Um trabalho que surge das gravações que fez no festival Ponto d’Orvalho.
A nova cassete de Aires, disponível também em formato digital, chegou no final de setembro com carimbo do seu Colectivo Casa Amarela. Trata-se de um trabalho de ambient com cerca de 1h30m.
Como explica o próprio via email, “este lançamento surge da instalação com o mesmo nome que fiz o ano passado, na Appleton, em Lisboa.” Antes disso, em 2021, foi convidado por Joana Kramer Horta “a visitar o festival Ponto d’Orvalho e captar os sons e paisagens sonoras, de forma a criar uma peça unicamente a partir dessas gravações.”
O resultado foi apresentado na Appleton em formato de instalação e live, tudo “numa desconstrução desses field recordings originais”, e chega agora até nós. Também de certa forma inspirado em dois filmes de James Benning, “Nightfalls at Ponto d’Orvalho” parte então de “horas e horas de gravações”, pode ler-se no Bandcamp, “breves amostras e excertos distantes de atuações de outros artistas, conversas entre participantes, crianças a brincar, pássaros a bater as asas e outros sons ambíguos com origens não atribuíveis.”
Sobre essa aventura, sabe-se ainda que “a distância da cidade provocou em Aires uma reflexão centrada na passagem do tempo, na repetição e num tipo específico de solidão que pode emergir fora do ambiente urbano. Esta sensação de isolamento remete-o inevitavelmente para os seus anos de infância passados num campo que descreve como ‘idílico e sinistro’, um espaço que afetou as suas perceções e virou o seu olhar para dentro.”
Além do trabalho com o Colectivo Casa Amarela, o currículo de Aires conta muito mais do que isso. Entre outras aventuras, o artista madeirense tem vários trabalhos a solo, como “Daylight Fireworks”, e é também conhecido por colaborar com outros nomes, como é caso dos projetos Fashion Eternal, TiaAvô, Peak Bleak ou SCOLARI.
Com capa de André Sirgado, “Nightfalls at Ponto d’Orvalho” está à tua espera nas mais variadas plataformas digitais.
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