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N’A CABINE #039: Semedo

6 Janeiro, 2023 - 14:16

DJ residente no Plano B, Semedo é o nome escolhido para o regresso do podcast N’A CABINE.

Trabalha com software, “mas é ao fim-de-semana que se consegue expressar verdadeiramente”. Falamos de João Semedo, cara conhecida do cenário portuense, não fosse ele residente do clube Plano B.

É ele quem marca o regresso do podcast N’A CABINE, com uma hora de música convidativa que começa com Winyo Nungo, de Coco Em e MC Sharon & Wuod Baba, e passa por nomes como Leon Vynehall e Joy Orbison. No fundo, é um momento que mostra o “dinamismo” que Semedo procura nos seus sets: “Eu gosto de dançar e sentir vários estilos de música e isso nota-se enquanto DJ”, conta-nos nesta entrevista via ciberespaço.

Influenciado por nomes que vão desde DJ Vibe a Moodymann, Semedo explica parte do seu percurso ao longo deste episódio, como podes ler abaixo, enquanto seleciona umas quantas faixas que assentam bem a qualquer hora do dia. Ora ouçam:

Para começar, a pergunta da praxe: Quem é o João Semedo?
Sou alguém que desde pequeno vive fascinado com a cena clubbing e a liberdade que se sente quando estamos a dançar na pista de dança, é algo que é difícil encontrar no dia-a-dia. Eu desenvolvo software diariamente mas é ao fim-de-semana, quando subo à cabine de DJ, que me consigo expressar verdadeiramente.

O que é que te levou ao DJing? Consegues recordar o teu percurso?
Sim, o interesse começou por volta do ano 2000 enquanto fazia o secundário em Viseu. Ao lado da escola existia um centro comercial que tinha uma pequena loja de discos. Comecei a frequentá-la e acabei por ficar amigo do DJ Phootz, o dono da loja.
 Aprendi muito com ele, sobre técnica e acima de tudo sobre esta paixão e vício que é escolher música e partilhá-la com outros.

Em 2009 mudei-me para o Porto e comecei a frequentar os clubes e bares da cidade. Uma das primeiras pessoas que conheci na cena noturna foi o Rui Trintaeum. Foi ele que me convidou para passar música pela primeira vez no Porto. Éramos para tocar no Traçadinho ([antiga] sala secundária do Gare) mas tive a sorte de o PA ter avariado na noite anterior e acabámos por tocar na sala principal (!!!). Estava extremamente nervoso mas acabou por correr bem.
 Mais tarde o Rui foi convidado para fazer a programação do Bar Casa da Música e levou-me com ele para ser DJ residente. Isso abriu-me portas para tocar em outros locais e para eventualmente me tornar residente no Plano B.

Que nomes ou movimentos te influenciaram particularmente?
Quem mais me influenciou quando comecei a dar os primeiros passos foi sem dúvida o DJ Vibe. Ainda tenho algures uma mala CDs das gravações que fazia das suas emissões na Antena 3.

Isto é algo que vai evoluindo com o tempo. Gosto muito de House americano, particularmente de Detroit. Sou grande fã de Theo Parrish, Kyle Hall ou Moodymann, mas também de nomes um pouco menos conhecidos como Waajeed ou Reggie Dokes.

Por outro lado, estou cada vez mais dentro da cena electrónica de UK com Joy Orbison, a crew da Hessle Audio, Floating Points ou Four Tet à cabeça, mas também nomes mais recentes como Anish Kumar, Two Shell ou Anunaku.

Como é que te descreves enquanto DJ? E como é que interpretas, vês e preparas cada atuação?
Eu gosto de dançar e sentir vários estilos de música e isso nota-se enquanto DJ. Mesmo em sets curtos, procuro que os meus sets sejam dinâmicos e que variem entre géneros e intensidade.

Para isto funcionar e os sets serem coesos tenho que ter a coleção bem organizada. Quando tenho música nova começo por catalogá-la e depois uso um sistema complexo de tags e categorias que criei.

Além disso, quando faço warm ups preparo uma playlist mais específica com músicas dentro do mood que quero deixar para quem tocar a seguir e garantir que não me desvio demasiado. Este sistema permite-me encontrar rapidamente as músicas que estou à procura e dá-me muita liberdade para improvisar quando passo música.

És um dos DJs residentes do Plano B. Qual a importância deste clube para ti? Enquanto DJ, claro, mas também noutros aspetos que possas querer referir.
Já toco no Plano B há 10 anos. É um sítio muito especial para mim. Como DJ é o sítio em que me sinto mais à vontade a tocar e onde tenho a oportunidade de conhecer e partilhar a cabine com artistas que admiro.

O Plano B é o clube do Porto com maior diversidade de público, o que acaba por lhe atribuir um papel muito importante na divulgação da música e na criação de novos públicos. O clube assume essa responsabilidade, tentando oferecer um misto de nomes nacionais e internacionais consagrados, com novos artistas talentosos que vão aparecendo.

Como é que olhas para o cenário portuense? E nacional, se quiseres.
Acho que o cenário em Portugal em geral está bom, principalmente tendo em conta a dimensão do nosso país. Há mais espaços que apostam em ter uma programação musical diversificada de qualidade e aparecem cada vez mais artistas para os preencherem. Existem também mais pessoas interessadas em organizar eventos para diferentes tipos de público. Essa diversidade é boa.


Obrigado, João. Para terminar, diz-nos: o que decidiste fazer para este podcast?
Tinha mais ou menos uma ideia da atmosfera que queria criar. Escolhi a primeira e segunda música de antemão e depois deixei-me levar.

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