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2019: Melhores lançamentos internacionais

6 Janeiro, 2020 - 11:35

Depois de definirmos os nossos lançamentos nacionais favoritos em 2019, chegou a altura de refletir sobre os internacionais.

De Christophe a Sun People, foram vários os discos internacionais que ouvimos ao longo de 2019. Por isso mesmo, e tendo em conta a quantidade de trabalhos exemplares que passaram pela nossa redação, a decisão final recai sob o facto de estes 10 terem sido especialmente marcantes, tanto no que diz respeito à qualidade de produção, como pela forma como as histórias são contadas.

Este artigo sucede os nossos melhores lançamentos nacionais, que incluem nomes como Apart, Branko, DJ Nigga Fox, EDND, Hélder Russo, IVVVO, Lake Haze e Photonz.

Com textos de Daniel Duque e Rui Castro, podes encontrar abaixo os lançamentos internacionais que mais nos marcaram no ano passado.

Christophe – Rok The Hall/Like That [Me Me Me, 12 de abril]


Este foi dos lançamentos de 2019 que mais nos pôs a mexer. Rok The Hall é uma obra-prima que exemplifica na perfeição que, quando bem conjugados, o acid e o electro combinam melhor do que café e cigarro. Já a versão original de Like That resgata a energia do acid house primordial para uma versão plena em groove, que devemos ouvir em loop até não conseguir mais (se é que isso é possível).

Croatian Amor – Isa [Posh Isolation, 25 de janeiro]


Croatian Amor é Loke Rahbek, cofundador da famosa Posh Isolation e metade dos Damien Dubrovnik. Este é o projeto mais ambient do dinamarquês, mas é de notar que em “Isa” Rahbek também explora muito do seu lado drone, experimental, IDM ou até downtempo. Pelo meio, e para contar a assoladora história de “Isa”, o produtor recorre a inúmeros detalhes – como vozes em todas as faixas – que ajudam a fazer deste álbum um verdadeiro destaque de 2019.

Efdemin – New Atlantis [Ostgut Ton, 15 de fevereiro]


Desde logo, a faixa introdutória de “New Atlantis” – Oh, Lovely Appearance of Death, que conta com letra de um poema de Charles Wesley (1780) – faz-nos mergulhar num profundo mundo de paisagens ambient e drone, que, por sua vez, nos levam para as batidas techno de Good Winds. Até o final, incluindo ao longo dos 14 minutos de New Atlantis, a atmosfera criada por Efdemin evidencia-se como um dos destaques, mas, na realidade, todos os detalhes parecem ter sido executados na perfeição.

FKA Twigs – Magdalene [Young Turks, 8 de novembro]


Antes do lançamento de “Magdalene”, já os singles cellophane e holly terrain ajudavam a prever que este segundo álbum de FKA Twigs seria um belo trabalho da artista que, antes de se aventurar pela música enquanto cantora e letrista, chegou a atuar como dançarina. Com nomes como Nicolas Jaar a ajudar na produção, esta história de amor não passa ao lado de ninguém, especialmente dado o papel que a eletrónica e as letras têm nesta fórmula vencedora.

Moodymann – Sinner [KDJ, 21 de junho]


Pensem em todas as características intrínsecas a esta rockstar da eletrónica – groove, enigma, mistério, carisma – e adicionem os elementos típicos da sua música – vocais subtis, house, jazz, soul, funk. Assim nasce “Sinner”, o mais recente álbum deste orgulhoso nativo de Detroit, que surgiu de surpresa mas correspondeu a todas as expectativas e mais algumas. Um verdadeiro clássico instantâneo.

Neon Chambers – One [Dekmantel, 4 de novembro]


A primeira vez que ouvimos falar sobre este projeto – que junta dois nomes do techno, Kangding Ray e Sigha – foi em 2018, quando o duo começara a atuar ao vivo pela Europa. Seguiram-se passagens por Portugal – Lux Frágil e Festival Forte – até chegarmos a este “One”, o EP de estreia da dupla que explorou mundos rave, dubstep, IDM e muito mais ao longo de cinco faixas. É que além de surpreendente, é um trabalho sólido e com as arestas bem limadas.

Pantene – Pantene [Super Utu, 25 de abril]


Don’t touch me, I’m dancing é o que por vezes nos aprece dizer quando estamos a absorver a música na pista. Este é também o nome da música que destacamos, cujo refrão absolutamente dopante andou a circular em loop nos nossos ouvidos, numa perseguição simultaneamente prazerosa e sádica. Por outro lado, os sussurros de Just Business têm um sentimento de melancolia capaz de nos deixar em estado de transe. Obrigado à Super Utu por ter resgatado este grupo de art-pop berlinense e estas canções, que, até então, tinham estado a marinar no SoundCloud desde 2015.

Peer Du – For Those EP [Haws, 10 de setembro]


Sabem quando algo é tão bom que até chateia? Não é o caso. Este EP é de ouvir e chorar por mais. “For Those” contém seis faixas de house mui gourmet com toque clássico, sonhador e intemporal. Os gostos variam de pessoa para pessoa, mas confiem em nós e ouçam o slow electro sob ambient deep e bassline dopante de 5am interlude, e ainda a versão original de For Those, com os vocais doces de Shanice, que já se tornou num verdadeiro clássico do deep house.

Special Request – Vortex [Houndstooth, 31 de maio]


“Vortex” é um daqueles discos que vicia à primeira escuta. O trabalho faz parte dos planos de Special Request para 2019, nomeadamente o lançamento de um total de quatro álbuns. Este “Vortex” marcou-nos especialmente e é, assim como outros trabalhos deste alias de Paul Woolford, uma interessante aventura pelas influências do britânico, tão díspares quanto house, jungle e techno, entre outras. Chega a ser único.

Sun People – These Days EP [Rua Sound, 29 de novembro]


“These Days” é um sério candidato a melhor EP de 2019 no que a drum’n’bass diz respeito. Já o tínhamos dito, e até pode ser uma afirmação ousada – afinal, este não teve o mediatismo merecido. Mas a qualidade é inegável. Por aqui encontrarão influências de tudo um pouco – drum’n’bass, techno, footwork, hip-hop, juke, etc – e é esta amplitude sonora que o destaca dos demais. Atenção, sobretudo, ao d’n’b etéreo e inovador da faixa que dá nome ao EP e a Give It Up.

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