Um ano após a nossa última dança, começamos a vislumbrar novos eventos experimentais em solo europeu. Desta feita, foi o governo holandês que assumiu a dianteira e organizou um evento na maior arena musical de Amesterdão, o Ziggo Dome.

Num espaço que conta com capacidade para 17 mil pessoas, foram permitidas 1300 para participar neste espetáculo, uma experiência social considerada como essencial para compreender de que forma se podem abrir os espaços noturnos nos meses que se seguem. Os bilhetes esgotaram em 20 minutos e contaram-se cerca de 100 mil interessados.

Os participantes tiveram de apresentar um teste negativo, realizado 48 horas antes, e serão convidados a realizar um novo teste cinco dias depois. No que à organização do espetáculo diz respeito, os espetadores foram divididos em bolhas de 250 pessoas, com a exceção de uma para apenas 50, e cada um destes grupos tinha de obedecer a diferentes regras.

Enquanto a alguns foi pedido para manter a máscara durante o espetáculo, outros tinham indicações para o fazer apenas quando estivessem em movimento, e havia mesmo quem fosse encorajado a cantar e gritar o mais alto possível – de maneira a avaliar a quantidade de saliva libertada nos momentos de maior êxtase. Todos os participantes usavam um sensor para monitorizar os seus contactos com os demais.

O regresso dos holandeses a uma pista de dança pode não ter sido tão despreocupado quanto antes, mas foi, ainda assim, um tremendo sinal de esperança para os artistas e todos os envolvidos. Feldt, um dos DJs convidados, acredita na possibilidade de um verão com mais eventos e afirmou que “vê agora uma luz ao fundo do túnel”, como referiu ao The Guardian.

Este evento experimental é apenas um dos vários levados a cabo pelo governo holandês. Também em Barcelona está previsto um concerto para 5 mil pessoas no final deste mês, depois de um evento (com dois DJ sets e dois concertos), realizado em dezembro para 1000 pessoas, não ter identificado, oito dias mais tarde, nenhum caso positivo entre os participantes. Em ambos os casos, a realização destes eventos piloto é considerada determinante para avaliar o risco de propagação do vírus em espaços culturais dedicados à música.

Fotografia por Ferdy Damman (retirada do Facebook do espaço Ziggo Dome)