Três anos depois de se apresentar com o tema Sal de Lágrimas, a estreia no formato de longa-duração.

Numa edição de autor, Diogo Carriço pôs cá fora “Silhouette Nekropolis” no final de novembro. É o primeiro álbum do músico que se dedica ao piano e à eletrónica e conta com edições em vinil, digital e até em formato de autocolante NFC – este último permite aceder e descarregar os temas e outro conteúdo exclusivo via Bandcamp.

“O álbum é uma submersão na jornada de vida onírica, ainda que inquietante, de um recife de coral”, não fosse este “o primeiro ecossistema em risco de ser perdido como consequência da crise climática”, pode ler-se em comunicado. Também por isso, além do piano, por exemplo, se usam “gravações de peixes e camarão, captadas em recifes por todo o mundo”, no tema Gardens of Coral. “Ultrapassando a apatia face a notícias recorrentes de crise ambiental”, lê-se ainda, “a narrativa musical flui entre texturas orgânicas desassossegadas que criam uma sensação de estima e admiração pelo mundo natural.”

Nasceu em Rio Meão, mas a música e a vida têm-no levado para outros cantos, tanto que hoje vive nos Países Baixos. Licenciado em piano clássico pela Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco e Mestre em Live Electronics pelo Conservatório de Amesterdão, Carriço já atuou vários festivais, como o MADEIRADiG ou o Fiber Festival. Mas isso é apenas parte da sua história.

Já distinguido com o prémio “Jovens Criadores”, pelo Centro Nacional de Cultura, este é um nome cujo currículo mostra até uma residência artística na Universidade de Artes de Amesterdão, onde se tornaria investigador. Foi aí, aliás, que, apoiado pelo Culture Club dessa instituição, prototipou o software “Qi’, que serve para “manipular eletronicamente o som com a expressividade e intuição dos gestos das mãos.”

Gravado por Gijs van Klooster no Soundbird Studio, em Utrecht, o álbum de Diogo Carriço conta com arte assinada por Diogo Duque Paula e pode ser encontrado nas mais variadas plataformas de streaming. O vinil e o autocolante NFC podem ser comprados via Bandcamp.

Fotografia por Anisa Xhomaqi