, consequentemente, na produção?
Fauvrelle: Já comecei há muitos anos, perto de 25, mais coisa menos coisa. Quando comecei usava outro nome – Morrice – com uma linha techno. Passados alguns anos comecei a interessar-me pela produção. Comprei máquinas, na altura não havia muita informação como hoje em dia tens no Youtube, etc. Só para teres uma noção das diferenças, o meu primeiro computador para o estúdio tinha 1 Mb de RAM (risos). Entretanto, à parte de estar ligado ao techno, no estúdio comecei a desenvolver interesse sobre sons mais house, lounge, música mais calma. Então decidi usar este nome, Carlos Fauvrelle, para esses projetos. Aos poucos e poucos começou a crescer, e chegou a um ponto em que decidi abandonar o Morrice. Isso deveu-se também ao facto de o techno nesse momento estar menos interessante, tanto a nível sonoro como de público – nos eventos havia sempre muita confusão. Então decidi parar aí, e foi nessa altura que Carlos Fauvrelle ganhou outra dinâmica. Já há algum tempo que vinha a desenvolver uma parceria com o Frank Maurel, projeto esse de nome Maurel & Fauvrelle. Editamos muitos temas em várias editoras conhecidas, desde a editora do Erick Morillo, à nossa Kaos… tivemos bastante sucesso, e aos poucos foi evoluindo. Estive a viver durante cinco anos em Barcelona, e foi aí que o meu som mudou muito. Acabei por dar mais importância ao house mais calmo, mais groove. Nos últimos anos do projeto Carlos Fauvrelle, era mais associado ao house mais pumping, mais tech-house, muito na linha do Dj Vibe, o house NYC.  

Mas porquê, era o que se ouvia mais na cidade?
Sim. Acabei por conhecer uma cidade que estava mais ligada a esse tipo de sonoridade. Claro que Espanha esteve sempre associada ao techno, mas Barcelona sempre foi muito especial e bastante evoluída nesse sentido. Vivem imensos djs conhecidos, e fazem com que a cidade esteja em constante evolução. É uma cidade muito ligada à música, e música sempre de muita qualidade, penso que o Sonar é sem dúvida um fator de peso. Nesses anos que estive lá, iniciei uma editora nova, que se chama Inflagrante, pela qual estou a lançar este álbum. Quando regressei a Portugal, continuei com essa sonoridade, mas aos poucos tenho regressado ao projeto Morrice. Este álbum, vem fechar esse ciclo, ou seja, Throughout the Years é isso mesmo, mostrar um bocado do que tenho feito ao longo dos anos. 

Numa altura em que, a nível monetário, se calhar compensa mais lançar singles ou EPs, porquê lançares agora um álbum? É uma questão de statement
Não de todo. A ideia base seria fazer uma compilação das minhas influências e pensei em fazer alguns temas para adicionar. Mas depois ao analisar todo o trabalho que já fiz, desde Morrice, Carlos Fauvrelle, e outros nomes que entretanto usei, achei que o ideal seria então fazer um álbum em que mostrasse num dj set tudo aquilo que sou e o que fiz. Queria fazer um álbum mais pequeno, mas um set de apenas uma hora seria curto e, por isso, acabou por ser um álbum muito grande com 17 faixas, que é gigante! Não foi algo que eu pensasse do género “opá, vou fazer o álbum com o maior número possível de faixas que é para o pessoal achar que sou muito bom”. Não, comecei a desenhar um set na minha cabeça e, entretanto, à medida que ia sendo preciso, fazia mais faixas. Tanto que acabei por fazer muito mais do que 17 faixas, só que as outras não entraram. Mas a ideia surgiu mesmo nesse sentido, fazer um dj set que mostrasse tudo aquilo que já fui e que sou, mas tudo com faixas minhas. Minhas ou com colaborações, que neste caso tenho duas. 

