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Melhores lançamentos de fevereiro

10 Março, 2019 - 18:15

15 lançamentos nacionais e internacionais marcaram o nosso mês de fevereiro.

A Thousand Details – Flesh And Bones [Quartz Rec, 4 de fevereiro]
A estreia de A Thousand Details na Quartz Rec acontece da melhor maneira e no mesmo mês em que Cardao regressou à editora francesa com Acid Andromeda. A cena nacional prova assim o seu valor, e Flesh And Bones é um estrondoso EP composto por quatro faixas altamente techno, hipnóticas e com uma profundidade viciante. Sendo que este trabalho do portuense foi tão marcante para nós, não resistimos em dar-lhe nota máxima.



Shanti Celeste & Hodge – Suba Dance [Peach Discs, 6 de fevereiro]
É certo e sabido que Bristol é uma das cidades da vanguarda da música eletrónica, onde o ecletismo se funde ao experimentalismo na criação de sonoridades inovadoras. Shanti Celeste e Hodge são dois dos maiores embaixadores do som desta cidade, e a sua colaboração é tão surpreendente quanto inevitável. Hodge é conhecido por bambolear entre o uk bass e o techno, enquanto que Shanti Celeste está associada ao house. Mas em Suba Dance, ambos exploram terrenos comuns que culminam em ritmos tropicais, tribais, funky, alegres e dançáveis que encaixam perfeitamente no catálogo da editora de Shanti, a Peach Discs.



Vários Artistas – 003 [3o3, 8 de fevereiro]
O terceiro lançamento da 3o3 junta Nebulaee e Luhk, cada um compondo uma faixa (Dúvidas e Fds que é químico, respetivamente) que constituem esta edição limitada, apenas disponível em 7″. Com 003, a editora, que procura ser sempre mais do que uma label, dá mais uma vez espaço aos seus artistas para desenvolverem as suas sonoridades, afirmando-se como uma entidade a manter debaixo de olho. Resta-nos agora esperar pelo 12″ – ou pelo próximo lançamento, vá.


Armagnac – Pour Mês Soeurs [Wax Classic, 11 de fevereiro]
“This is spiritual deep house full of mystery and fuzzy textures that puts most ‘deep’ house to shame.” Declaração ousada da editora responsável por este lançamento, a Skylax Records, mas que tem o seu quê de veracidade. O francês Armagnac pode não ser uma figura conhecida para a maioria, mas Pour Mês Soeurs pô-lo certamente na mira dos fãs das vertentes mais deep, leftfield, lo-fi house. Lançamento fresco mas com uma vibe old school que transborda groove e promete sorrisos na pista.


Flora FM – Mycelination [Terra Firma, 11 de fevereiro]
Flora Fm é o projeto de Taylor Hawkins, jovem produtor de Detroit que vive atualmente em Seattle. A vivência nestas duas metrópoles confrontou-o com sonoridades díspares como o boogie, disco, techno, ambient dos 90 e o estilo mais ravey do Reino Unido. Esta mescla de estilos teve influência preponderante no estilo híbrido que apresenta nas suas produções, e este Mycelination é um exemplo perfeito disso mesmo. Há electro, breakbeat, ambient, techno e outros elementos que dificultam a sua catalogação. E isso é, no fundo, o que a subeditora da Is/Was, a Terrafirm, pretende com o seu reportório – “Unorthodox Advancements in Planetary Habitation”.


Photonz & Shcuro – Shermanworx [Future Déjà Vu, 15 de fevereiro]
Um 12’’ altamente techno produzido pelos lisboetas Photonz e Shcuro, que aplicam elementos escuros e industriais através de o seu amor pelo hardware, mais precisamente o Sherman Filterbank, peça essencial deste lançamento. Não nos vamos cansar de ouvir este trabalho tão cedo e esperamos dançar os seus temas por essas pistas fora, mas temos um pedido a fazer: continuem a produzir música juntos.


Bjarki – Happy Earthday [!K7 Records, 15 de fevereiro]
Ao contrário da maioria das suas passagens pela трип, Bjarki explora novos mares, afastando-se, em certa medida, do techno, com um sentido experimental, electro, idm – eclético, no fundo – bastante presente. Não é um disco de um só estilo, é um disco exploratório em que o islandês volta a provar ser um dos mais interessantes produtores da atualidade.



