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A Cabine

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Lançamentos favoritos de agosto

8 Setembro, 2023 - 14:20

Os discos que nos fizeram vibrar durante a silly season.

BADSISTA – GUETO CLUB [TraTraTrax]

Com olhos postos nos clubes suados que exigem 4/4, BADSISTA traz loucura irreverente em três faixas originais que são rematadas por remixes bem próprios de DJ Marfox e Batu. Há inevitáveis toques de baile funk e unicidade, mas são faixas mais do que prontas para destruir pistas de Viana do Castelo a Berlim. DD

Coco Bryce – Nirwana EP [Critical Music]

O nome de Coco Bryce e o termo jungle contemporâneo quase se confundem. Este nativo dos Países Baixos é um dos grandes propulsores deste subgénero e a sua mestria está bem patente neste “Nirwana EP” pela Critical Music. Do jungle etéreo da faixa homónima, ao mais ravy de Daze of our Lives, passando pela vibe primordial de Life Changed, este é um trabalho que, certamente, vai diretamente para o espólio dos mais ávidos connoisseurs. Estamos em 2023 e continua-se a fazer clássicos. Que maravilha! RC

CZN – SSS [The Trilogy Tapes]

De novo com Leon Marks como produtor, a dupla de mestres de percussão João Pais Filipe e Valentina Magaletti volta a atacar com um disco brutal que nos põe a levitar nos ritmos mais complexos, mas ainda assim viciantes e fáceis de absorver. Repleto de ambiência algo psicadélica que põe qualquer um em transe, “SSS” é simplesmente indispensável. DD

DJs Di Guetto – DJs Di Guetto [Príncipe]

Dos ritmos de DJ Marfox em evidência no seu edit à Tokyo Drift ao Tarracho Exxelentt de DJ Pausas e DJ Fofuxo, “DJs Di Guetto” é um documento histórico cuja edição em vinil não deverá durar muito nas prateleiras. Aos referidos juntam-se ainda N.K., Jesse e Nervoso e todos são nomes essenciais para o mundo que é hoje amplamente conhecido como batida.

Aqui escutam-se takes seminais que nos remetem para a estrutura formativa do estilo, destes nomes e daqueles que se seguiriam – o kizomba romântico e sensual de N.K. em Não Chora Mais Não, por exemplo, ou até o lado mais Techno de Jesse. Nenhum destes é novo. O disco é uma seleção de 13 faixas da compilação originalmente lançada em 2006, com um total de 37 temas. Agora em vinil, é história para ouvir e guardar com carinho. DD

Aproveita e lê a peça do Rimas e Batidas sobre “como os DJs Di Guetto plantaram a semente que fez explodir a batida de Lisboa”

Machinedrum & Holly – 天の川 (River of Heaven) [VISION]

Só o facto de o norte-americano Machinedrum e o português Holly voltarem a produzir em conjunto já é motivo suficiente para ficarmos de ouvidos bem atentos. Imagine-se, então, quando estamos a falar de um disco bem centrado em música bass (dubstep e drum’n’bass, acima de tudo) sem medo de aplicar contrastes dentro de cada faixa, tudo embelezado por um lado sentimental e muito trabalho de vozes típico destas sonoridades. Pelo menos uma escuta é obrigatória. Se for num clube, tanto melhor. DD

Makèz & Life on Planets – Downstream

“Lil’ Mama, spend some time with me?” Já perdi a conta às vezes que dei por mim a cantarolar esta letra sem me aperceber. Mas é o efeito que este house bem funky, de vibes gostosas tem – cortesia da junção triunfal da dupla de Amesterdão Makèz e Life on Planets, de LA. Diz a No Art que esta é uma das faixas mais requisitadas do seu reportório, com lendas como Pete Tong, Mr G e Louie Vega a tocarem com frequência e entende-se bem o motivo. “Instant classic”. RC

ProOne79 – Ritual Chords / Process [Nervous Records]

Este é daqueles lançamentos que devemos debitar no carro sempre que formos para uma daquelas noites que se preveem bem suadas. Experimentem a Ritual Chords, a um volume considerável, e digam-nos se a adrenalina e a vontade não sobem em flecha. Se por milagre essa não chegar, Process dará a chapada decisiva. ProOne79 não brinca em serviço, e este warehouse techno é prova disso mesmo. Vemo-nos na pista? RC

Vários Artistas – Worst Behavior, Vol. 4 [Worst Behavior Recs]

Não sei quanto a vocês, mas quando vejo um VA com tanto artista distinto, e com demasiadas faixas, perco ligeiramente a vontade de o ouvir (shame on me, eu sei). No entanto, este é já um clássico da sempre irreverente Worst Behavior Recs e decidi experimentar. Confesso, não estava preparado para a quantidade de qualidade presente. Se são fãs de ritmos a rondar os 160bpm, de footwork, jungle, breaks, e derivados, atrevam-se a espreitar este trabalho. Sobretudo Pop That, 160 Cowbells, to a level where love is real e TEK DIS! (160 Flip). Sugestões suspeitas, já que são as minhas prediletas. RC

Textos por Daniel Duque e Rui Castro, imagem por Catarina Ribeiro

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