Mas porque é que esperaste tanto tempo? 25 anos de carreira… foi mesmo para fechar esse ciclo que falavas há pouco?
Exato, acho que foi mesmo para fechar o ciclo. Ou seja, comecei como Morrice e agora sinto que estou quase a entrar novamente nesse caminho, que é mais techno. E então este álbum vem fechar tudo aquilo que aconteceu, e começar outra vez. No fundo aqui pode-se mesmo aplicar aquela brincadeira do 360º – já dei a volta e voltei ao ponto de partida. Mas só estou a lançar o álbum agora porque tenho mais tempo, e o tipo de música que fui fazendo sempre foi muito focado em singles, isto é, em fazer temas e lançar. Nunca tive vontade de fazer algo que fosse muito elaborado a nível artístico. Quer dizer, fiz um mini-álbum há uns anos atrás para a Kaos como Carlos Fauvrelle, que foi o 7th Sun que tinha 5/6 faixas. Mas não foi mesmo um álbum assumido, foi mais um LP grande (risos). Mas acho que este foi o momento ideal, porque também estou mais calmo para isso, fui pai e tive de estar mais tempo em casa, e aproveitei para me focar no desenvolvimento deste trabalho. Antigamente viajava muito, andava sempre na estrada.  

Neste álbum contas com colaborações de velhos conhecidos, e amigos, com quem já colaboraste antes, como o Jiggy e o Dj Vibe. Isto foi algo mandatário, isto é, querias mesmo incluir estas duas lendas da cena nacional no teu álbum? 
Sim, se isto se chama Throughout the Years, faz todo o sentido eles estarem presentes. O Vibe foi uma grande influência para mim como Carlos Fauvrelle. O meu som house foi muito influenciado por ele. Aliás, acho que todos nós em Portugal, sejamos djs ou produtores, temos uma grande influência dele. Já colaboramos em estúdio várias vezes, e criamos também um projeto intitulado Nutons, sob alçada da incontornável Innervisions do Dixon. Eu e o Tó (Dj Vibe) fizemos o tema The Present and The Future antes de eu iniciar o álbum, e mais tarde perguntei-lhe “tenho aqui uma ideia para o meu álbum, o que achas se usar esta faixa lá?” e ele “porreiro, faz todo o sentido”. No techno, o primeiro dj que vi a actuar no nosso país foi o Jiggy, que também teve uma grande influência na minha sonoridade. Nós tínhamos uma colaboração que ambos gostávamos muito, e então decidi fazer um rework da faixa para usar no álbum. Já tivemos uma editora em conjunto, e estávamos a fazer techno bastante interessante, mas na altura não teve o impacto que queríamos e, hoje em dia, como o techno está de volta com muita força, acho que até faz sentido as pessoas irem um bocadinho à procura desses temas que fizemos eem da editora que tivemos. Para mim, faz todo o sentido eles estarem no álbum porque foram eles que me ajudaram a construir o meu som. E tive a sorte de, ao longo dos anos, colaborarmos em vários projetos. 

Pelo que ouvi, este é um álbum com sonoridades diversas – vais do techno mais cerebral da Techno Storm, cena meio deep hipnótico de Cosmos, passando pela onda mais tech house solarento de Disco Bazz, etc. Como classificas em termos de sonoridade?
Acho que a melhor forma de o definir é associá-lo ao meu estilo como dj. 

Polivalente?
Exatamente. Tenho essa ideia de voltar a usar o Morrice novamente, mas o normal, é quem me for ouvir atuar, sabem que oscilo bastante entre os vários géneros musicais… depende muitas vezes dos espaços também. Como por exemplo em Aveiro, onde acabo por me fixar em sonoridades mais house. 

O vosso tour passa por lá, certo?
Sim, o tour foi desenhado nesse sentido. No Industria será uma cena mais house/techno, em Aveiro um house mais deep, em Guimarães algo mais techno, Lisboa também um bocado mais tech house… Cada data tem a sua sonoridade, e o álbum é isso mesmo.  Acho que as pessoas já se habituaram que, quando vão ouvir Fauvrelle, dependendo da noite, podem ouvir de tudo um pouco.  

