Dividido em duas partes, “Red Cross” é, ao mesmo tempo, uma homenagem a John Fahey e uma reflexão sobre a reclusividade pandémica.

Sucessor de trabalhos como “La Langue de L’Ophiolite“, resultado de três dias de criação musical (quase) ininterrupta com Yann Gourdon, “Red Cross” é o mais recente fruto do estar-em-som de Filipe Felizardo. O artista, que já trabalhou com nomes como Bruno Silva, Margarida Garcia ou Riccardo Wanke, renova nesta última obra o leque de artistas integrantes de The Things Previous, ensemble polimórfico que se junta a Felizardo em alguns dos seus lançamentos.

Para dar à luz “Red Cross”, Felizardo contou com um encarte assinado por Filipa Cordeiro, arte de Márcio Matos e masterização de André Gonçalves. A obra, composta por dois momentos bastante distintos, acontece primeiro em guitarra e depois em sortido de miscelânea ruidosa, com destaque para um Bontempi não-especificado.

A primeira parte, There Is An Endness To It, é “uma carta de amor expressiva para John Fahey”, como explica Filipa Cordeiro na descrição do Bandcamp da obra. Já no segundo momento, When Springtime Comes Again, o compositor continua a exploração de conceitos que começaram em “Vol. 9 After The Circle“, lançado pela Discrepant em 2020.

A cassete, marcada pela promessa do criador de que será “o último álbum” em que rouba “alguma coisa ao Fahey”, assinala também a estreia do artista na celebrada editora lisboeta Holuzam. Esta última, que tem no seu catálogo obras de nomes como Telectu e João Pais Filipe, é também responsável pelo lançamento de peças como “Textures & Lines“, de Drumming GP, Joana Gama e Luís Fernandes.

Na sexta-feira, dia 10 de setembro, a Holuzam acrescentou ao seu repertório este novo lançamento, bem como o mais recente trabalho de Clothilde, “Os Princípios do Novo Homem”, ambos disponíveis para compra e escuta no Bandcamp, em formato físico (cassete) e digital. E na Flur, em Lisboa, pois claro.

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