É o segundo lançamento do duo e é dedicado à Pasteleira, onde estes portuenses têm passado toda a sua vida.
A dupla Archermano cresceu e vive na zona da Pasteleira, perto da Foz, no Porto, e não conseguiu deixar de dedicar o seu segundo EP a essa vivência. O curta-duração foi lançado em setembro pela O Sótão Records, tem cinco faixas e anda à volta de mundos mais deep house.
Quem é da cidade sabe bem a “área demograficamente diversa” que é a Pasteleira, uma “pequena parte da cidade que mistura classe alta e baixa”. As notas oficiais do trabalho apontam para isso e para o facto de esta ser conhecida como “um dos principais centros de tráfico de droga no norte de Portugal.”
O aumento da população sem-abrigo, as muitas pessoas que viajavam pelo país para lá ir ou o forte impacto da pandemia são alguns dos pontos que são citados pela dupla. No fim de contas, é isso que Francisco Espregueira e Tomás Archer “tentam retratar” neste EP.
Tudo “a partir da perspetiva de dois rapazes de 30 e poucos anos, à medida que o seu bairro muda e a sua juventude começa a desaparecer”. É, no fundo, uma homenagem à Pasteleira e “às expressões usadas, discotecas frequentadas, a cultura que os invade e o seu bairro, tal como ele é neste momento, sem qualquer julgamento.”
Este não é o primeiro EP da dupla Archermano, que fez chegar “Psalms” em junho do ano passado. Tomás Archer é descrito como um “produtor e techno-maniac” e Francisco Espregueira é mais conhecido pela criação d’O Sótão, que tem, por exemplo, um programa semanal na rádio YéYé.
“Pasteleira EP”, o segundo trabalho dos Archermano, está disponível no Bandcamp e restantes plataformas de streaming. Martim Nunes Pinto e Luís Neto estiveram a cargo da masterização, Clara Davies da fotografia.
Fotografia por Clara Davies
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