Depende da noite, do público, do horário em que atuas…
Exatamente. Também toco muito em afters. Na cidade do Porto, durante três ou quatro anos atuei muito no Lottus, depois passei para o Private Breakfast. As pessoas estão habituadas, e sabem, que toco de uma certa forma quando me vão ouvir de manhã. E no álbum também estão dois temas que são muito inspirados nisso – no Lottus, no Private – assim como temas que são inspirados da altura do Rocks, do Industria. Ou seja, no fundo, o álbum tem a minha identidade e quem me conhece consegue reconhecer isso. 

Quando estás a criar em estúdio, em que é que te inspiras? Ainda agora falaste nos afters, por exemplo…
Quando vou para o estúdio tenho sempre em mente uma noite, uma faixa que ouvi ou algo que vi. Ou então também posso às vezes chegar ao estúdio e dizer “hoje quero fazer uma faixa mais house, dentro deste género”, e faço. Mas normalmente aquilo que me inspira mais é o “go with the flow”. Sento-me no estúdio, coloco um kick e, a partir daí, tanto pode sair uma cena mais house, como techno, como deep. Aconteceu-me já ter uma faixa techno quase pronta e pensar “se mudasse agora o kick, com o baixo isto ficava muito cool”. E, de repente, uma faixa techno passa a ser house. Não sou uma pessoa que tenha um estilo muito vincado, e a razão é porque gosto de tudo e isso reflete-se na hora de criar. Há pessoas que consideram isso bom, outros mau. Mas também admiro artistas que conseguem sempre fazer a mesma linha. 

E há assim alguma colaboração ou colaborações de sonho que gostavas de ter no futuro? 
Eu acho que colaborar é ótimo porque a pessoa que vai estar contigo no estúdio aprende um bocado daquilo que tu sabes, e tu também aprendes com a outra pessoa. Então acho que aquilo que nos torna melhores artistas, seja a nível de feeling, como técnico, é colaborar. Eu adoro fazer música, e durante estes anos todos sempre fiz música com várias pessoas. Tenho imensas colaborações. Mas não tenho assim nenhum nome em específico. Tenho interesse em fazer algumas colaborações com a nova geração do techno português. Tens imensos nomes como Lewis Fautzi, Cardao, Vil, Temudo , entre outros. Eles estão todos a fazer boa música, e então para mim seria interessante sentar-me no estúdio com alguém com menos 15 anos do que eu. Eu como tenho um techno mais old school, gostava também de ver as ideias desta nova escola. Provavelmente é mais isso, não tenho alguém em específico, mas sim com esta nova geração. 

Então para ti uma colaboração é estares com alguém presencialmente em estúdio e não aquele método de mandares uma faixa, a outra pessoa compõe uma parte, e fazer à distância…
Não, não. Por acaso já fiz alguns temas assim, e acho muito impessoal. Fazes algo, depois o outro abre o projeto e acrescenta… Acho que o melhor de colaborares com alguém é estarem juntos. Essa pessoa tem uma ideia e tu vês a cara dela nesse momento, de experimentarem ideias os dois. Irem almoçar, beber um café, sentir a música em conjunto, como funciona o break. Acho que o mais importante para além de fazer música, é também a parte humana. É estares com alguém e, passo a passo, as coisas irem acontecendo, assim também crias um laço mais forte com essa pessoa. Enquanto que enviar ficheiros é mais impessoal. 

Para quem já anda aqui há algum tempo, quais é que são as principais diferenças que vês entre o período que começaste e o atual?
Acho que hoje em dia é muito fácil tu ganhares conhecimento, seja como produtor, dj, ou organizador de eventos, porque é mais fácil encontrares informação na internet. É também um bocado mais difícil singrar porque somos muitos a tentar chegar ao mesmo lugar. 

