AUTOR

Daniel Duque

CATEGORIA
Entrevista

Basilar: O foco está na “música, público e sentimento de comunidade”

1 Setembro, 2023 - 14:31

Está a chegar a segunda edição do festival de techno que mais surpreendeu em 2022. Agora, a celebração muda de casa e passa de Montalegre para a Barragem da Queimadela, em Fafe.

Foi um dos nossos favoritos em 2022 e está prestes a regressar para a segunda edição. Desta feita na Barragem da Queimadela, em Fafe, o festival Basilar acontece de 7 a 10 de setembro e volta a oferecer muito techno e até uma última noite de 24 horas. À conversa com A Cabine via email, a organização explicou mais sobre esta aventura.

Se no ano passado notávamos “aspetos menos bons” mesmo após ficarmos rendidos com o espírito que se viveu em Montalegre, em 2023 as “melhorias são enormes”, diz a equipa por trás do Basilar, concretamente “a nível de acessibilidade, infraestruturas e condições, o que se irá refletir seguramente na experiência de todos.”

Hoje, a organização olha para a primeira edição como um “ano zero”: “[Em 2023] acreditamos que seja a afirmação. Mudar de sítio nunca é fácil, mas quando se muda para melhor não custa tanto. A Barragem da Queimadela é um sítio que já tínhamos debaixo de olho há algum tempo, porque parece feito para isto. Este sítio, desde que o visitamos a primeira vez, pedia e merecia um festival.”

Mesmo que esteja “quase num voltar à estaca zero no que toca à produção”, a equipa acredita que a preparação para 2023 está a ser mais fácil. Afinal, tem sido “tudo feito com tempo e com outro know how para que seja melhor”, mesmo que um evento destes obrigue a “estabelecer e criar novas parcerias, conhecer as pessoas da terra e do próprio município e fazer com que todos remem no mesmo sentido”.

Nem “todas as dificuldades encontradas” em 2022 impediram o festival de ser um dos nossos favoritos do ano, como referimos atrás. E o feedback veio de todos os lados e “deu a motivação necessária para encarar esta nova edição com confiança redobrada”, como nota a organização: “O facto de o Basilar ter chegado além-fronteiras logo na primeira edição é também reflexo disso, que fomos diferenciados. O público foi maioritariamente de fora de Portugal, oriundos de 28 países do mundo, reunidos num dos sítios mais remotos do nosso país…”

Agora, a nova localização oferece um pormenor que é “fundamental” para a equipa: “um dancefloor num túnel de arvores.” Isso significa que “pela noite irá ganhar vida e pelo dia irá oferecer a sombra necessária para que as pessoas não tenham de ‘fugir’ do sol.” Além disto, destaque para “toda a envolvente da barragem onde as pessoas poderão aproveitar o dia da melhor forma, dar uns mergulhos, relaxar e recarregar baterias para a azáfama da noite.”

O Basilar é, a par do Vinculum, o único festival (e sítio) que oferece uma noite de 24 horas, marcada para o último dia, entre as 22 e as 22h. Relembramos este tipo de noites no antigo Festival Forte e a equipa não esconde que “parte da sua equipa ‘cresceu’ no Forte”: “a experiência e energia no dancefloor na maratona de 24h era inigualável e foi algo que nos marcou. Nós inspiramo-nos nas nossas próprias vivências, tanto a nível de conceito de evento como na própria curadoria.”

Sobre essa noite, a organização acredita que “é importante que existam momentos de dança durante o dia”, o que também lhe permite “ser mais diversa a nível musical, abraçar registos mais housy e dubby e sair um pouco do techno.”

Para essa maratona, Trolley Route é uma das confirmações, ou seja, a segunda aparição de sempre de Oscar Mulero com esse nome. A equipa do Basilar é peremptória a afirmar que “todos os artistas são igualmente importantes e peças-chave” do alinhamento quando perguntamos por destaques, mas não esconde “que tenta oferecer pelo menos uma performance que seja inesperada e realmente única” – no ano passado foi a dupla SYNC, este ano é Trolley Route, de quem se espera “um twist e que será certamente um momento especial”.

O cartaz de 2023 inclui muitos nomes especiais, como é caso de lives de A Thousand Details, Head Front Panel, Judy e Kerrie ou de DJs como Blasha & Allatt, DVS1, Freddy K, Tasha b2b The Lady Machine e os “nossos” Amulador, Enko b2b Tauer, Esoteric, Morsil e Temudo.

Questionados sobre o processo de desenhar um cartaz, contam-nos que este tem “imensas nuances”: “Começamos com uma folha com os horários que queremos preencher e com as slots em branco. Ao lado, temos uma extensa lista de nomes que criámos ao longo do ano já com alguma triagem. A maior parte dos artistas nesta lista são versáteis, o que nos dá uma infinidade de possibilidades. Para nós, um DJ não é apenas convidado para atuar devido ao seu nome ou hype, mas sim com a intenção de que a sequência musical seja o mais fluída possível.”

Para quem já esteve no Basilar ou se prepara para o experienciar pela primeira vez, estará claro que o festival se foca “na música, no público e no sentimento de comunidade.” Para a organização, que afirma ter uma visão “bastante clara e definida”, isto só se consegue “mantendo este formato, com dimensão reduzida, um só palco, curadoria meticulosamente pensada e direcionada para um público conhecedor e com foco total na experiência do dancefloor.”

O Basilar 2023 arranca na próxima quinta-feira e, para já, ainda há bilhetes disponíveis. Podes encontrar as opções de entradas, campismo e outras informações no site oficial.

Fotografia de capa por Oriol Reverter

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