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“Audiosphere” em exposição no Museu Rainha Sofia, em Madrid

22 Dezembro, 2020 - 12:15

A exposição, curada por Francisco López, visa documentar quatro décadas de “áudio social experimental” e conta com contributos de artistas espalhados por todo o mundo.

Para além de curador da “Audiosphere”, Francisco Lopez é também autor de compilações sonoras como “Gritty, Odd & Good: Weird Pseudo​-​Music From Unlikely Sources”. Segundo o próprio, apesar da seleção do curador representar “apenas uma pequena amostra” do “universo imenso do áudio social experimental”, ainda que “cuidadosamente selecionada”, a exposição conta com centenas de contribuições de todo o mundo. A exposição “monomedia” surge da necessidade de criar um espaço de “imersão” que contraste com a “overdose visual, excesso de telecomunicação disfuncional e hipertrofia dos fluxos de informação” do “ambiente atual”.

No meio deste oceano de informação sónica dos mais variados recantos do mundo encontram-se fragmentos de trabalhos de pelo menos 10 artistas portugueses: O duo experimental portuense @c, Luar Domatrix, Mestre André, Pedro Chambel, Pedro Rebelo, Rafael ToralVítor Joaquim. Também presentes na exposição estão trechos sonoros dos alter-egos de Bruno Silva, Diana Combo e Gonçalo F. Cardoso: Serpente, Síria e Gonzo, respetivamente.

A nível internacional, regista-se uma abundância de figuras de algum relevo na cena experimental: destacam-se excertos dos trabalhos de Tasos Tafarel Stamou, experimentalista grego que cruza o rebético tradicional com a música eletrónica recorrendo muitas vezes a um arsenal artesanal de instrumentos modificados, ou do multifacetado guitarrista, septuagenário e entusiasta de camisas havaianas Mike Cooper, a quem Lawrence English chamou “o ícone da música pós-tudo”. Os excertos da escultora sónica France Jobin figuram também nesta gigantesca amostra auditiva, bem como os de Pablo Reche e Juan José Callarco, curadores da “Selección Magnética”.

A exposição, admitidamente focada na componente auditiva, funciona através de uma app própria, através da qual os visitantes do museu podem selecionar e escutar as amostras de som a gosto. A escuta faz-se em espaços almofadados e propositadamente minimalistas, feitos para garantir o conforto sem retirar a atenção da componente sonora, aspeto central da exposição.

Vale a pena lembrar que o Museo Reina Sofia, que celebrou o seu trigésimo aniversário a 31 de outubro de 2020, tem também outras exposições artísticas relacionadas com arte sónica em curso: Disonata, que explora a arte no som até 1980 através da exposição de “formas, abordagens e casos concretos” de “diferentes iniciativas que foram além das categorias pré-definidas na arte moderna e contemporânea até 1980”, e Auto Sacramental Invisível: Uma Representação Sónica de Val del Omar, uma recriação expositiva de uma das obras do conceituado fotógrafo, inventor e cineasta granadense José Val del Omar.

Audiosphere” estará exposta no Museo Reina Sofia até 15 de fevereiro.

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