Pois, se calhar na altura quase que se contavam os djs pelos dedos das mãos…
Éramos poucos, de facto. Mas também existiam menos lugares. Tinhas dois ou três clubes. Hoje em dia também é mais fácil comprares música. Um download custa-te 1,5€ ou 2€, antigamente tinhas de comprar discos e cada um custava 10/12€. Se hoje em dia só houvesse vinil, acredito que metade dos djs não existiriam, porque é preciso de facto ter dinheiro para seres dj. Claro que podias comprar 10/20 discos e tocares os mesmos durante um mês ou dois (risos), mas, entretanto, os teus fãs e as pessoas iam começar a ficar um bocado aborrecidos. Em termos de evolução, acho que isto deu um salto incrível a nível técnico e a nível do público também. Os clubes têm sistemas de som incríveis, o material também está excelente, seja nos leitores de cd, mesas, luzes, tudo. O público também evoluiu muito, atualmente consegue ouvir um dj e identificar a música que ele está a tocar, já conseguem ter cultura suficiente ao ponto de conhecerem música a música, o que por um lado dá um bocado mais de valor ao artista porque conseguem perceber como é que os mixes estão a ser feitos, como é que a viagem está a ser organizada. 

Mas antigamente não era assim?
Não, antigamente não tinhas o Shazam. O telemóvel só dava mesmo para falar e jogar o snake (risos).  

O que queria dizer era mais em termos de público. Eles não topavam falhas a nível técnico? Tipo aquele prego mais discreto, algo do género?
Sim, notavam se fossem coisas mais complicadas. Mas atualmente as pessoas são muito mais críticas. Conseguem logo perceber o que está bem e mal. Mas isso também funciona um bocadinho como o yin yang – tanto tem de bom, porque as pessoas sabem o que estão a ouvir e o que o artista está a fazer, mas por outro lado também não se deixam levar por caminhos diferentes. Há 20 anos as pessoas iam ouvir um dj nacional ou internacional e eram mais inocentes, deixavam-se levar mais. O dj conseguia experimentar coisas menos óbvias, era tudo um bocado mais naive vá. Atualmente as pessoas exigem muito de ti, no sentido em que estás a fazer um set e se durante dois ou três minutos a música não estiver a agradar, eles param de dançar, olham logo com aquela cara. Enquanto que antigamente acho que as pessoas confiavam mais nos djs para os deixarem trabalhar de uma forma sem pressões. Hoje em dia, como todos percebem, é um bocado mais difícil, o mesmo acontece nas redes sociais, as pessoas já não perdem tempo para ler uma noticia até ao fim!

Outra coisa que acho que ajuda imenso, é a globalização, antigamente tinhas de facto duas ou três vezes ao ano festas muito boas – na páscoa, verão, fim do ano – e agora compras um bilhete de avião por 50€ para ires a Madrid, Paris, Amesterdão a festas com line-ups incríveis por 60 ou 70€. Então acho que a música está muito mais acessível. Só não te cultivas se não quiseres.

A evolução é sempre boa, e sou um bocado contra as pessoas que dizem “antigamente é que era melhor, nem fazes ideia” ou “ser dj antigamente é que era, por causa dos pratos, etc”, isso é uma perfeita idiotice porque se evoluímos, o nome diz tudo. A música soa melhor, as ideias são cada vez mais radicais. É claro que tens muita coisa e é preciso perder tempo para a encontrar… 

Se calhar as pessoas dizem isso porque na altura era algo novo, e precisamente por isso é que tinha a suposta vibe diferente…
Sim, mas se formos a ver… Eu faço 42 anos este ano, e já passei por duas gerações. Ou seja, a minha quando tinha dos 15-20 anos, e depois quando tinha uns 30 e comecei a lidar com pessoas que tinham 15-20. Hoje em dia já estou outra vez a dar a volta, tenho 40 e conheço a geração que tem 30 agora e a outra. E todos te dizem o mesmo, porque quando tinha 15-20, havia uma geração acima de mim que dizia puto, não percebes nada disto. Quando tinha a tua idade é que era fixe” …e a história repete-se. Provavelmente tu vais dizer exatamente o mesmo à malta que tem menos 10 ou 15 anos que tu.  

