O viseense Synapse Archives dedica “Musae” a quem já partiu e à comunidade que o enriquece.

Editado em julho, “Musae” é o álbum ambient que assinala o primeiro registo de José Borges enquanto Synapse Archives. O trabalho foi lançado de forma independente depois de ter sido composto entre fevereiro e maio deste ano. Está disponível em formato físico (cassete) e digital.

Dedicado “em especial a pessoas que já partiram” e uma “homenagem às comunidades e pessoas ainda presentes que marcam uma diferença enriquecedora na vida” de Zé Borges, o disco parte de “material não-finalizado caído no esquecimento de uma hard-drive”, combina “técnicas de processamento digital com métodos analógicos” e utiliza “samples de guitarra de antigas ideias e gravações de campo de áreas rurais e contextos urbanos entre Viseu, Porto e Esmoriz”, pode ler-se em comunicado.

“Em ‘Musae’, as Musas transcendem qualquer noção tradicional associada à figura feminina”, lê-se ainda, representando antes “aprendizados de vida que catalisam uma busca irrequieta por significado [e] desabando (de)construtivamente as crenças e valores do passado.” Um processo que retrata “a dualidade entre quem éramos e quem desejamos ser”.

Para José Borges, viseense que se aventura na música eletrónica e multimédia até na academia, este trabalho assinala “um retorno e uma resistência à renúncia criativa após um longo e desafiante período existencial marcado por introspeção, luto e crescimento pessoal.” Antes deste, a última apresentação pública tinha sido no ano passado em “Aos Cantos”, programa que levou até ao Jardins Efémeros, em Viseu.

Nos próximos tempos, Synapse Archives tem passagem pelo festival APURA, em Coimbra, confirmada para dia 21 de setembro. Até lá, podes encontrar “Musae” nas plataformas digitais, incluindo Bandcamp, onde a versão física está disponível para compra. A cassete pode também ser adquirida na Matéria Prima, no Porto.

O design da capa ficou a cargo de Luis Luzia e a masterização de Guilherme Pimenta.

Fotografia por Jorge Rodrigues