A ocorrer dia 13 de novembro às 16 horas nos Aliados, no Porto, e no 14 do mesmo mês em Lisboa, às 12h30, na Praça do Rossio, as duas manifestações querem alertar para as dificuldades vividas nestes setores.

A iniciativa, que já contou com concentrações anteriores, vem protestar várias das medidas que têm vindo a reduzir drasticamente os rendimentos dos espaços culturais e de restauração e, consequentemente, de quem trabalha nesses espaços. Mobilizados nestes protestos estão organizadores de eventos, músicos, produtores, atores, fornecedores e simpatizantes solidários com as consequências que as medidas governamentais têm tido na vida de milhares de empresários e trabalhadores desde que as mesmas entraram em vigor. Os protestantes salientam no seu manifesto que, em março de 2020, muitos estabelecimentos tomaram “a difícil decisão de encerrar”, antes mesmo de serem legalmente obrigados a fazê-lo.

Dois meses depois, aquando do decreto de reabertura de vários dos espaços previamente encerrados, as restrições “esganaram” o setor, que desde então registou quebras de rendimento historicamente altas. As novas restrições impostas pelo Governo prevêm o recolher obrigatório a partir das 13 horas aos fins-de-semana e das 23 horas às cinco da manhã durante a semana, pelo menos até dia 23 de novembro. Face a estas medidas, Álvaro Costa, proprietário de uma empresa de consultadoria à restauração e hotelaria, sublinhou, em declarações à Lusa, que “60 a 70% das empresas da restauração têm metade da sua faturação semanal assente nas refeições de sábado à noite e domingo ao almoço”.

Bares e discotecas registaram também quebras de rendimento totais ou parciais, vendo o seu funcionamento altamente condicionado há já mais de oito meses. Com isto em conta, o movimento “A Pão e Água” reivindica algumas medidas para atenuar as dificuldades nestes setores, como o “apoio ao pagamento de rendas”, a “redução da taxa de IVA até dezembro de 2021”, o “prolongamento dos apoios da Segurança Social aos trabalhadores independentes” ou ainda “apoios financeiros a fundo perdido” para colmatar “os prejuízos acumulados ao longo de 8 meses”.

Vale a pena lembrar que a “União Audiovisual“, movimento que promove o apoio aos profissionais da área através da doação de produtos alimentícios, estará presente na manifestação dos Aliados para recolha de alimentos. O manifesto do movimento está divulgado aqui, através da Comunidade Cultura e Arte, e o movimento em si marca presença nas redes sociais Facebook e Instagram.