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Melhores lançamentos de julho

16 Agosto, 2019 - 17:30

Em julho, 13 lançamentos não pararam de tocar na nossa redação.

Ron Morelli – Man Walks The Earth [Collapsing Market, 11 de julho]
Man Walks The Earth não é uma lufada de ar fresco na música ambient, mas é uma lufada de ar fresco no currículo de Ron Morelli. Depois de levar o seu lado mais experimental, industrial e techno a editoras como a Hospital Productions, onde lançou o álbum Disappearer em 2018, o patrão da L.I.E.S. assina agora um brilhante longa-duração de ambient na Collapsing Market. Man Walks The Earth é composto por oito faixas, oito faixas que servem como uma notável banda-sonora para as vossas atividades do dia-a-dia.



Telectu – CTU [Golden Pavilion, 11 de julho]
Não fosse este um disco do futuro já em 1982, não mereceria uma reedição depois de mais de 35 anos. Uma reedição que chega através da Golden Pavilion Music, editora que negociou os direitos com a EMI/Valentim de Carvalho para, agora, não haver desculpas. Neste álbum, disponível em formato 12” e nas plataformas de streaming, é possível contemplar o experimentalismo dos Telectu, grupo formado por Vítor Rua e Jorge Lima Barreto no início dos anos 80. Assim como o reeditado Belzebu, este é um disco raro para guardar (e ouvir) com todo o carinho.



Move D – Building Bridges [Aus Music, 12 de julho]
Independentemente das influências que se podem escutar ao longo deste Building Bridges, a verdade é que este álbum conta com, acima de tudo, oito excelentes faixas (nove na versão digital) viradas para o deep house. Ideal para esta altura do ano, o trabalho inclui uma música do seu projeto rEAGENZ com Thomas Fehlmann, uma dos seus Magic Mountain High e outra produzida ao lado de Fred P – além de um continuous mix com todas as faixas deste lançamento. Para ouvir e repetir, é Move D no seu melhor.



Moteka – As We Fought Iron Giants [Skryptom Records, 12 de julho]
Pierre Delort integrou recentemente o projeto Möd3rn de Electric Rescue e companhia e, agora, é na editora do seu compatriota que assina este longa-duração. Outrora membro do projeto de psytrance Principles of Flight, Moteka edita um álbum de estreia peculiar, que parece inspirar-se no mundo do sci-fi e da robótica. Mas mais do que um sentido semiótico, salienta-se um sentido musical em As We Fought Iron Giants, que transpira techno exemplar. Um nome e trabalho a ter em conta.



Dax J & UVB – King Of The Sewers EP [Monnom Black, 12 de julho]
Para os amantes do lado mais industrial da música techno, este é um lançamento imperdível do mês de julho. King Of The Sewers junta dois dos mais furiosos produtores da atualidade, o britânico Dax J e o francês UVB. Editadas na Monnom Black do inglês, estas quatro faixas estão bem acima das 130 batidas por minuto; portanto, todo o cuidado para as ouvir é pouco.



Donato Dozzy – Variations [Spazio Disponibile, 12 de julho]
Honestamente, o rework de Parola, faixa que conta com a voz de Anna Caragnano, já é motivo suficiente para este lançamento não nos sair da cabeça durante o mês de julho. Mas o mesmo se pode dizer em relação ao remix de 12H.5, o que nos levou a escolher este release do maestro italiano sem hesitar.



Shlomi Aber – Can You Relax? [Be As One, 15 de julho]
No mês de julho, o israelita Shlomi Aber voltou a presentear-nos com as suas produções, mais precisamente com Can You Relax?, EP composto por três faixas e editado na sua própria Be As One. São três músicas direccionadas para a pista de dança, com elementos que, provavelmente, irão fazer parte de muitos dj sets por todo o globo – na faixa homónima, por exemplo, o vocal Can You Relax? é uma arma perfeita para arrebatar qualquer ouvinte.



James Ruskin – Reality Broadcast Off [Blueprint, 17 de julho]
Cinco anos depois do seu último lançamento, o veterano James Ruskin regressou aos discos com Reality Broadcast Off, um EP editado na sua Blueprint e composto por três faixas de techno originais. Este novo trio de músicas do britânico ronda as 130 batidas por minuto, num trabalho que revela toda a sua experiência e no qual Ruskin explora o seu lado mais acid, hipnótico e groovy. Enquanto não chegam os sucessores deste EP, é obrigatório ouvir Reality Broadcast Off.



Hélder Russo – Onírico [Percebes, 19 de julho]
Onírico marca a estreia do dj e produtor Hélder Russo na portuguesa Percebes, que edita assim este 12” com três faixas originais e um remix de Leonidas a Dreaming. Como explica a editora, este disco inclui “atmosferas sonhadoras de amor e carinho”, sonoridades que se escutam na perfeição na faixa de abertura do trabalho – e não só. Onírico é house e deep house ao mais alto nível, envoltos por uma coerência viciante que se torna, inevitavelmente, num dos grandes destaques do mês.



Jorge Caiado – Mad Chords EP [Carpet & Snares, 21 de julho]
Um dos poucos portugueses a ingressar a Red Bull Music Academy, Jorge Caiado é o responsável por este brilhante Mad Chords EP, um trabalho composto por três faixas originais e um remix de Oracy. Ao longo do disco, que à data está disponível em exclusivo na loja do lisboeta, o homem da Carpet & Snares continua a provar a sua excelência e toque enquanto produtor de música house. Mad Chords EP é, no fundo, um imprescindível lançamento nacional do mês de julho.



Moddullar, Temudo – MxT EP [Clergy, 26 de julho]
Disponível em versão física e digital, a segunda com duas faixas bónus, MxT EP é o trabalho com que a dupla barcelense e o torreense se estreiam na editora de Cleric. Tanto os Moddullar como Temudo assinam poderosas faixas de techno neste trabalho, que provavelmente irá fazer parte de inúmeros dj sets por todo o mundo, não fosse a Clergy uma respeitada editora por onde já passaram nomes como Dax J e Kmyle. Das seis músicas, destaque para Self Confidence do duo de Barcelos e para In Chains do cofundador da Hayes.



Luís Fernandes – Demora [Room40, 26 de julho]
Depois de ouvirmos este trabalho, está provado que a demora por um primeiro disco de Luís Fernandes foi longa. O membro dos peixe:avião já havia lançado outros trabalhos, como é caso do lançamento assinado com Joana Gama, At The Still Point Of The Turning World, mas sem dúvida que precisamos de mais Luís Fernandes a solo no futuro. Neste disco editado pela australiana Room40, o diretor artístico do gnration e do Semibreve controla um sintetizador modular ao longo de 35 minutos e num só take, peça entretanto dividida em cinco belas faixas.



Clark – Kiri Variations [Throttle Records, 26 de julho]
Em 2018, Clark lançou E.C.S.T. T.R.A.X. na sua Throttle Records, um dos poucos trabalhos editados fora da Warp Records, onde se estreou em 2001. Agora, o veterano britânico está de regresso à sua editora com Kiri Variations, um álbum no qual explora, essencialmente, o mundo do ambient e do downtempo, recorrendo a instrumentos clássicos, como é caso de piano ou violoncelo em faixas como Forebode Pluck ou Primary Pluck. Um longa-duração para ouvir com calma pois é altamente assombroso.

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