É mais uma questão de geração, portanto.
Exatamente. Porque todos nós temos coisas únicas, e quem as viveu teve sorte nisso. Eu olho para gerações mais novas e, como estávamos a falar há pouco, eles têm sorte de poder comprar um bilhete de avião e ir à Holanda ou outro sítio. Quem me dera a mim ter feito isso quando tinha 20 anos. Tinha sempre que esperar aqui em Portugal pela Tecnolandia, ou algo do género, para poder ouvir artistas como o Richie Hawtin, por exemplo. Por isso acho que se souberes tirar partido da evolução, ela só pode ser boa.  

E quanto aos teus projetos para o futuro? Já disseste que vais regressar ao Morrice, mas o que é o futuro te reserva mais?
Com este álbum ainda vamos alargar mais um bocadinho porque saiu agora com os originais, e temos em mente pedir remisturas a pessoas que me foram queridas, ou que reconheça valor. Depois disso, para finalizar o álbum, estou a pensar em escolher quatro ou cinco músicas e fazer um vinil, para disponibilizar algo físico deste projeto, para as pessoas poderem guardar. Eu próprio para poder colocar lá em minha casa (risos). E, em paralelo, vou começar a desenvolver uma editora com o nome Morrice, e é assim que vou iniciar esse projeto. A ideia é criar apenas temas meus, mas tenho em mente fazer algumas colaborações, a nível de gigs, vou tentar ser bastante seletivo, no sentido em que esse nome deve estar ligado apenas a clubes que considero que sejam mesmo techno, e que sejam mesmo válidos. Morrice vai ser um projeto querido em que vou ter imenso cuidado em tudo – desde a escolha de gigs, à música que é lançada, à imagem da editora, etc, etc. 

A Strings também é outro dos projetos que vou continuar, que é uma editora ligada à cena house, onde conto com dois sócios, o Bikas e o César Froufe. Já editamos dois discos e brevemente vai sair o terceiro, em digital por uma questão tática, que contém um tema meu, um tema que fiz com o Bikas e uma remistura do Tuccillo. O 004 regressa ao formato vinil e já está a ser preparado   

Para terminar, queres acrescentar algo? Fazer alguma publicidade à tour, por exemplo?
A tour começa dia 30 de março, no Industria (Porto), porque é a minha cidade, e o Industria porque foi um clube muito importante para mim durante estes últimos anos. Depois passo por Aveiro, que é a casa do Bikas, o meu sócio na Strings, e é uma cidade que está muito ligada ao house, por isso é que faz sentido ser esta a paragem seguinte. Depois vamos a Lisboa ao Kremlin com uma sonoridade mais tech house, mais pumping, mais alegre, e daí temos Coimbra que é uma sonoridade mista – tanto pode ser house como techno. Depois passamos para o Gare, e aí já vou atuar como Morrice, e é o Fauvrelle quem faz o warm-up. Terminamos no berço da nação, Guimarães que é uma cidade assumidamente techno, e onde atuei muitas vezes como Morrice! 

No fundo então é um all night disfarçado (risos).
Sim, sim, também serve um bocado para apresentar o Morrice, até porque ele faz parte do álbum. Há uma das faixas intitulada More Rice, que é Morrice disfarçado. Mas por acaso quem traduzir à letra (
mais arroz), pode levar para outra ideia, tipo mais do mesmo (risos). A tour termina no Bloc 808, em Guimarães, que é uma cidade extremamente techno. E, no fundo, consegue-se perceber que o tour é como o álbum, em tom crescendo.


Entretanto grande parte das pessoas que forem aos eventos têm direito à capa do álbum, com um link com acesso ao set, ou seja, as músicas todas mixadas por ordem. É claro que a qualidade oferecida não é a melhor, são 112 Kbps, mas quem quiser ouvir com qualidade, aí já terá de o comprar. Sou apologista que devemos dar a hipótese às pessoas de ouvir a música, e, se de facto elas gostarem muito, então aí devem comprar. No fundo, é isso que estou a tentar fazer aqui.

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