Lutava há alguns meses contra um cancro.

A figura do trance e da cultura psicadélica Goa Gil faleceu às 20h30 do dia 26 de outubro, hora local na Califórnia, após meses a lutar contra um linfoma de células B de alto grau. O anúncio da morte foi publicado esta madrugada nas redes oficiais.

“É com grande pesar que partilhamos a notícia de que Shri Mahant Managalanand Puri aka Goa Gil deixou o seu corpo mundo no conforto de sua casa”, pode ler-se na publicação. “Babaji foi cuidado nos seus últimos dias pela sua família, devotos e amigos.”

“Nos seus últimos dias”, lê-se ainda, “Babaji desejava enviar o seu amor e bênçãos a todos e queria agradecer a todos pelo amor e apoio que recebeu ao longo dos anos. Ele estava em paz e estava pronto para a viagem.”

Goa Gil chegou a ter alta na luta contra o cancro, mas este eventualmente “regressou a um ritmo assustadoramente agressivo”, escreve a família. Uma “segunda ronda de quimioterapia” foi demasiado para o corpo do septuagenário e, sem soluções médicas possíveis, Babaji decidiu “tomou a difícil decisão de se internar [em casa] para poder passar os últimos dias em casa com a sua família, devotos e amigos.”

Nascido Gilbert Levey na Califórnia, Goa Gil era uma referência do goa trance e psytrance e era até visto como um dos pioneiros desses movimentos. No final dos anos 60, saiu de São Francisco e rumou até Amesterdão, desde onde partiu depois para Goa, na India, onde se viria a dedicar ao hinduísmo.

Goa Gil era mais conhecido pelas viagens de 24 horas que assinava, normalmente entre pôr-do-sol e pôr-do-sol. Praticou yoga toda a vida, tocava muito em cassete e era mundialmente visto como uma referência do trance. Antes disso tudo, e sendo de São Francisco, esteve envolvido nos movimentos hippie e de contracultura.

A família criou recentemente uma página de GoFundMe para ajudar com os custos dos funerais. Além de um templo Samadhi a ser construído em Ujjain, na Índia, haverá também um jazigo perto de sua casa na Califórnia.

Seguindo a tradição hindu, “Babaji será sentado na posição de lótus dentro da sua sepultura, coberto de sal até ao pescoço e a cabeça enterrada em açúcar, enquanto são realizadas várias cerimónias religiosas.”

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