Efdemin – New Atlantis [Ostgut Ton, 15 de fevereiro]
Phillip Sollmann abre New Atlantis com a assombrosa Oh, Lovely Appearance of Death, uma faixa marcada por um ambiente profundo, que é sucedido por um acelerado e contaminante kick em Good Winds, onde se mantêm elementos que nos transportam para outros universos, como poucos lançamentos fazem este mês. New Atlantis é prova disso mesmo com os seus 14 minutos, assim como as restantes músicas que compõem o disco.



Stanley Schmidt + Dj Boring – Smart Replies [Vienna, 15 de fevereiro]
Smart Replies EP é o segundo trabalho a ser editado pela Vienna Records, editora fundada em 2018 pelos únicos artistas com trabalhos na mesma – Stanley Schmidt e Dj Boring. Tal como o primeiro lançamento, também este assenta em breaks, techno, electro e sonoridades rave, num revivalismo muito em voga atualmente. Stanley é o protagonista e a sua exploração criativa, que flutua entre ambientes celestiais, ritmos frenéticos e melodias dopantes, resulta num EP paradoxalmente consistente com um feeling misto entre nostalgia e contemporaneidade.



Floating Machine – Riding The Fog [21 de fevereiro]
Depois dos remixes de Corrupted Files, o coimbrense António Lourenço, mais conhecido como Floating Machine, envia-nos numa viagem hipnótica com Riding The Fog. Este trabalho de seis faixas, lançado de forma independente “em memória do seu querido amigo Jorge ‘Mac’ Pessoa”, explora o melhor que há neste tipo de techno mais profundo e hipnótico, sem nunca deixar de parte as influências ambient ou dub.



Violet – New Visions [Paraíso, 22 de fevereiro]
A sempre proliferativa Violet alegrou o nosso mês com mais um lançamento, desta vez com o selo da Paraíso, editora do português Schuro). O quinto lançamento desta editora compila quatro faixas que homenageiam o passado da cultura rave, não deixando de olhar para o seu presente e futuro. Com influências que derivam do acid ao jungle, a patroa da naive continua a traçar o que é já um percurso brilhante – e mal podemos esperar pelo álbum que aí vem.



Ilana Bryne – Low Earth Orbit [naive, 22 de fevereiro]
A naive de Violet não pára de lançar boa música. Low Earth Orbit sucede o EP Devotion de Eris Drew & Octo Octa, e é um EP composto por três faixas originais e um remix de Ciel. Sem deixar de lado as sonoridades house e techno, este imprescindível lançamento da americana é marcado por uma mistura entre influências jungle, garage, breakbeat – uma bela mistura, diga-se.



Lewis Fautzi – Insanity Department [Faut Section, 25 de fevereiro]
Música atmosférica, downtempo ou afastada daquilo a que Lewis Fautzi tem apresentado ao público podem ser palavras suficientes para representar o mais recente álbum do barcelense, Insanity Department. Se antes deste lançamento tínhamos ouvido o techno de Fautzi na Figure, Soma ou até na BPitch Control, desta vez é-nos oferecida uma excelente lufada de ar fresco.



Molecular – Move EP [Fokuz Recordings, 25 de fevereiro]
Rafael Pinto tem sido uma das figuras mais ativas na produção de drum´n´bass em Portugal, e o seu talento chamou a atenção da editora que tem servido de porta-estandarte ao lado mais soulful deste género, nos últimos 20 anos. É na Fokuz Recordings que este edita o seu quarta EP a solo, cuja energia progressiva remete para o movimento e dá nome ao trabalho – Move. O futuro adivinha-se risonho para o jovem produtor que revelou algumas novidades em declarações à A Cabine, aqui.



Ricardo Villalobos – Mandela Move EP [Deset, 25 de fevereiro]
Villalobos tem estado bastante ativo em estúdio, com o recente EP Silent na Pressure Traxx a servir de exemplo. Agora, na Deset, o chileno assina quatro faixas direcionadas para a pista de dança, e, apesar de não ser o melhor trabalho da carreira do veterano, a verdade é que elementos como a flauta em Fontec podem vir a marcar muitos sets ao longo deste ano.

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