AUTOR

A Cabine

CATEGORIA
Estreia

ESTREIA: 2Jack4U + Violeta Azevedo + Rui Antunes + Ondness – The Importance Of

18 Setembro, 2020 - 16:24

13 faixas depois, chegou a altura de conhecer o tema que encerra a “Antologia do Isolamento” com que os 2Jack4U e a OpAmp nos presentearam neste período atribulado.

A “Antologia do Isolamento” chega ao fim com esta The Importance Of, agora em estreia n’A Cabine. Com a ajuda da OpAmp, as “Máquinas em Manobras” dos 2Jack4U têm trazido colaborações (gratuitas!) cuja base é o jogo surrealista cadavre exquis (“cadáver esquisito”).

Os resultados são inesperados e, ao mesmo tempo, viciantes, tal como esta The Importance Of o comprova. Desta feita, com artwork de Uliarud Uliarud, é ao lado de Violeta Azevedo, Rui Antunes e Ondness que a dupla de André e Rubina assina este tema, descrito pelo duo como uma faixa “arrebatadora”.

Desde maio, o projeto “Máquinas em Manobras”, feito durante o confinamento, contou com muitos outros intervenientes – Alex FX, Citizen:Kane, Jerry the Cat e Roundhouse Kick são apenas quatro exemplos de um total de 22 produtores, aos quais se juntaram ainda 16 responsáveis por desenhar as capas.

Segundo o manifesto deste projeto, aqui “não há algum ou qualquer pressuposto de lucro e proveito financeiro direto ou indireto”, um aspeto que torna tudo ainda mais especial. Mas quisemos saber mais e, por isso, colocámos, via email, algumas perguntas aos 2Jack4U, como podes ler abaixo.

Como descrevem esta The Importance Of?
Diria que é arrebatadora com um resultado surpreendente, e se conhecessem o produto enviado perceberiam melhor o quero dizer. O tema enviado foi composto a pensar nos três projetos intervenientes, e na nossa expetativa de como é que, criativamente, eles poderiam contribuir para a produção e composição do tema. Mas tu podes ter esta ou aquela expectativa, esta ou aquela ideia, mas não podes impor a tua vontade no processo criativo (isso iria contra o manifesto destas manobras), daí que o produto final não seja o que esperaste pois não podes dizer à malta “faz assim ou assado”, a criatividade é um mundo de possibilidades infinitas. As possibilidades aqui concretizadas foram o resultado do universo de quatro intervenientes e é como dissemos inicialmente: arrebatador!

No caso desta música, agora em premiere, Uliarud ficou responsável pela arte. O que me podem dizer sobre ele?
Conhecemos o Paulo no Desterro, numa daquelas noites suadas na cave mais underground de Lisboa e que muitos já conhecem bem. Começámos a seguir o trabalho artístico do Uliarud Uliarud nas Desterronics, onde colaborava com o artwork dos flyers, das edições em vinil das sessões e também com os visuais às quartas-feiras ou nas weekend editions aplicando a técnica liquid light show. Achámos que fazia sentido a sua participação neste projeto. Uliarud Uliarud é um artista discreto e multidisciplinar, que, além do desenho, trabalha com a técnica liquid light show. Paralelamente trabalha num restaurante onde todos os dias desenha artisticamente o menu para anunciar as refeições. Podem segui-lo no seu Instagram: @uliaruduliarud

Como foi trabalhar com tantos nomes da cena eletrónica portuguesa?
Foi brutal, muito bom, principalmente porque acabas por criar uma relação mais íntima com os intervenientes e depois porque passas a conhecer melhor as dinâmicas de trabalho de cada um, os seus processos criativos e o modo como compõem e como criam, as suas técnicas, o seu modo de estar perante a música. Para além de que passas a ter a guarda partilhada do produto que criaram 🙂 As faixas não são de 2jack4u, são nossas e de todos os projetos que colaboraram connosco.

E o que podem dizer sobre a experiência que foi contar com os restantes artistas responsáveis pelos artworks?
Foi igualmente boa e interessante ver os resultados que partiram não só do material inicial que enviámos aos produtores, mas também do produto final. Foi interessante conhecer o cenário imagético ligado a cada faixa e que foi fruto da síntese criativa entre música, imagem e do universo imaginário de cada artista gráfico.

O que retiram de toda esta experiência? Estavam à espera destes resultados?
Sempre tivemos expectativas quanto aos resultados de cada produção, mas obviamente que fomos surpreendidos, em cada colaboração, pela resposta criativa que recebemos do material enviado. Fomos surpreendidos no bom sentido e gostámos do resultado final deste “Máquinas em Manobras”. Aqui o surpreendente é também perceber que o produto final ficou sempre diferente daquilo que inicialmente imaginaste para aquela faixa e isso “obriga-te”/leva-te a repensar, reimaginar, melhorar todo o teu trabalho e processos criativos.

Ficam com vontade de fazer outro trabalho destes? Quem sabe com outros nomes além dos que já participaram?
Sem dúvida, ainda pensamos em como podemos trabalhar mais estes temas… talvez fosse interessante agora distribuir aleatoriamente os temas pelos projetos e daqui sair um álbum de remisturas por exemplo. Ou até editar as faixas iniciais ou as diferentes versões e mutações que uma determinada faixa sofreu. Também pensamos já num novo “Máquinas em Manobras” com outros projetos, nomeadamente projetos internacionais com quem também gostaríamos de trabalhar. Mas para já, num futuro muito próximo, queremos, na medida do possível, levar este projeto até aos espaços culturais que, neste momento, já começam a fazer alguma programação.

Fotografia por Rúben José

relacionados

Deixa um comentário







t

o

p