AUTOR

Daniel Duque

CATEGORIA
Artigo

Neopop 2023: o que vamos (tentar) ouvir por lá

8 Agosto, 2023 - 17:54

Com tantos nomes no Neopop 2023, tentamos destacar alguns que vamos querer prestar toda a atenção.

16 anos de Neopop. A edição de 2023 arranca esta quinta-feira e estende-se até à manhã de domingo no habitual Forte Santiago de Barra, em Viana do Castelo. Por entre os vários atos que vão passar por lá, tentamos escrever uma espécie de guia com os nomes em que iremos manter os ouvidos abertos.

O festival não se faz apenas da música. A portuguesa Dublab, por exemplo, volta a ficar encarregue pelos visuais que se vão encontrar no Neo e Anti Stage. O público, esse, chega de todo o país – e de outros, claro – e é um dos pontos principais na festa que se vive em Viana do Castelo a cada ano.

Se quiseres ver os horários do Neopop 2023 podes fazê-lo aqui. Bilhetes e outras informações estão disponíveis no site oficial.

Quinta-feira, 10 de agosto

Sim, sabemos que é difícil ir cedo para o recinto, mas também sabemos que Serginho e Zé Salvador assinaram um dos nossos sets favoritos no Sónar 2023 e que David Moreira e Nuno Carneiro têm muitos discos bons para deleite de todos. São estes nomes que, em b2b, abrem o Neo e Anti Stage na quinta-feira e que, temos certeza, não irão desiludir quem estiver por lá.

A escocesa La La toca às 19h30 no Neo Stage e é o primeiro ato internacional desta 16ª edição. Só toca uma hora, mas temos interesse em perceber precisamente o que alguém com experiência de curadora em clubes como o Sub Club faz numa slot destas. Do outro lado, no Anti Stage, vai estar Moses, português que é presença regular no Papaya Playa Project, no México, e que certamente também terá muito para mostrar.

Por entre atos como Rui Vargas, Luisa ou Cruz em b2b com o brasileiro Gromma, vai haver Honey Dijon (21h30, Neo Stage), que garante sempre clássicos house e energia, e Francesco del Garda (1h, Anti Stage). Este italiano é um nome bem forte que não pode passar despercebido: tem uma coleção de vinis invejável e é sempre garantia de viagens certeiras com cabeça, tronco e membros, que tanto podem ter tons minimal como acid e muito mais.

Além dos restantes atos, e embora o Neo Stage receba Dubfire b2b Nicole Moudaber b2b Paco Osuna (3h30) e Pan-Pot (6h30) até à última batida, a verdade é que o Anti Stage continua a noite com um dos melhores alinhamentos desta edição. Repara que, após del Garda, há Mall Grab, Surgeon (live) e partiboi69 por esta ordem.

Mall Grab é um dos nossos destaques por dois motivos: primeiro, não está tantas vezes em Portugal quanto outros; segundo, porque tem assinado abordagens techno interessantes, mesmo tendo sido sempre conhecido por um lado mais lo-fi house – daí a curiosidade para ver o que irá fazer em Viana do Castelo. A irreverência de partiboi69 também há de atrair muitos e o experiente e incontornável Surgeon garante, ao vivo, techno analógico, cru e imperdível – tal como foi na sua passagem, também em live, em 2019.

Sexta-feira, 11 de agosto

Somos suspeitos, claro, mas somos fãs de atos nacionais. Na sexta-feira, o Neo Stage tem alguns até à noite, como é caso dos conhecedores Tiago Carvalho e Vasco Valente em b2b (17h) ou da cada vez mais procurada jovem Catarina Silva (18h30). Os destaques vão para Salbany (20h), que desta feita leva o seu mui aclamado live act de techno ao maior palco do Neopop, e para Cravo b2b Vil (21h30). Apesar da duração curta de 1h, esta dupla é do melhor que temos por cá, pois claro, não fosse ela responsável por muito groove, discos como o 32º da Klockworks ou por atuações a meias em clubes ou festivais como o Awakenings deste ano.

Fora nomes mais habituais, a nossa atenção vai estar virada para VTSS (22h30) e IMOGEN (0h) no Neo Stage. A segunda, por exemplo, tinha apenas 18 anos quando tocou no Berghain pela primeira vez, o que dá para ter ideia do talento que traz. Já a polaca irá mostrar por que razão tem tanta fama. Não é por acaso: VTSS conhece e brinca sem problemas com os decks e, além de techno duro, é capaz de ir a sonoridades tão díspares quanto baile funk ou edits malucos de Buraka Som Sistema.

A decisão mais difícil vai ser escolher com quem queremos acabar a noite: Héctor Oaks ou Dasha Rush, ambos entre as 6h30 e as 8h30. Ouvir o espanhol no Neo Stage certamente não irá desiludir: mestre de cerimónias sem medo de mostrar irreverência, aquele palco e público certamente vão garantir uma experiência doida e inesquecível. O problema é que a DJ e produtora russa também não fica nada atrás. Possivelmente com uma abordagem mais mental, Dasha é igualmente garantia de uma viagem certeira no Anti Stage, como, aliás, já o provou no passado.

Antes disso, no Anti Stage, absoluto destaque para o seguimento de Lewis Fautzi (3h) e Oscar Mulero (4h30). Dois autênticos monstros na cabine, estes nomes ibéricos são do melhor que temos por cá e ouvi-los é ouvir uma lição de música techno. A onda idêntica dos dois torna o pico da noite bem interessante nesse palco, que não fica nada atrás tendo em conta que terá ainda atos como Paul Ritch (live às 23h30) e Zadig (1h).

Sábado, 12 de agosto

Para descansar o corpo e a mente, o último dia só arranca às 22h, o que também pode ser pretexto para não perderes Diana Oliveira (Neo Stage) e Backbone (Anti Stage). Ambos são capazes de se aventurar por diferentes caminhos, mas, tendo em conta o seguimento dos palcos, é possível que Diana tenha mais espaço para o fazer. Se quiseres dureza cedo, parte logo para ouvir o mondinense.

Dizemos isto porque, nesta noite, o Anti Stage vai ter aquele que é possivelmente o alinhamento mais duro deste Neopop 2023. Repara que, depois de Backbone, há BIIA (0h), Patrick Mason (1h30), Shlømo (3h30) e Rebekah (5h) antes de os ucranianos Daria Kolosova e Etapp Kyle (7h) ficarem a cargo da última atuação nesse palco. Especial nota para esse último b2b, particularmente depois do belo fecho de Kolosova no ano passado.

No Neo Stage, difícil não olhar para o encerramento de Rødhåd (9h30) como um dos atos mais interessantes da noite. Temos visto algumas críticas nesse sentido, mas acreditamos que o alemão é mais do que capaz de cumprir a tarefa com distinção, como já o ouvimos a fazer noutras tantas ocasiões – em 2019, por exemplo, tocou até Value of Icons, de Nørbak e Temudo.

A festa no Neo Stage, nessa última noite, fica também a cargo de Charlotte de Witte (1h30), Nina Kraviz (3h30), Chris Liebing (5h30) e Dax J (7h30). Se quiserem acreditar em nós, deem uma oportunidade a Freshkitos (23h30) e Frank Maurel (0h30) pois, sabemos bem, não é por serem portugueses que não têm todo o engenho necessário para te porem a dançar.

Fotografia por Neia Gomes (Neopop)

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