Editado pelo Colectivo Casa Amarela, o segundo trabalho que o artista assina na label é um conflito sónico entre verdade e vontade onde filosofia e empatia se cruzam musicalmente.
Depois de explorar o mundo das notações sonificadas em “Sonified Notations”, o artista e compositor madeirense envereda no seu segundo álbum pelo universo da filosofia e da desconstrução sónica de alguns dos mais prementes paradigmas da atualidade.
Composto por seis faixas que aliam ambient e eletrónica a componentes mais orgânicos, desde piano à voz de Teresa Arega, “The Death of Truth” é uma readaptação de um conceito originalmente pensado não para o formato de disco, mas para uma apresentação audiovisual ao vivo no MadeiraDig 2020, entretanto cancelado, como explica o artista em entrevista à Rimas e Batidas.
Importa referir que, para além dos seus dois trabalhos editados pelo Colectivo Casa Amarela, João de Nóbrega Pupo é ainda responsável pelo lançamento independente de peças como “Perdu dans le Consonance Chromatique“, que se debruça sobre a representação sónica de rascunhos vários, ou ainda “Composición Axonométrica: Un estudio de sonificación de edifícios“, a sua tese de Mestrado em Arte Sonora. O seu mais recente lançamento, contudo, distingue-se dos anteriores por se distanciar da sonificação, modus operandi habitual do artista, ainda que mantenha alguns pontos de convergência com o seu trabalho prévio.
Entre os 4:44 de Oh See, a Mammal e as ressonâncias áqueas de Cornucopian Beliefs, espaço não falta para interpretação e subjetividade. Mas, apesar de todas as incertezas que “The Death of Truth” traz consigo, certo é que está disponível para escuta e compra no Bandcamp do Colectivo Casa Amarela, tanto em edição digital como em cassete.
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