AUTOR

Daniel Duque

CATEGORIA
Crónica

Editorial: Seis anos de A Cabine, mas pouco para celebrar

2 Julho, 2024 - 11:57

Mais um texto apocalíptico. Não consigo de outra forma.

Não imaginais a quantidade de notícias que tenho por escrever na lista de tarefas. As peças que deveriam ter sido feitas e escaparam-me das mãos. As entrevistas por agilizar ou finalizar. Os emails por responder. No sexto aniversário de acabine.pt, este editorial é mais um dos muitos pedidos de desculpa que quero e tenho de endereçar aos leitores.

Claro que, na verdade, não devo nem devemos nada a ninguém. Este é um projeto pro bono desde a sua génese, não tendo, portanto, quaisquer obrigações. No entanto, à medida que o tempo passa, o sentimento de responsabilidade cresce.

Nunca quisemos ser uma plataforma de promoção vulgar, mas antes um site de notícias. E ser um meio noticioso exige seguir princípios jornalísticos, investigar, levar o mais e menos óbvio até todas as pessoas, dar a conhecer e, idealmente, ajudar a educar e fomentar a nossa cena.

Para isso, há muito que temos por fazer. Que tenho de fazer.

Há muita inação que me faz fervilhar o coração. Seja por falta de tempo ou fôlego, há temas importantes que nem sequer marcam presença neste site – pelo menos até então. Gaza e a libertação da Palestina, a recente condenação do DJ CelesteMariposa ou, por exemplo, a importância de espaços seguros na noite portuguesa.

Tópicos de importância absoluta, perdidos por entre sei lá o quê. Valha-nos o facto de haver meios para além d’A Cabine.

Reparai que, cinco anos após realizarmos uma festa de aniversário no Passos Manuel, nunca mais organizamos qualquer celebração. Até aqui se nota a nossa (minha!) inércia, embora para muitas pessoas latente.

Sei que sou especialmente apocalíptico, mas não posso esconder a frustração que reside em mim.

“A noite é uma arma”, escrevia Miguel Rocha, na Playback, em abril. E nós também temos de o ser.

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