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6 sugestões a não perder no LISB-ON Jardim Sonoro 2023

28 Junho, 2023 - 15:33

6 dos muitos atos em que vamos estar de ouvidos bem atentos.

Este fim-de-semana, enquanto o Porto recebe o Elétrico, Lisboa volta a contar com o LISB-ON Jardim Sonoro, que agora acontece no Jardim Keil do Amaral, em Monsanto. Na sexta-feira e no sábado, a celebração faz-se entre as 16 e as 4h. No domingo, o festival termina à meia-noite.

Há muito para ouvir por lá e este artigo mostra-te apenas algumas sugestões. O showcase da Lifestyling (com Straka e Laad), b2bs como Telma e Worm Class ou Cravo e Fresko, Purple Disco Machine, Detroit in Effect, DJ Nobu, DVS1, Donato Dozzy, Penelope, Ben Böhmer (live) ou o concerto de Freddie Gibbs são outros exemplos que mostram a boa oferta do festival.

Podes encontrar outras informações no site oficial e horários no Instagram. E, claro, não te esqueças de levar o calçado mais confortável para este jardim sonoro.

Polygonia [Sexta-feira às 16h]
Não faltam atos distintos no LISB-ON Jardim Sonoro. Há disco, há house, há hip-hop e certamente haverá muito mais. No caso de Polygonia, que será a primeira DJ a pisar o Lake Stage, a expectativa é que o lado mais mental e introspetivo do techno esteja bem evidente.

Mas atenção: isto não significa que Lindsey Wang se cinja a esse género ou ao 4/4. É expectável, aliás, que os ritmos possam entrar por caminhos complexos. Também é possível, por exemplo, que a DJ e produtora de Munique viaje por ambient ou downtempo, tendo também em conta a hora da atuação.

A palete de Polygonia permite pintar muitos quadros e isso tem-lhe valido atuações em diferentes clubes e festivais de todo o mundo. Parte do coletivo IO e fundadora do selo QEONE, Wang tem lançamentos em editoras como Secuencias Temporales ou Monument Records, trabalhos esses que revelam bem a propensão para o lado meditativo da sua música.

E se é para meditar, então que este momento possa servir, se quisermos, para aproveitar o espaço deste palco. Assim até podemos ir carregando baterias para as 10 horas de música que se sucedem. DD

Sister Sledge [Sábado às 23h]
Já estamos habituados a concertos incríveis no LISB-ON Jardim Sonoro, muitas vezes só ao nosso alcance no festival lisboeta. Amp Fiddler, Azymuth e Róisín Murphy são alguns exemplos de edições anteriores. Em 2023, temos nada mais nada menos do que Sister Sledge.

Ainda formado pelas irmãs Debbie, Kathy e Kim, mas sem a falecida Joni Sledge, o agora trio promete assinar um dos momentos altos deste LISB-ON. Estamos a falar de um grupo dos anos 70 que é indissociável da música disco e soul, não fosse este responsável por temas reconhecidos por todos, como He’s The Greatest Dancer ou Lost In Music.

A explosão veio em 1979, quando Nile Rodgers e Bernard Edwards ajudaram a produzir a incontornável We Are Family. Volvidos todos estes anos, as irmãs de Filadélfia continuam a dar que falar. E a julgar pelo reportório de concertos recentes, a receita vai estar no ponto: os originais mais e menos conhecidos, sim, mas também possíveis covers dos Chic, como a seminal Le Freak. Mal podemos esperar. DD

Temudo (live) [Sábado às 0h]
João Rodrigues. Conhecemo-lo essencialmente por Temudo, embora tenha lançado trabalhos drum’n’bass como Médio no passado, mas o seu currículo não fica por aí. Além do trabalho na sempre ativa HAYES, o torreense surge muitas vezes nos créditos de lançamentos de todos os cantos, graças ao trabalho de masterização que desenvolve na sua Tema Mastering.

Esses são apenas alguns motivos que carimbam a certeza de que este é um dos maiores nomes da eletrónica nacional nos dias de hoje. Como Temudo, a afirmação é clara: basta olhar para as presenças regulares em clubes europeus ou americanos e até para lançamentos em editoras como Klockworks ou Blueprint, sempre com o techno denso e minucioso que lhe é característico.

Mas mesmo tendo isso tudo em conta, a razão que nos leva a esta escolha é outra: no LISB-ON Jardim Sonoro, Temudo toca ao vivo. Não é novidade para Rodrigues – chegou a apresentar-se em live act por volta de 2015 – mas é um regresso cheio de maturidade a um formato para o qual se tem preparado com toda a atenção. Não sabemos o que esperar, mas sabemos que é impensável perder esta atuação. DD

tINI b2b Solid Funk [Sábado às 1h]
A escolha do b2b entre Solid Funk e tINI como um dos atos a ter em conta nesta edição do LISB-ON é menos improvável do que a sua aparição no cartaz do festival. Os dois artistas nunca tocaram juntos e essa é uma das razões para a nossa escolha, mas não é a única.

De um lado temos João Maria, um dos DJs nacionais mais influentes na cultura eletrónica do país. Através de lojas de discos, editoras ou festivais tem feito a música de dança chegar a quem se interessa por ela. Do outro, uma DJ alemã consagrada internacionalmente, com uma das malas de discos mais indecifráveis do momento. Uma combinação imperdível, orientada pelo techno (e mais, quem sabe), a fechar a noite de sábado. NV

Maria Callapez b2b Francisca Urbano [Domingo às 16h]
Maria Callapez e Francisca Urbano são dois nomes jovens que têm chamado muito a atenção e esse é um dos pontos que nos leva a escolher este b2b como um dos atos a ter em conta neste Jardim Sonoro.

Por um lado, Maria Callapez, que se destaca, além do cada vez mais reconhecido DJing, pelas composições de inclinação ambient que tem levado até selos como atmos.lab, Frequência Introspectiva e O’Clock. Por outro, Francisca Urbano, uma DJ capaz, atenta e que procura sempre as faixas mais certeiras, de tal modo que já passou por festivais como Neopop e Waking Life.

Juntas, adivinhamos, estão mais do que preparadas para abrir o Lake Stage no domingo, com um momento de hipnose e envolvência que nos deve levar pelos caminhos mais mentais da música techno. A estreia desta dupla até pode mostrar mais do que estamos à espera, mas nada nos tira a vontade de lá estar nem a importância que estas duas mulheres têm para a afirmação de uma nova geração de DJs. DD

Zip [Domingo às 22h]
Esta semana podemos encontrar Zip no Porto, ao final da tarde desta sexta-feira, e/ou em Lisboa, ao início da noite de domingo. Em qualquer um destes sítios – e, em boa verdade, em qualquer outro lugar – o DJ e produtor alemão é um ato a não perder. Porquê? Pelo conhecimento sério de música eletrónica que carrega (pelo menos) desde os anos 90, altura em que começa a trabalhar com Markus Nicolai e ajuda a fundar a Perlon.

Muito para dizer. Ainda mais para ouvir. Confiamos na seleção de Zip, que além do mais não costuma vir a Portugal com tanta frequência quanto outros nomes. Não é por estar parado certamente, uma vez que continua a ser requisitado e a tocar regularmente nos melhores clubes do mundo, sendo residente em muitos deles. Estamos mesmo com sorte este fim-de-semana. NV

Textos por Daniel Duque e Nuno Vieira, imagem por Catarina Ribeiro

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