AUTOR

Daniel Duque

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Artigo

Sónar Lisboa: 5 atos internacionais a não perder

1 Abril, 2022 - 14:51

Depois dos nomes nacionais, as nossas sugestões internacionais para a estreia do Sónar em Lisboa.

Falta precisamente uma semana para o arranque do Sónar Lisboa, que acontece entre 8 e 10 de abril em espaços como o Centro de Congressos de Lisboa e o Coliseu dos Recreios.

Após darmos a conhecer algumas sugestões nacionais, como é caso de Yen Sung b2b Photonz ou do live act de Ka§par, chegou o momento de apresentarmos cinco atos internacionais que não queremos mesmo perder.

Mas é claro que estas sugestões estão longe de representar a programação vasta do Sónar. Aliás, é de referir que o festival vai receber também, entre outros, Richie Hawtin b2b Héctor Oaks, Stingray 313, Dengue Dengue Dengue, Jayda G, Honey Dijon ou Floating Points.

Os horários podem ser conhecidos na íntegra aqui e as nossas cinco sugestões internacionais abaixo:

Arca (sexta-feira à 0h15, Pavilhão Carlos Lopes)
Já sentimos muitas saudades de Arca. Muitas mesmo. Finalmente de regresso a Portugal, a venezuelana viaja até cá com vários trabalhos novos na bagagem: os quatro recentes volumes de “KiCk”, sim, mas também com o primeiro volume da série, já datado de 2020.

Engane-se quem olha para Alejandra Ghersi apenas como uma música capaz da desconstrução sónica (que tanto resgata do pop como de estilos de eletrónica distintos) que tantos almejam. Pela mesma altura em que começou a pôr cá fora os primeiros discos de Arca, Ghersi havia colaborado com Kanye West em várias faixas de “Yeezus”, foi também parte fulcral do álbum “Vulnicura”, de Björk, e mais recentemente teve até um papel na famosa Tears In The Club, de FKA Twigs.

Esses são apenas três de vários exemplos em que é possível comprovar o poder da venezuelana. Mas a beleza de Arca está na música peculiar que desenvolve em nome próprio, uma artista que tanto nos põe a chorar (ouvir Piel) como a desfrutar de música algo pop (Born Yesterday, com Sia) ou simplesmente a dançar. Uma artista imprescindível dos nossos tempos, tal é o seu génio artístico.

Leon Vynehall (sábado às 22h30, Coliseu dos Recreios)
Também de regresso a Portugal está Leon Vynehall, que desta vez atuará em formato live act para apresentar o brilhante “Rare, Forever”, um dos nossos discos favoritos do ano passado. Por essa altura, escrevíamos:

“O quarto álbum do britânico Leon Vynehall não é só rico na técnica, é também altamente enriquecedor graças à narrativa que vai sendo construída da primeira à última faixa. Com fases mais ou menos contemplativas, há aqui momentos de dança, sim, mas há também influências de jazz e muito mais. É um disco cujos pormenores – como as vozes de Mothra – parecem ter sido desenhados com toda a precisão possível. E que disco.”

E é por isso, claro, que estamos desejosos por ouvir este álbum ao vivo. Ainda para mais no Coliseu dos Recreios.

rRoxymore (sábado à 1h, Coliseu dos Recreios)
Admitimos que gostamos particularmente de artistas que não tenham medo de inovar nem de se aventurar pelas máquinas numa procura pela batida (ou faixa) perfeita. E rRoxymore é um desses nomes. A música da francesa é refrescante, seja pelos ritmos irrequietos ou pelas melodias que estimulam a criação do seu mundo tão próprio, e a melhor parte da atuação no Sónar é que será em live act, um formato ideal para que rRoxymore tenha toda a liberdade para agarrar em cada um dos nossos corpos e fazer destes aquilo que bem entender.

Kampire (sábado à 1h, Pavilhão Carlos Lopes)
Que honra é receber a ugandense Kampire na nossa capital. Falamos de um dos nomes fortes do coletivo da Nyege Nyege, um nome que, caso passasse despercebido até então, chamou a atenção de tudo e todos com o irresistível e festivo set que assinou para um Boiler Room em 2018, como podes encontrar abaixo.

Ainda por cima, Kampire viaja até uma cidade em que na noite se vibra muito com algumas das sonoridades que esta apresenta nas suas atuações – olhe-se para as festas da Príncipe, por exemplo. Mas a DJ ugandense está longe de se limitar ou cingir a uma só estética: apesar de sons africanos serem uma constante, é expectável uma viagem transversal que tanto pode passar por afro house como por kuduro, gqom ou funk. O difícil vai ser ficar parado.

Overmono (domingo às 22h15, Pavilhão Carlos Lopes)
Imagine-se uma dupla de irmãos galeses que cresceu, lado a lado, a ouvir a riqueza eletrónica do Reino Unido – do breakbeat ao techno, a passar pelos óbvios movimentos do garage, jungle ou drum’n’bass. Alie-se essa experiência a uma dupla que tem uma assinatura inconfundível, que está longe de ser uma cópia barata, e, talvez por isso, este seja um dos atos britânicos mais chamativos dos últimos tempos.

Há quem lhes chame Bicep para os mais exigentes, mas isso é uma maneira algo fechada de ver as coisas. Por aqui, preferimos olhar para Overmono como a extensão orelhuda e excitante dos irmãos Tom e Ed Russell, conhecidos também pelos igualmente relevantes projetos a solo Truss e Tessela, respetivamente.

Overmono é sinónimo de música de clube de consumo fácil, de sorriso estampado, de dança inevitável. É tudo isso e muito mais envolvido numa receita que chega até nós no ponto perfeito. E é imperdível, pois claro.



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