AUTOR

Daniel Duque

CATEGORIA
Artigo

Elétrico: 8 atos que não queremos perder

30 Junho, 2022 - 19:46

O regresso do festival Elétrico ao Parque da Pasteleira, no Porto, é já esta sexta-feira. Antes disso, algumas sugestões.

Finalmente de regresso ao Parque da Pasteleira, o Elétrico acontece entre esta sexta-feira e domingo e conta com 20 atos para tomarem conta das tardes e noites no Porto.

É claro que o festival não se limita à música – há arte, bem-estar e muito mais, como podes ver no site oficial ou nas redes da organização – mas neste caso trazemos algumas sugestões de atuações para os três dias.

Entre artistas nacionais e internacionais, tentámos equilibrar as contas nesta lista, mas é claro que isto não passam de algumas propostas. Não falta música boa, seja esta assinada MaguPi, DJ Koze, Luísa, Diana Oliveira ou por muitos, muitos outros.

Podes recordar todos os horários aqui e ler as nossas sugestões abaixo.

Maria Callapez (live) [Sexta-feira, às 14h]
Maria Callapez é um dos nomes que tem chamado mais a atenção em Portugal. Natural da Figueira da Foz, Callapez está em contacto com a música desde cedo, através de estudos de música clássica, e nos últimos tempos tem explorado o techno mais profundo, mental e hipnótico em muitos dos seus sets. Mas o ambient é sempre uma constante. No Elétrico, é possível que esteja munida de um DeepMind 12 (como tem estado em live acts como este) para nos fazer sonhar com a delicadeza que cria ao vivo. Mais ainda, aliás, o festival marca uma oportunidade de a ouvir num formato que não tem sido assim tão habitual. Escolha obrigatória.

Francesco Del Garda [Sexta-feira, às 18h]
Toca house, toca techno, toca o que bem lhe apetecer – mas sempre com mente na pista. Italiano de 44 anos, Francesco Del Garda compra discos desde os 16 e é também por isso que tem uma coleção de discos em vinil invejável. A seleção que trará ao Elétrico dificilmente não porá todos os ouvidos em êxtase e os corpos a abanar pelo parque fora. É raro ouvi-lo no Porto – outro dos motivos para esta escolha – e toca às 18h de sexta-feira – início de fim-de-semana ideal, portanto. Depois pensa-se no jantar, caso haja coragem para tirar o pé de DJ Koze, às 20h.

Catarina Silva [Sábado, às 14h]
Esta jovem DJ de Santo Tirso é tida como uma das grandes forças da nova escola. Catarina Silva anda a correr o país nos últimos tempos e a passagem pelo Elétrico será a oportunidade ideal para quem ainda não a ouviu. O horário provavelmente trará música solarenga, mas estamos diante uma DJ capaz de tocar em qualquer contexto (no currículo tem passagens pelo Gare e pelo Lottus, por exemplo). Sejam breaks ou house, electro ou techno, a DJ que dá também uma mão à Alínea A não tem medo de nenhuma pista e o Parque da Pasteleira, claro, não será exceção.

Roza Terenzi [Sábado, às 17h30]
“Edge Of Innocence”, feito ao lado de D.Tiffany, é o álbum mais recente de Roza Terenzi e uma prova clara da habilidade da australiana para se mutar por entre diferentes universos – e sempre com uma coesão sem igual. Discos como o longa-duração de estreia “Modern Bliss” mostram isso com clareza, sim, mas os DJ sets são um exemplo ainda mais evidente. Electro, breaks, house, techno, garage… Roza Terenzi é garantia de rave e facilmente um dos atos mais imperdíveis de todo o festival.

KiNK (live) [Sábado, às 23h30]
Finalmente agendado para tocar no Porto, KiNK viaja até à Invicta para mostrar por que razão foi e é tido como um dos live acts de dança mais aclamados dos últimos tempos. E não é para menos. Afinal, o búlgaro Strahil Velchev mexe na maquinaria (Roland TR-8 é uma das muitas que normalmente fazem parte do ambiente de trabalho) como quem respira e sabe agarrar o público de forma sem igual – às vezes até deixa a audiência clicar em botões das máquinas – e sem permitir que alguém arrede o pé.

Bendita passagem do búlgaro pelas forças armadas, onde o trabalho de escritório o inspirou a enveredar pela música eletrónica. Sem isso, provavelmente não teríamos lançamentos de KiNK ou do pseudónimo kirilik. Um bocadinho mais inquietante, não teríamos live acts como este.

Kruder & Dorfmeister [Domingo, às 17h30]
Nomes indissociáveis da música lounge, Kruder & Dorfmeister são muito mais do que isso e ao longo dos anos estabeleceram-se como uma dupla que bebe das fontes mais sagradas do trip-hop, dub ou downtempo, só para dar alguns exemplos. Juntos, Peter Kruder e Richard Dorfmeister assinaram um dos mais aclamados DJ-Kicks de sempre e são uma referência inabalável da década de 90. Mas engane-se quem acredita que um DJ set do duo é assim tão previsível: ouça-se o exemplo abaixo, embora em formato “híbrido”, no qual Kruder & Dorfmeister passam por nomes tão distintos quanto Roni Size, Om Unit, Soulwax, Disclosure ou, claro, temas originais. Ideal para um domingo, pois claro.

Floating Points [Domingo, às 19h30]
Floating Points vai tocar em formato de DJ set e, depois de o ouvirmos no Sónar Lisboa, sabemos que é festa garantida. Nome responsável por música orelhuda e de consumo fácil, mas nem por isso menos exigente, Sam Shepherd é um assumido fã de jazz e está por trás de trabalhos bem variados, como os singles recentes e dançáveis ou a viagem introspetiva que é “Promises”, disco composto ao lado de Pharoah Sanders e da Orquestra Sinfónica de Londres. Para as duas horas no Parque da Pasteleira, o melhor é terem cuidado: calçado confortável é imprescindível.

Rui Vargas [Domingo, às 21h30]
Palavras para quê? Alguns dos que vão estar presentes no Elétrico nem eram nascidos quando Rui Vargas já viajava para cidades como Nova Iorque ou Londres à procura de discos, à procura de temas que enchessem as suas medidas e as dos ouvintes. Residente no Lux Frágil e um dos grandes divulgadores de boas-novas, através do seu “Música com Pés e Cabeça”, na Antena 3, Vargas volta a ficar responsável pelo encerramento do festival e é precisamente o mestre e comandante de que todos precisamos para fechar o Elétrico da melhor maneira.

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