Miguel Carvalhais, Pedro Tutela e um gamelão robótico.

Desconhecido por muitos, um gamelão é um grupo de instrumentos, entre eles metalofones, xilofones, tambores ou até flautas. Trata-se de uma orquestra de percussões, um instrumento musical coletivo típico da Indonésia. Ainda assim, neste caso o gamelão é robótico e foi desenvolvido por Rui Penha, José Luis Azevedo e Miguel Ferraz.

Este álbum começou como uma peça comissionada por José Alberto Gomes e pela Digitópia para a dupla @c compor para o Gamelão Robótico, instrumento disponível na Sala Renascença da Casa da Música, no Porto. Assim, o duo assinou “GML 123”, um sistema controlado por utilizadores que, assim que era tocado, projetava sons pelos vários cantos do edifício. A peça foi apresentada em janeiro de 2018 e, pouco tempo depois, gravada por Tiago Ângelo.

Recebidas as captações, Miguel Carvalhais e Pedro Tutela mergulharam na experimentação sonora desenvolvendo este “GML Variations”, álbum que surge da manipulação da peça original, eventualmente dando origem a novas e diferentes variações. Compostas entre 2019 e 2020, “estas não são seis composições independentes, mas sim seis perspetivas diferentes de um único trabalho, seis maneiras de ouvi-lo”, pode ler-se no Bandcamp.

No desenvolvimento deste trabalho, acabaram ainda por criar uma sétima peça, Jeden, Dwa, Osiem (dla Małgorzaty), editada na compilação “Intermediale: Simulacra Soundscape 3”.

@c colaboram juntos desde 2000, marcando um histórico musical extenso de várias performances, instalações ou até colaborações com diversos coletivos e artistas. Ainda este ano, editaram “Liminal Movements” na Holuzam, eles que no sábado, dia 27, se juntam a Gustavo Costa e Rodrigo Carvalho no espetáculo “Máquina Magnética”.

“GML Variations” está disponível nas diversas plataformas online. No Bandcamp, é ainda possível encontrar uma versão física, em CD.

Fotografia retirada da página de Facebook da dupla